ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: ESTUDO DA EXTRAÇÃO DE PECTINA DO RESÍDUO DO LIMÃO CRAVO (CITRUS LIMONIA OSBECK).
AUTORES: Ferreira dos Reis, A. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA) ; Ianne Menando de Moraes, A. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA) ; Lucas Brazão Claudino, D. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA) ; Regina Silva de Oliveira, L. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA) ; Cristina Souza do Nascimento, Q. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA) ; Artiaga Pfeifer, A. (IFG- CÂMPUS ITUMBIARA)
RESUMO: A pectina é um polissacarídeo encontrado na parede celular e nas camadas
intracelulares de vegetais superiores, responsáveis pela estrutura dos frutos.
Este projeto visa a extração e quantificação da pectina presente no resíduo do
limão cravo (Citrus limonia Osbeck), através de experimentos que possam analisar a
influência das variáveis do processo, tipo e concentração de solvente, tempo de
reação, temperatura etc. A análise dos resultados obtidos fornecerá uma condição
ótima de operação dos experimentos e dados relativos ao limão cravo, que
atualmente são escassos na literatura.
PALAVRAS CHAVES: Pectina; Limão cravo; Extração
INTRODUÇÃO: A pectina é um polissacarídeo linear encontrado na parede celular e nas camadas
intercelulares de vegetais superiores, responsável pela estrutura dos frutos,
exercendo o papel de controlar o movimento da água e dos fluídos através de
partes do vegetal que apresentam crescimento (RIBEIRO et .al., 2007).
As propriedades geleificantes, espessantes e estabilizantes que apresentam a
pectina, são muito úteis na indústria de alimentos, sendo constantemente
utilizada como aditivos em produtos lácteos, cárneos e panificação, geléias,
polpa de frutas, bebidas entre outros (MUNHOZ, 2008).
Pesquisas mostram que a pectina pode contribuir para a redução dos níveis de
colesterol, glicose quando empregadas como fibra dietica (FIETZ & SALGADO,
1999).
A extração de pectina é um processo de múltiplos estágios físicos e químicos nos
quais a hidrólise, a extração e a solubilização de macromoléculas do tecido
vegetal são influenciadas por diversos fatores como temperatura, pH, tipo de
ácido e tempo de extração (PAGAN et. al., 2001 apud MUNHOZ, 2010).
O aumento do interesse no uso eficiente de diversos resíduos agroindustriais tem
se verificado nos últimos anos. Uma alternativa que vem se destacando desde o
início da década de 1970 consiste no aproveitamento dos resíduos de certas
frutas (principalmente casca) como matéria- prima para a produção de alguns
ingredientes funcionais perfeitamente passíveis de serem incluídos na
alimentação humana (ROCHA & HAMINIUK, 2009).
Existem estudos de aproveitamento de diferentes frutos e resíduos para extração
de pectina, no entanto, apesar do limão cravo conter quantidade significativa de
pectina, existem poucas informações sobre o seu uso como fonte de extração.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a extração da pectina foi utilizado, o resíduo de limão, no qual o ácido
cítrico será retirado do suco, restando o resíduo: casca, bagaço e sementes.
As cascas serão quantificadas através da pesagem em balança e lavadas com água
corrente para a eliminação de resíduos de suco. Estas foram secas em estufa a
55ºC até a massa constante. Em seguida, trituradas até a obtenção de uma farinha
fina que foi pesada e armazenada para a utilização na extração e caracterização
da pectina. Também foram realizadas análises com amostras obtidas nos teores de
umidade.
A pectina foi extraída por método ácido (ácido clorídrico) e utilizado água como
solvente. Neste trabalho constará um planejamento experimental para a
verificação da influência das variáveis do processo de extração.
O sistema de reação foi composto por uma amostra do resíduo desidratado e em pó,
acrescido de uma solução do solvente com concentrações e tempo de reação
escolhidos pelo planejamento de experimentos e dados da literatura. Para a
extração o procedimento foi dividido em partes que seguem: em um béquer 500 mL
foram pesados 5 gramas do bagaço de limão cravo em pó, adicionado a este, 10 mL
de álcool, deixando de repouso por aproximadamente 5 minutos. Logo em seguida,
com agitação, foi adicionada água deionizada com a mistura dos componentes e
levado para o aquecimento até fervura. Atingido o ponto de ebulição, a solução
solvente será adicionada á suspensão. Após o resfriamentoo extrato da reação foi
lavado com água deionizada, sendo o resíduo desprezado.As substâncias pécticas
que ficaram solúveis no filtrado da extração foram precipitadas, sob agitação
constante, com etanol 2:1 (v/v) e, após repouso foram desidratadas por
tratamento com etanol 70%, o material foi secado em estufa á 55º C. até massa
constante.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta as massas das cascas do limão presente em cada placa petri
em diferentes tempos de secagem. Esses dados permitiram determinar a umidade das
cascas, em base seca e úmida, utilizado neste trabalho. Nota-se que as massas
tornaram-se constantes após 48 h de secagem.
Na tentativa de extrair a pectina do limão cravo obtemos os seguintes valores de
massas descrita na tabela 2, com concentrações de soluções, tempo de reação.
Através dessa extração obtemos uma característica da massa escura, mas
detectamos que havia uma massa significativa de pectina, pois utilizamos
inicialmente somente 5g da massa da casca do limão cravo, e obtemos um
rendimento de 34% da massa total.
Tabela 1– Umidade do citrato de cálcio.
Resultados da massas do resíduo do limão cravo
Tabela 2- Extração da pectina do limão cravo
Valores obtidos conforme a variância de concentração
e tempo de reação.
CONCLUSÕES: Não foi possível seguir adiante com as análises, pois a extração não ficou com
características que condiz os estudos feitos na literatura. Observamos que houve
uma quantidade significativa na massa final da pectina com um rendimento de 34%,
porém sua coloração sempre foi escura.
AGRADECIMENTOS: Ao IFG – Câmpus Itumbiara;
Ao PIBIC .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CIAMPOLINI, C.M.O.; OLIVEIRA, G.M.C.; LACERDA, R.S.; MORAES, I.C.F.; SOBRAL, P.J.A.; GOMIDE, C.A. Extração ácida de pectina a partir do resíduo industrial de limão siciliano. XVII Simpósio Internacional de Iniciação Ciêntifica da Universidade d São Paulo ( SIICUSP), São Paulo, SP, 2009.
FERTONANI, H.C.R. Estabelecimento de um modelo de extração ácida de pectina de bagaço de maça. Dissertação(Mestrado em Ciências e tecnologia de Alimentos)- UEPG, Ponta Grossa, 2006
FIETZ, V.R.; SALGADO, J.M. Efeito da pectina e da celiulose nos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos em ratos hisperlipidêmicos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 19, n. 3, p.318-321, 1999.
MUNHOZ, C.L. Efeito das condições de extração sobre o rendimento e características da pectina obtida de diferentes frações de goiaba cv Pedro Sato. Dissertação de Mestrado, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2008ª.
MUNHOZ, C.L.; SANJINEZ-ARGANDOÑA, E. J.; SOARES-JÚNIOR, M. S.Extração de pectina
de goiaba desidratada. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 30, n. 1, 2010.
ROCHA, F. M.; HAMINIUK, C.W. Propriedades viscosimétricas de pectinas extraídas da casca de maracujá e laranja. XIV Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR, Paraná, PR, 2009.