ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: Atividade alelopatica em diferente diluição de extrato de umbu em semente de lactuca sativa
AUTORES: Silva, K.M. (UFRPE/UAST) ; Rabelo, A.C.S. (UFRPE) ; Fernandes, E.L. (FAMASUL) ; Andrade Neto, E.L. (FAMASUL) ; Diniz, G.K.B. (FAMASUL)
RESUMO: A liberação de compostos aleloquímicos em plantas pode ocorrer, por volatilização da parte aérea, lixiviação da parte aérea ou subterrânea, decomposição de tecidos vegetais, ou ainda, por exsudação do sistema radicular e por exsudação do sistema radicular. A alface bastante consumida, é muito sensível a baixas concentrações de aleloquímicos. O umbu (Spondias tuberosa L.) é uma planta xerófila e típica da região Nordeste. Este trabalho utilizou-se extratos de umbu para identificar os efeitos alelopáticos em seus extratos diluído á (0%;25%;50%;75% e 100%) em germinação de sementes de alface.
PALAVRAS CHAVES: Alelopatia; umbu; alface
INTRODUÇÃO: A alelopatia é um processo que ocorre em algumas plantas que produzem compostos químicos que, são liberados no ambiente, podendo inibir ou estimular o desenvolvimento de outros organismos. Os aleloquímicos como são representados poderem ser substâncias finais ou intermediárias do metabolismo secundário vegetal, biossintetizadas a partir de compostos originados do metabolismo primário (Rice, 1984). O um aspecto muito importante que deve ser considerado em experimentos alelopáticos é o controle do pH da concentração dos extratos brutos, pois pode haver açúcares, aminoácidos, ácidos orgânicos, entre outros, que podem mascarar o efeito alelopático por influenciar na concentração iônica e serem osmoticamente ativos (Ferreira & Aquila, 2000). O umbu (Spondias tuberosa L.) pertence à família Anacardiacea, é uma árvore de pequeno porte, originária do semiárido do nordeste brasileiro. Trata-se de uma planta xerófila, típica da região Nordeste, bastante apreciada na forma de sucos, doces e “in natura” A alface, amplamente consumida no Nordeste, é muito sensível a baixas concentrações de aleloquímicos. O objetivo deste trabalho foi identificar efeitos alelopáticos em extratos diluídos (0%, 25%, 50% e 100%) de folhas do umbu Spondias tuberosa L. na germinação de sementes de alface.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho,juntamente com as coletas das folhas de umbuzeiro foram realizadas na Unidade Acadêmica de Serra Talhada – PE (UFRPE-UAST). Para o preparo do extrato bruto das folhas, utilizou-se 250 gramas de folhas verdes para 1000 mL de água destilada (Cruz et al.,2000), onde as mesmas foram trituradas em liquidificador doméstico, logo após o mesmo foi peneirado com uma peneira de 2 mm e filtrado com o auxilio de um pano. A partir do extrato bruto, foram feitas diluições com água destilada, na ordem de 25, 50, 75 e 100 %, mais a testemunha (água destilada, concentração zero). Para testar alelopatia da espécie, utilizou-se sementes de alface babá de verão as quais foram submetidas a cinco concentrações do extrato aquoso de folhas do umbuzeiro. Os tratamentos foram T1(água destilada), T2, T3, T4, T5 (extratos de folhas de umbuzeiro nas concentrações de 25, 50, 75 e 100 %, respectivamente). Avaliou-se o pH das diferentes concentrações do extrato aquoso do umbuzeiro. As sementes foram semeadas em caixas plásticas translúcidas, gerbox, desinfectadas com hipoclorito de sódio a 2%, no interior dos gebox foram colocadas três folhas de papel de filtro previamente umedecidas com 7,5 mL das diluíções dos referidos extratos aquosos de folha de umbuzeiro. As caixas de gerbox foram acondicionadas à temperatura ambiente, no município de Serra Talhada-PE. Após 48 horas todos os tratamentos foram reumedecidos com as respectivas diluições do extrato. As contagens ocorreram diariamente por cinco dias. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições de 50 sementes por tratamento. Foram avaliada porcentagem de protrusão da raiz primária Utilizou-se a analise de regressão o software para as análises estatísticas foi o SISVAR 5.0(Ferreira, 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo germinativo de sementes de alface foi influenciado significativamente pelos
extratos de folhas de umbu nas diferentes concentrações utilizadas resultados encontrados em respectivos extratos (0%, 25%, 50%, 75%, 100%), (89,5%, 58%, 55%, 21%, 0% percentual de germinação) . Semelhante ao resultado encontrado por Borella & Pastorini. (2009), que apresentaram diminuição na porcentagem de germinação à medida que aumenta a concentração de extrato umbu Phytolacca dioicca L. em efeitos drásticos, ocorrendo inibição completa da germinação na concentração de 8%. Observou-se nos extratos aquoso analisado quanto ao pH, elevada acidez em respectivos resultados (6,07, 2,99, 2,84, 2,79, 2,79). Esses resultados encontrados nas diferentes diluições do extrato aquoso de umbu pode ter influenciado de forma negativa a germinação das sementes de alface. Já na caracterização físico-química do extrato aquoso revelou, quanto ao pH dos extratos de umbu (Phytolacca dioica L.), baixa variação de valores e baixa acidez, os resultados encontrados variaram entre 6,46 e 6,90 (Borella & Pastorini, 2009). Encontrar-se dentro de padrões aceitáveis no que se considera adequado para a germinação e crescimento inicial (Aquila, 2000). O mesmo não foi observado pela espécie umbu Spondias tuberosa L.
CONCLUSÕES: Conclui-se, dessa forma, que o extrato aquoso de folhas de umbu apresenta efeito alelopático, interferindo de forma negativa no potencial germinativo das sementes, independentemente das concentrações utilizadas.
AGRADECIMENTOS: A Unidade Acadêmica de Serra Talhada ( UFRPE/UAST)
Ao Programa de Pós-Graduação em Produção de Vegetal.
A FAMASUL pelo apoio a pesquisa .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AQUILA, M.E.A. Efeito alelopático de Ilex paraguariensis A. St.-Hil. na
Biotecnologia. Ciência e desenvolvimento, v15, p28 -34, 2000.
BORELLA, J; POSTORINI, L.H. Influência alelopática de Phytolocca dioica L na germinação e crescimento inicial de tomate e picão-preto; Revista Biotemas v 22, p 67-75, 2009.
CRUZ, M.E.S; MOZAKIi, M.H; BATISTA, M.A. Plantas medicinais e alelopatia.
Biotecnologia. Ciência e desenvolvimento, v15, p 28-34, 2000.
FERREIRA, A.G; AQUILA, M.E.A. Alelopatia: uma área emergente da ecofisiologia. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal v 12, p 175-204, 2000.
FERREIRA, D. F. SISVAR 5.0 (build 68). DEX/UFLA. Suporte técnico CNPq, 2003.
RICE, E.L. Allelopathy.. London, Academic Press, v 2, p 422, 1984.