ÁREA: Química Tecnológica
TÍTULO: TEOR DE CLORO ATIVO EM ÁGUAS SANITÁRIAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN
AUTORES: MEDEIROS, A.M.A. (UFERSA) ; BRAZ, D.S.A. (UFERSA) ; SOARES DE SOUSA, D.C. (UFERSA) ; LEITE, R.H.L (UFERSA) ; CRUZ MOURA, A.A. (UFERSA) ; SOUSA, J.A. (UFERSA) ; LUCENA NETO, M.H. (UFCG)
RESUMO: Nesse trabalho foram avaliadas trinta e três amostras de doze marcas de água sanitária comercializadas na cidade de Mossoró/RN, quanto ao teor de cloro ativo. As análises foram realizadas por titulação iodométrica. Os resultados foram comparados com os estabelecidos na legislação para esse tipo de produto. Quase a metade das amostras analisadas apresentou teores de cloro ativo abaixo do recomendado.
PALAVRAS CHAVES: sanitizante, cloro, qualidade.
INTRODUÇÃO: Os produtos a base de hipoclorito são amplamente utilizados para a limpeza e desinfecção de superfícies, instrumentos e alimentos. A água sanitária é constituída de uma solução aquosa contendo entre 2,0 e 2,5 % de hipoclorito de sódio ou cálcio p/p, com um prazo de validade de seis meses após a data de fabricação, sendo usada como alvejante e desinfetante. O principal agente antimicrobiano presente na água sanitária é o ácido hipocloroso, HClO, porém, o íon hipoclorito, ClO-, também possui atividade antimicrobiana. A ação dessas espécies ocorre por cloração das proteínas e enzimas plasmáticas das células microbianas (NICOLETTI et al., 2009). A estabilidade de soluções de hipoclorito depende da temperatura, exposição à luz, contato com o ar e presença de impurezas (JOHNSON et al., 1993). Sendo um produto que pode comprometer a saúde dos consumidores em caso de teores inadequados de cloro ativo, os padrões da água sanitária foram estabelecidos pela portaria nº 89, de 25 de agosto de 1994 da ANVISA (BRASIL, 1994), no intuito de controlar a qualidade do produto. Nesse trabalho foram avaliadas doze marcas de água sanitária comercializadas no município de Mossoró/RN, quanto ao teor de cloro ativo.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de água sanitária foram adquiridas no mês de maio de 2010, de estabelecimentos comerciais localizados na cidade de Mossoró/RN. As marcas foram classificadas quanto à origem e foram observados os prazos de validade das amostras. Para cada marca foram analisadas três amostras de lotes diferentes, com exceção das marcas que não foram encontradas em quantidade suficiente de lotes (marcas L e M). As amostras foram analisadas, por iodometria, em triplicata, segundo metodologia descrita em ADAD (1982) e os valores obtidos foram comparados com os estabelecidos na legislação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontradas 12 (doze) marcas diferentes de água sanitária sendo comercializadas no município de Mossoró. Três dessas marcas são produzidas em Mossoró, uma em cidade vizinha, e as outras oito são produzidas em Pernambuco. Foram analisadas trinta e três amostras no total. Todas as amostras analisadas estavam dentro do prazo de validade. A Figura 01 mostra o gráfico de controle para as amostras analisadas. Considerou-se para efeito de avaliação de conformidade o intervalo de 1,75 a 2,75 % de teor de cloro ativo. Quase a metade (48 %) das amostras analisadas apresentou teores de cloro ativo abaixo do permitido. As marcas A, D, E e G tinham valores de cloro ativo abaixo do permitido em todas as amostras analisadas. Os menores valores de cloro foram achados na marca D, que apresentou valores inferiores a 0,25 % de cloro ativo para duas amostras.
CONCLUSÕES: Os resultados obtidos são preocupantes. Aproximadamente, metade das amostras analisadas apresentou teores de cloro ativo abaixo do permitido pela legislação. Isso pode indicar práticas de fabricação e armazenamento inadequados. Outra possibilidade é que as altas temperaturas registradas na região degradam o produto com maior velocidade que o esperado.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ADAD, J.M.T. (1982) Controle Químico de Qualidade. 1ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 204 p.
BRASIL. Portaria Nº 89 do Ministério da Saúde. 1994. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de agosto de 1994.
JOHNSON, B.R.; REMEIKIS, N.A. (1993). Effective shelf-life of prepared sodium hypoclorite solutions. Journal of Endodontie, 19: 40-43.
NICOLETTI, M.A.; SIQUEIRA, E.L.; BOMBANA, A.C.; OLIVEIRA, G.G. (2009). Shelf-life of a 2,5 % sodium hypoclorite solution as determined by Arrhenius equation. Brazilian Dental Journal, 20(1): 27-31.