ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: AVALIAÇÃO DOS EFEITOS ANTIOXIDANTES IN VITRO DO ALFA-TERPINEOL
AUTORES: SILVA, O.A (UFPI) ; ALMEIDA, A.A.C (UFPI) ; CARVALHO, R.B.F (UFPI) ; LOURENÇO, N.V (UFPI) ; COSTA, J.P (UFPI) ; FREITAS,R.M (UFPI)
RESUMO: O presente estudo avaliou a atividade antioxidante in vitro do alfa-terpineol.O alfa-terpineol apresentou um forte potencial antioxidante in vitro, através da capacidade de remoção contra radicais hidroxilas e do óxido nítrico, bem como preveniu a formação de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico (TBARS). Estudos para elucidar o mecanismo pelo qual o alfa-terpineol atua são necessários para caracterizar melhor as propriedades antinociceptiva e antioxidante do alfa-terpineol.
PALAVRAS CHAVES: α-terpineol, testes in vitro, nonoterpeno.
INTRODUÇÃO: O alfa-terpineol é um monoterpeno álcool ocorre naturalmente que tem sido isolado a partir de uma variedade de fontes como cajepute, óleo de pinho, e óleo petitgrain. Há três isômeros, alfa, beta-e gama-terpineol, os dois últimos diferindo apenas pela localização da ligação dupla. Terpineol é geralmente uma mistura desses isômeros com alfa-terpineol como constituinte principal.
Terpineol tem um odor agradável semelhante ao lilás e é um ingrediente comum em perfumes, cosméticos e sabores. alfa-terpineol é um dos dois componentes mais abundantes aroma de chá lapsang souchong;. O alfa-terpineol origina na fumaça de pinheiro usado para secar o chá. ( Shan Yao-Shan et al., 2005).
É um composto de cadeia alcoolica, insaturados,cíclica e ramificada. Sua característica comum aos elementos estruturais são um grupo hidroxila por molécula, uma cadeia de carbono com várias metilas, seu nome oficial segundo a IUPAC é 2-(4-Methyl- 1-cyclohex- 3-enyl) propan- 2-ol. Radicais livres e espécies reativas relacionadas são fortemente envolvidas em vários processos patológicos e fisiológicos, incluindo convulsões câncer, a morte celular, inflamação e dor.
Muitos produtos naturais exercem atividades significativas redox, que estão relacionadas às suas propriedades terapêuticas ou mesmo um possível efeito tóxico. A avaliação das propriedades redox de tais compostos é essencial tanto para a compreensão dos mecanismos potenciais de suas ações biológicas e para determinar possíveis efeitos colaterais tóxicos ou nocivos. Considerando a falta de evidências experimentais e investigações científicas sobre as possíveis terapêuticas e / ou propriedades redox de monoterpenos, o objetivo do presente estudo foi avaliar as propriedades redox do alfa-terpineol.
MATERIAL E MÉTODOS: Os efeitos antioxidantes do alfa-terpineol foram avaliados em testes in vitro TBARS assay (espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico), scavenging de radical hidroxila e NO-scavenging assay.
A atividade antioxidante foi analisada pelo TBARS assay que é um método usado para quantificar a peroxidação lipídica que corresponde a um dano na membrana celular causado pelo estresse oxidativo. O AAPH, um composto azo hidrossolúvel, é utilizado como gerador de radicais livres. A sua decomposição produz nitrogênio molecular e radicais carbonilas, os quais, por sua vez, reagem com o ácido tiobarbitúrico, resultando na formação de TBARS (ZIN; HAMID; OSMAN, 2002; FITÓ; LA TORRE; COVAS, 2007; MOON; SHIBAMOTO, 2009; SERAFINI et al., 2011).
Outra metodologia bastante empregada para avaliar a atividade antioxidante de uma substância baseia-se na capacidade scavenger de radicais livres formados em espécies menos reativas (HOELZL et al., 2005). Contudo, este método possui uma desvantagem porque muitos antioxidantes também têm propriedade quelante de metais. Assim, é impossível distinguir se a ação da substância foi de fato OH-scavenging ou simplesmente quelante (HUANG; OU; PRIOR, 2005).
Outra metodologia empregada foi o NO-scavenging assay. Estes íons nitritos têm um forte poder oxidante, reagindo com várias moléculas biológicas, o que leva a danos celulares (HALLIWELL, GUTTERIDGE, 2007; GUIMARÃES et al., 2010). Substâncias com ação scavenger de NO competem com o oxigênio, levando à redução na produção de nitritos, caracterizando a atividade antioxidante (AHMADI et al., 2011; SERAFINI et al., 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O alfa-terpineol, em todas as concentrações testadas, foi capaz de prevenir a peroxidação lipídica, inibindo a quantidade de TBARS formado. Resultado semelhante foi obtido com o trolox, um análogo sintético do alfa-tocoferol, usado como padrão antioxidante. Este resultado sugere que o alfa-terpineol pode exercer efeito antioxidante que protege as biomoléculas lipídicas (SERAFINI et al., 2011).Conforme figura 1 em anexo.
No nosso estudo, demonstramos que o alfa-terpineol produziu a remoção do radical hidroxil, exibindo uma significante atividade antioxidante que pode ser capaz de inibir os danos celulares causados por este radical. O trolox (padrão) também reduziu significativamente a quantidade deste radical.
Neste estudo, o alfa-terpineol diminuiu significativamente a produção de nitrito, demonstrando mais uma vez sua propriedade antioxidante contra danos causados pelos radicais livres.Conforme figura 2 em anexo. Diversos estudos mostram que a inibição de espécies reativas de derivadas do oxigênio (EROS) e do nitrogênio pode estar associada com o controle da sensibilização central e periférica em vários estados de dor (DAPKEVICIUS et al., 2002; GUIMARÃES et al., 2010).
CONCLUSÕES: Portanto, os resultados obtidos no presente estudo, demonstram que o alfa-terpineol apresenta atividade antioxidante que foi demonstrada pelos métodos in vitro utilizados. Mais estudos são necessários para elucidar os possíveis mecanismos de ação que medeiam à ação antioxidante do alfa-terpineol.
AGRADECIMENTOS:
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