ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ANÁLISE FITOQUÍMICA QUALITATIVA PARA IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM EXTRATO ETANÓLICO DE Solanum paniculatum L.

AUTORES: PEREIRA, JESSICA F. (IFMA) ; CHAVES, DAVINA. C. (IFMA) ; CORREIA, MARIA JOSÉ M. (IFMA)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo a identificação de alguns dos metabólitos secundários presentes no extrato alcoólico seco de Solanum paniculatum L., a fim de adquirir informações para poder orientar a população na identificação correta da planta, no conhecimento de seus efeitos terapêuticos e de como e quando usá-la. A metodologia utilizada foi coleta de material vegetal (expedição a campo), seleção deste e produção dos extratos, para tanto se utilizou as folhas da planta. A preparação das amostras e os testes foram realizados segundo os métodos descritos por BARBOSA (2001). Dos testes realizados, o teste de identificação de alcalóides e purinas obteve resultado negativo e os demais resultados positivos, de acordo com literatura consultada.

PALAVRAS CHAVES: solanum paniculatum l.; testes qualitativos; metabólitos secundários

INTRODUÇÃO: A cultura humana tem sido profundamente influenciada pelas plantas, em especial por aquelas identificadas como medicinais (BOLZANI, 2010). Historicamente, a utilização destas na prevenção e/ou tratamento de enfermidades é tão antiga quanto à própria história da humanidade. Até hoje, todo o conhecimento acumulado sobre plantas, deve-se a observações realizadas por homens e mulheres, que durante todos esses anos investigaram a natureza e testaram em si próprios o efeito de inúmeras espécies para tratar seus males (RODRIGUES & REALI, 2008). No Brasil, muitas espécies de Solanum são empregadas na medicina popular para vários fins. Dentre as mais conhecidas, Solanum paniculatum L., arbusto que pode chegar a 3 m de altura, é a que mais se destaca pelos seus diferentes usos medicinais, por sua distribuição ampla e, principalmente, por ser o único representante de Solanum reconhecido como fitoterápico pela Farmacopéia Brasileira (FARMACOPÉIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, 1959). As plantas medicinais apresentam grande número de substâncias, que podem assumir a função de antídoto ou de veneno. Por esse motivo, não é aconselhável acreditar que elas podem nos oferecer somente benefícios. Porém, ainda é comum a utilização de plantas medicinais baseado apenas em conhecimentos populares, negligenciando os riscos ofertados aos usuários. No presente trabalho objetivou-se a identificação dos metabólitos secundários no estudo qualitativo do perfil fitoquímico de Solanum paniculatum L., a fim de adquirir informações para poder orientar a população na identificação correta da planta, no conhecimento de seus efeitos terapêuticos e de como e quando usá-la, evitando assim, acidentes como a intoxicação.

MATERIAL E MÉTODOS: As plantas foram coletadas nas proximidades do município de Zé Doca – MA e encaminhadas ao Laboratório Químico do Instituto Federal do Maranhão / Campus Zé Doca, para preparação e análise dos extratos produidos a partir das folhas da planta. Os métodos utilizados na preparação das amostras e nos testes fitoquímicos foram realizados de acordo com o Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA, 2001). Foram realizados testes para identificação de alcalóides, saponinas espumídicas, açúcares redutores, esteróides, triterpenóides, fenóis, taninos e purinas.
Primeiramente o material foi seco a temperatura ambiente e, em seguida, foi triturado e colocado em contato com álcool etílico para a obtenção do extrato bruto alcoólico. E para o reaproveitamento do etanol empregado no processo de extração, utilizou-se a destilação simples.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a identificação dos metabólitos secundários foram realizados testes com o extrato seco obtido a partir das folhas da Solanum paniculatum L., apresentando resultados positivos para a maioria dos testes. O teste para saponinas apresentou formação de uma camada de espuma que permaneceu estável por mais de trinta minutos indicando reação positiva. Para identificação de fenóis e taninos observou-se mudança na coloração da mistura, resultando numa coloração inicial avermelhada indicando presença de fenóis e a presença de taninos catéquicos devido à formação de precipitado escuro de tonalidade verde. No teste para açúcares redutores foi utilizado o reativo de Fehling A e B, e observou-se a formação de precipitado vermelho tijolo confirmando reação positiva. Na análise de esteróides e triterpenóides ocorreu um desenvolvimento de cores desde azul evanescente ao verde persistente que indicam resultado positivo. Para o teste de identificação de alcalóides foi utilizado o reativo de Bouchardart e observou-se a não formação do precipitado laranja avermelhado indicando, portanto, resultado negativo. Para a análise de purinas não houve o surgimento de coloração violeta, indicando resultado negativo. Para a análise de antraquinonas observou-se o aparecimento de coloração vermelha, a qual indica resultado positivo. Como mostra a tabela abaixo:



CONCLUSÕES: A análise fitoquímica qualitativa mostrou que a Solanum paniculatum L. apresentou, em termos de metabólitos secundários, resultados positivos para os testes de saponinas espumídicas, fenóis, taninos, açucares redutores, esteróides, triterpenóides e antraquinonas, seguindo o que a literatura pesquisada descreve. Entretanto, apresentou resultado negativo para o teste de alcalóides e purinas.


AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/ Campus Zé Doca por financiar este projeto.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, W. L. R. Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais. Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém, 2001.

BOLZANI, V. da S. Plantas Medicinais: tradição milenar aliada à pesquisa multidisciplinar. Jornal da Ciência, Nº 677, p. 9. Rio de Janeiro, 2010.

FARMACOPÉIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. 1959.
2. ed. São Paulo, Ed. Gráfica Siqueira. p.543-544.

RODRIGUES, R. M. W.; REALI, K. M. Uso de plantas medicinais em domicílios de Guarapuava. Disponível em <http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/Escola%20de%20Governo/Edi%C3%A7%C3%A3o%205/PDF/10Ed5_EPlant.pdf> Acesso em: 30 jun 2011.

VEIGA, J. V. F.; PINTO, A. C. Plantas Medicinais: cura segura? Química Nova, v. 8, nº 3, p. 519-528, 2005.