ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: FENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DAS FOLHAS DE Mimosa caesalpiniaefolia Benth.

AUTORES: OLIVEIRA JR., E. A. (UFPI) ; MONÇÃO, N. B. N. (UFPI) ; ARAÚJO, B. Q. (UNICAMP) ; LOPES JR., C. A. (UNICAMP) ; CITÓ, A. M. G. L. (UFPI)

RESUMO: A Mimosa caesalpiniaefolia é uma espécie predominante nas vegetações de caatinga e cerrado. No presente estudo foi analisado o teor de fenóis totais e a atividade antioxidante das folhas desta espécie. O teor de fenóis totais foi quantificado pelo método Folin- Ciocalteau, apresentando um valor considerável de compostos fenólicos, enquanto que a atividade antioxidante foi avaliada pelo sequestro do radical livre 2,2- difenil-1-picril-hidrazila (DPPH). Assim, as folhas apresentaram menor atividade antioxidante quando comparada com a quercetina, uma substância com elevado poder antioxidante.

PALAVRAS CHAVES: mimosa caesalpiniaefolia benth, fenóis totais, atividade antioxidante

INTRODUÇÃO: A Mimosa caesalpiniaefolia Benth é uma espécie pertencente à família Leguminosae, considerada a terceira maior família das Angiospermas, ela é representada por plantas de grande importância econômica tais como: feijões, ervilhas, amendoins, entre outros. A Mimosa caesalpiniaefolia é caracterizada como um arbusto arbóreo perenifólio que pode chegar até 7 m de altura, os galhos apresentam acúleos em maior ou menor grau, as folhas são bipinadas e alternadas, as flores são brancas, pequenas, perfumadas, melíferas e disposta na forma de espigas (inflorescências), além de frutos na forma de legumes dotados de sementes (RISBAKI, 2003). Dependendo da localização a Mimosa caesalpiniaefolia pode ser chamada popularmente de unha-de-gato (PI), sabiá (CE, PE, PI e MG), angiquinho-sabiá (MG) e sansão do campo (MG, RJ e SP). A madeira é utilizada como cerca viva e carvão, as folhas são utilizadas como forragem para alimentação de ruminantes, devido aos elevados conteúdos protéicos (VIEIRA et al., 2005). O presente estudo relata o teor de fenóis totais e a atividade antioxidante das folhas de M. caesalpiniaefolia.

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas coletas foram secas à temperatura ambiente, protegidas de chuvas e sol. Após secagem, o material foi reduzido a pó fino em moinho de facas, pesado (154,24 g) e macerado por cinco vezes com etanol, com filtração após 72 h, concentrado a pressão reduzida e liofilizado, obtendo assim, o extrato etanólico bruto das folhas (EEBFO), rendendo 32,21 g. Para a quantificação de fenóis totais utilizou-se a metodologia proposta por Folin-Ciocalteau modificada por SOUSA et al. (2007). O teor de fenóis totais (FT) foi determinado usando curva padrão de ácido gálico na faixa de 0,4-3,9 mg/L e os valores foram expressos em equivalente de ácido gálico por grama de amostra (mg de EAG/g de amostra). A equação da reta foi A = 0,12109 . C – 0,04012, onde A é a absorbância e C a concentração, o coeficiente de correlação linear R = 0,9999. A atividade antioxidante foi analisada utilizando o método da atividade sequestadora do radical livre 2,2- difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) nas concentrações de 25, 75 e 125 &g/mL do extrato etanólico bruto das folhas, no tempo de 30 minutos. Determinou-se o valor de CE50, concentração eficiente do extrato capaz de reduzir a concentração do radical DPPH em 50% a partir da curva exponencial de primeira ordem da %DPPH remanescente (ordenada) versus concentração da amostra em &g/mL (abscissa) (SCHERER et al., 2009). Todas as análises foram realizadas em triplicatas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato etanólico bruto das folhas teve um rendimento de 20,88% em relação ao material inicial seco. Os compostos fenólicos desempenham um papel importante na peroxidação lipídica, devido suas propriedades antioxidantes (OLIVEIRA et al., 2009). Assim, o teor de fenóis totais do EEBFO foi de 302,46 ± 2,67 mg de EAG/g de extrato, correspondendo a 63,16 ± 0,56 mg de EAG/g de material vegetal seco, apresentando um teor considerável de compostos fenólicos. Os antioxidantes são responsáveis por desativar ou estabilizar os radicais livres antes de atingirem os alvos biológicos nas células. Flavonóides, tocoferol e ácidos fenólicos são substâncias que apresentam núcleo fenólico e são exemplos de eficientes captadores de espécies reativas de oxigênio (SOUSA et al., 2007). A atividade antioxidante nas concentrações analisadas do EEBFO e da quercetina, que foi utilizada como controle positivo é mostrada na Tabela 1. Assim, é possível notar que a quercetina apresentou uma maior porcentagem de atividade antioxidante em relação ao EEBFO em todas as concentrações analisadas. Desta forma, o EEBFO apresentou uma concentração eficiente capaz de reduzir em 50% a concentração do radical DPPH (CE50 - &g/mL) de 92,79 ± 1,69, enquanto que a quercetina de 24,63 ± 2,30. Com isso, o EEBFO apresentou uma maior CE50, uma vez que mostrou menor atividade antioxidante. Apesar de um considerável teor de fenóis totais, esta atividade é mais específica a compostos fenólicos do tipo flavonóides.



CONCLUSÕES: O EEBFO apresentou um considerável teor de fenóis totais, sendo este superior aos relatados na literatura para outras mimosáceas, porém a atividade antioxidante do EEBFO foi menor do que a quercetina que se trata de um potente agente antioxidante, uma vez que esta atividade é mais específica a compostos fenólicos do tipo flavonóides.

AGRADECIMENTOS: A CNPq pelas bolsa concedida

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: OLIVEIRA, A. C.; VALENTIM, I. B.; GOULART, M. O. F.; SILVA, C. A.; BECHARA, E. J. H.; TREVISAN, M. T. S. 2009. Fontes vegetais naturais de antioxidantes. Química Nova, 32: 689-702.
RIBASKI, J.; LIMA, P. C. L.; OLIVEIRA, V. R. de; DRUMOND, M. 2003. A. Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia): árvore de múltiplo uso no Brasil. Colombo: Embrapa Florestas, p. 4, (Embrapa Florestas. Comunicado Técnico, 104).
SCHERER, R.; GODOY, H. T. 2009. Antioxidant activity índex (AAI) by the 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl method. Food Chemistry, 112: 654-658.
SOUSA, C. M. M.; SILVA, H. R.; VIEIRA-JÚNIOR, G. M.; AYRES, M. C. C.; COSTA, C. L. S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCANTE, L. C. D.; BARROS, E. D. S.; ARAÚJO, P. B. M. BRANDÃO, M. S.; CHAVES, M. H. 2007. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, 30: 351-355.
VIEIRA, E. L.; CARVALHO, F. F. R.; BATISTA, A. M. V.; FERREIRA, R. C.; SANTOS, M. V. F.; LIRA, M. A.; SILVA, M. J.; SILVA, E. M. B. 2005. Composição química de forrageiras e seletividade de bovinos em bosque-de sabiá (Mimosa caesalpinia Benth.) nos período chuvoso e seco. R. Bras. Zootec., 34: 1505-1511.