ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Curcubita pepo L (CURCUBITACEAE)
AUTORES: PLASTINO, P. J. (UFPE) ; OLIVEIRA, R. A. (UFPE) ; SENA, K. X. F. R. (UFPE) ; ALBUQUEQUE, J. F. C. (UFPE)
RESUMO: Curcubita pepo L, conhecida por abóbora ou jerimum é uma espécie nativa da América do Sul, seu fruto é usado para diversos fins farmacológicos como erisipela, inflamação, queimaduras, vermes entre outras. Contém minerais como fósforo, potássio, cálcio, silício, magnésio, ferro, cloro. Também combate náuseas e vômitos durante a gestação e auxilia na cura de verrugas, queimaduras e problemas de pele. Dado as propriedades do fruto foi decidido o estudo das folhas com a finalidade de determinar a atividade antimicrobiana. Os extratos etanólico, e água fria foram submetidos a testes de atividade antimicrobiana pelo método de difusão em disco de papel. As folhas de abóbora apresentaram baixos resultado antimicrobianos para quatro germes e foram inativas para outros cinco microrganismos testados.
PALAVRAS CHAVES: curcubita pepo; curcubitaceae; abóbora
INTRODUÇÃO: O objetivo desse trabalho foi à determinação da atividade antimicrobiana das folhas de Curcubita pepo L (Cucurbitaceae). Tendo em vista que seu fruto é dotado de várias propriedades farmacológicas é possível que estas propriedades possam também se estender às folhas. Essa planta no nordeste do Brasil é conhecida pelo nome de Jerimum, e em outras regiões por abóbora. É uma planta rasteira possuindo folhas grandes e flores amarelas. O fruto é comestível e tem coloração variando do verde ao amarelo contendo diversas sementes de coloração branca. A abóbora é originária das Américas, fez parte da alimentação básica das civilizações Inca, Maia e Asteca. Apresenta propriedades farmacológicas como adstringente, laxante, diurética, e alcalinizante. A decocção da polpa é indicada na cura de diarréia e também para diminuir a quantidade de gases intestinais, seu sumo é indicado para prisão de ventre. Embora a planta seja bastante consumida seus estudos concentram-se na polpa e sementes. Na Mongólia é usada em resfriados e males afins (YANG et al., 2000). Testes farmacológicos mostraram propriedades antivirais, inti-inflamatória e analgésica (WANG et al., 2001; DING et al., 2002), O estudo deste fruto também mostrou atividade Antitumoral (WANG et al., 2005; GE et al., 2006), Atividade antimicrobiana, (OBI et al. 2009), antihelmíntica; (BLASKOVICH et al., 2003) e propriedade cardiovascular (JAYAPRAKASAM et al., 2003). A polpa é empregada no interior do Brasil em picadas de insetos, para queimaduras leves e furúnculos, e na cura de dores de ouvido crônicas. As sementes são usadas pela população como um potente vermífugo e como tônico. Apresenta efeitos excelentes para rins, fígado, cérebro, e intestino. Brota em todo o território nacional, seu período de safra vai de janeiro a agosto.
MATERIAL E MÉTODOS: : O material foi colhido em quintal doméstico na cidade de Cuité, Paraíba. As folhas foram secas à sombra em local arejado e longe de predadores. Após secagem o material foi moído, pesado e submetido a extração com hexano, retirando os componentes apolares. O resíduo foi extraído com etanol seguido de água. Foram testados nove microrganismos de diferentes classes: Gram-positivos Staphylococcus aureus, Micrococcus luteus, Bacillus subtilis, e Enterococcus faecalis; Gram-negativos Pseudomonas aeruginosa, Esherichia coli, e Serratia marcescens; microrganismo álcool ácido resistente Mycobacterium smegmatis, e a levedura Candida albicans. A atividade antimicrobiana foi avaliada qualitativamente pelo método convencional de difusão em disco de papel. Discos de 6 mm de diâmetros foram impregnados com 10µL/mL de soluções dos produtos à concentração de 2000µg/mL. Os discos foram colocados sobre a superfície do meio Müeller-Hinton, semeados com os microrganismos-teste e suspensos previamente em soro fisiológico até turbidez de 0,5 da escala McFarland. DMSO foi o controle e ciprofloxacina e cetoconazol a droga padrão. As placas foram incubadas a 37°C durante 24 horas (bactérias) e 30°C durante 24-48 horas (leveduras e fungos filamentosos). Os testes foram realizados em triplicatas e os resultados, expressos em mm foram calculados pela média aritmética do diâmetro dos halos de inibição formado ao redor dos discos nas três repetições (BAUER et al, 1966). Foram realizados testes de comparação da atividade com antibacterianos e antifúngicos rotineiramente utilizados na clínica médica. Como padrões foram utilizados Cetoconazol (Neo-Química), para fungos e leveduras, e Cefalexina (Eurofarma) para bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, nas mesmas concentrações das substâncias testadas
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Esse estudo foi determinado apenas para os extratos etanólico e aquoso. Os componentes apolares já haviam sido retirados anteriormente pelo extrato hexânico. Os extratos avaliados foram o alcoólico e aquoso sendo que este foi extraído após esgotamento do extrato etanólico. A quantidade de material retirado do extrato etanólico foi de 1,5%, e do extrato aquoso 2%, isto é, levando em conta o peso do material seco inicial. O extrato etanólico das folhas de abóbora apresentou resultados para os seguintes microrganismos: Gram-positivo: Staphylococcus aureus (8 mm) e Enterococcus faecalis (8 mm). Gram-negativo: Pseudomonas aeruginosa, (8 mm), e Serratia marcescens (8 mm). Os microrganismos álcool ácido resistente e a levedura Candida albicans não foram inibidos pelo respectivo extrato. Os halos apresentados para os representantes dos grupos Gram-positivos e Gram-negativos foram de 8 mm para todos os microrganismos. Este resultado é considerado baixo. O extrato aquoso mostrou iguais halos de inibição (8 mm) para os mesmos microrganismos testados excetuando Enterococcus faecalis cuja inibição foi 10 mm, mostrando assim, atividade moderada para este. Entre os nove microrganismos testados os extratos etanólico e aquoso a frio inibiram o crescimento de apenas quatro deles, havendo um pequeno destaque para o microrganismo Enterococcus faecalis que teve inibição de 10mm para o extrato aquoso, sendo considerada inibição moderada, enquanto que, no extrato alcoólico a absorção foi baixa para todos os microrganismos avaliados. Estes microrganismos foram todos Gram-positivos e Gram-negativos, Os microrganismos Micrococcus luteus, Mycobacterium smegmatis, Candida albicans, Esherichia coli, e Monilia sitophila não foram afetados pelos extratos da planta em estudo, Cucurbita pepo (abóbora).
CONCLUSÕES: Os dois extratos testados, o alcoólico e o aquoso das folhas de Dioscorea alata L (abóbora) apresentaram resultados inibitórios apenas para dois microrganismos Gram-positivos e dois Gram-negativos, estes resultados foram considerados baixos. Entretando houve uma exceção para o microrganismo Gram-negativo, Enterococcus faecalis que apresentou baixa atividade para o extrato etanólico e moderada para o extrato aquoso. Os dois extratos foram totalmente inativos para mais de 50% dos microrganismos testados. Estes resultados não foram os esperados em relação aqueles encontrados no óleo das sementes.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPQ pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BLASKOVICH, M.A., SUN, J., CANTOR, A., TURKSON, J., JOVE, R., SEBTI, S.M. Discovery of JSI-124 (cucurbitacin I), a selective Janus kinase/signal transducer and activator of transcription 3 signaling pathway inhibitor with potent antitumor activity against human and murinecancer cells in mice. Cancer Res. v. 63, p.1270–1279, 2003.
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