ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: AVALIAÇÃO ANTIOXIDANTE DO ÁCIDO ANACÁRDICO NO SISTEMA BETA-CAROTENO-LINOLÉICO.
AUTORES: OLIVEIRA, M.S.C. (UECE) ; MORAIS, S. M. (UECE) ; ALEXANDRINO, C.D, (RENORBIO) ; SILVA, J.A. (UECE) ; LIMA, J.R. (UECE)
RESUMO: O ácido anacárdico é um composto fenólico, e têm merecido atenção especial nos últimos anos pela medicina por suas propriedades antimicrobianas. A cajucultura é umas das principais atividades sócio-econômicas do Nordeste Brasileiro Evidências experimentais sugerem que os radicais livres e espécies reativas de oxigênio podem contribuir para o desenvolvimento de um grande número de doenças. Os constituintes do LCC foram obtidos de acordo com a metodologia de Paramasshivappa. Neste teste usando o sistema beta-caroteno/ácido linoléico foi verificado também uma boa atividade antioxidante, pois o mecanismo proposto neste teste é de é de inibição da oxidação lipídica, então verificamos que a uma concentração de 200 mg/mL o ácido anacárdico apresentou inibição da oxidação de 41,5%.
PALAVRAS CHAVES: ácido anacárdico, antioxidante, beta-caroteno
INTRODUÇÃO: O ácido anacárdico é um composto fenólico, e têm merecido atenção especial nos últimos anos pela medicina por suas propriedades antimicrobianas. Tal ácido apresenta propriedades irritantes quando em contato com a pele e mucosas, mas esse potencial não foi observado em solução 0,1-1% (m/v), segundo AGOSTINI-COSTA et al. (2005). A cajucultura é umas das principais atividades sócio-econômicas do Nordeste Brasileiro, que responde praticamente, por toda a produção brasileira de castanha. Evidências experimentais sugerem que os radicais livres e espécies reativas de oxigênio podem contribuir para o desenvolvimento de um grande número de doenças, como câncer. Os lipídios fenólicos e derivados são definidos como produtos naturais não-isoprênicos, que apresentam em sua estrutura grupos aromáticos e alifáticos e exibem ambos os comportamentos, hidrofílico e lipofílico. Normalmente são caracterizados pela presença de grupo fenol ligado a uma cadeia alquílica com número ímpar de carbono. Ocorrem como fenóis simples ou derivados catecólicos, resorcinólicos ou hidroquinônicos sendo os resorcinólicos os mais abundantes na natureza. Os compostos fenólicos biossintetizados a partir de ácidos graxos constituem o líquido da casca da castanha de caju (LCC natural), o ácido anacárdico perfaz cerca de 70 % do LCC, seguido do cardol e cardanol. Estes lipídeos fenólicos apresentam o núcleo do ácido salicílico e uma cadeia lateral de 15 carbonos, que podem conter uma, duas ou três ligações insaturadas, AGOSTINI-COSTA et al. (2005). Então este trabalho teve como objetivo, verificar a eficácia do ácido anacárdico em mais teste de atividade antioxidante, sendo este mais rápido e preciso que os demais.
MATERIAL E MÉTODOS: 1. Material vegetal
As castanhas de caju foram obtidas do banco de germoplasma da Estação Experimental da EMBRAPA – Agroindústria Tropical em Pacajus - CE. Foram utilizados clones CP 076 de Cajueiro-anão-precoce (Anacardium occidentale L.).
2. Extração e separação dos constituintes do LCC
O LCC foi extraído com hexano a partir das cascas das castanhas de caju, em aparelho de sohxlet. Os constituintes do LCC foram obtidos de acordo com a metodologia de PARAMASSHIVAPA et al. (2001) como segue: 100g de LCC natural foi dissolvido em metanol como 5% de água e adicionam-se lentamente 50 g de hidróxido de cálcio. O precipitado formado de anacardato de cálcio foi filtrado e lavado com metanol e acondicionado a vácuo (45-50 ºC) por 2 h, suspendido em água destilada e HCl 11M , extraído com acetato de etila e seco com Na2SO4, depois evaporado obtendo-se o ácido anacárdico.
3. SISTEMA BETA-CAROTENO-ÁCIDO LINOLÉICO
Em tubos de ensaio, misturar 0,4mL do extrato com 5 mL da solução do sistema BETA-caroteno / ácido linoléico). Homogeneizar os tubos de ensaio no agitador, mantendo em banho-maria à temperatura de 40°C. Feito isso, realizar a primeira leitura após 2 minutos, num comprimento de onda de 470nm, sendo o espectrofotômetro calibrado com água, Realizando uma última leitura, após 120 minutos. Os testes foram realizados em triplicata, em quatro concentrações diferentes da amostra (200ppm, 100ppm, 50ppm, 25ppm). Sendo utilizado como controle 0,4mL da solução de trolox (200mg/L). As soluções foram preparadas como segue abaixo:
1. Trolox: dissolver 2mg de trolox aproximadamente em 5mL de álcool etílico completando o volume do balão volumétrico em 10mL, com álcool etílico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste teste usando o sistema bata-caroteno/ácido linoléico foi verificado também uma boa atividade antioxidante, pois o mecanismo proposto neste teste é de inibição da oxidação lipídica, então verificamos que a uma concentração de 200 mg/mL o ácido anacárdico apresentou inibição da oxidação de 41,5 % (Fig. 1), em concentações menores o resultado ainda foi bom, pois com 1000 ppm a inibição da oxidação foi de 32,36 % (Tab, 1), consideramos um bom resultado, mesmo quando comparado com o controle o Trolox que em 200 mg/mL apresentou um percentual de inibição da oxidação de 91,67% e o BHT de 89,17%.. Os constituintes do líquido da castanha de caju (LCC) em trabalhos anteriores, realizados por OLIVEIRA et al. (2010) foi verificado que todos os seus constituintes, ácido anacárdico, cardanol e cardol apresentaram boa atividade antioxidante, frente aos radicais livres DPPH e ABTS. De acordo com DUARTE at al. (2006) trabalhando com frutas, a inibição da oxidação para o açaí foi de 72%. Para MELO et al. (2006) trabalhando com hortaliças comestíveis verificou que a inibição da oxidação para alface crespa foi de 75%. Em nosso trabalho utilizamos a substância pura, mas podemos dizer que a castanha é uma semente altamente oxidante pela presença desses componentes.
CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que o ácido anacárdico apresentou boa atividade antioxidante no teste do sistema beta-caroteno/ácido linoléico.
AGRADECIMENTOS: AO LABORATÓRIO DE PRODUTOS NATURAIS - LPN - UECE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AGOSTINI-COSTA, T. S. et al. Determinação de ácido anacárdico em pedúnculos de caju. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.5, n.2, p.77-81, 2003.
GUERRA E. J. I. (2001). Oxidative stress, diseases and antioxidant treatment. Anales Medicina Interna, 18: 326-335.
MARCO, G. A rapid method for evaluation of antioxidants.Journal of the American Oil Chemists’ Society, v.45, p.594-598, 1968.
MILLER, H.E. A simplified method for the evaluation of antioxidant. Journal of the American Oil Chemists’ Society, v.48, p.91, 1971.
PARAMASHIVAPPA R.; PHANI KUMAR P.; VITHAYATHIL P.J.; SRINIVASA RAO A. (2001). Novel method for isolation of major phenolic constituints from cashew (Anacardium occidentale L.) nut shell liquid. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 49: 2548-2551.
