ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: VISÃO DE ALUNOS SOBRE OS FATORES QUE DIFICULTAM O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
AUTORES: GALLO, T. O. (UFS) ; SILVA FILHO, J. C (UFS) ; WARTHA, E. J.; (UFS)
RESUMO: O presente trabalho traz como objetivo identificar a visão dos alunos que fazem parte da EJA – Educação de Jovens e Adultos – no ponto de vista referente às problemáticas envolvidas no Ensino-Aprendizagem. Para identificar a visão destes estudantes sobre os fatores que dificultam o processo de ensino e aprendizagem foram realizadas entrevistas através de questionários. O estudo mostrou que a visão dos alunos sobre os fatores que dificultam o ensino e aprendizagem de química está mais atrelada à disciplina quando está é apresentada com excesso de teorizações do que pelas abordagens e práticas pedagógicas dos professores em sala de aula, como também a fatores externos a exemplo do cansaço, devido ao trabalho diário.
PALAVRAS CHAVES: educação de jovens e adultos, dificuldades de ensino e aprendizagem em química
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino amparada por lei e voltada para pessoas que não tiveram acesso, por algum motivo, ao ensino regular na idade apropriada (BRASIL, 1996). A história da Educação de Jovens e Adultos apresenta muitas variações ao longo do tempo, e está estreitamente ligada às transformações sociais, econômicas e políticas que caracterizaram os diferentes momentos históricos do país (Haddad, 2002). Segundo as diretrizes curriculares nacionais para o ensino de jovens e adultos (DCN EJA) o aluno pertencente a esta modalidade de ensino precisa adquirir competências que lhe proporcione usufruir seus direitos e atuar como cidadão crítico na sociedade em que está inserido. Este é um público que traz consigo uma bagagem cultural diversificada e acumulada, e isto poderia ser explorado no desenvolvimento de ações que definam seu processo de escolarização. Na aquisição destas competências a função do professor é muito importante. Nesse sentido, o papel docente é de fundamental importância no processo de reingresso do aluno às turmas de EJA. Por isso, o professor da EJA deve, também, ser um professor especial, capaz de identificar o potencial de cada aluno. O perfil do professor da EJA é muito importante para o sucesso da aprendizagem do aluno adulto que vê seu professor como um modelo a seguir. (Lopes e Souza, 2007). Neste trabalho, pretende-se identificar o pensamento discente em relação ao processo de ensino e aprendizagem, mais particularmente sobre as dificuldades de aprendizagem dos estudantes desta modalidade de ensino.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada com 60 alunos que freqüentam aulas de Química na Educação de Jovens e Adultos em três escolas da rede estadual de Sergipe nos municípios de Malhador (escola A), Itabaiana (escola B) e Ribeirópolis (escola C), com o objetivo de verificar possíveis relações entre as dificuldades de ensino-aprendizagem dos estudantes em três realidades diferentes. Foi aplicado um questionário semi–estruturado com 24 questões. As questões foram organizadas em algumas categorias, desejando levantar aspectos que envolvessem o perfil do alunado, a visão que possuem de sua escola e dos professores e o ensino e aprendizagem de Química. Os questionários foram aplicados em duas etapas nas três escolas no período noturno. A primeira etapa com o levantamento do perfil dos alunos, da escola e professores que lecionam na EJA, a segunda em referência ao ensino e aprendizagem de Química na visão dos estudantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ensino médio da EJA, nas escolas pesquisadas é dividido em módulos, com excessiva carga horária semanal. A disciplina de química possui carga horária de 160 aulas/módulo, dados em um semestre, divididos em 8 aulas semanais. Essa sobrecarga de aula pode contribuir para uma baixa aprendizagem dos alunos, pois, recebem várias informações, não conseguindo aprender e fazer relações com o que foi trabalhado. A análise dos dados identificou alguns aspectos em relação à visão dos discentes que fazem parte da EJA das escolas pesquisadas. De forma geral, observa-se que a realidade dos discentes nestas diferentes escolas são bem similares, e que as dificuldades apresentadas são muito próximas. Assim, foi possível identificar que: os discentes possuem faixa etária alta, com grande distorção entre a idade-série e muitos anos sem frequentar a escola; apresentam muitas dificuldades com cálculos, com a linguagem e a interpretação, como também, a memorização de conteúdos para realizar as provas; por serem em grande maioria trabalhadores, apontam o cansaço como fator negativo para a aprendizagem, não gostando de atividades que acentuem o desgaste do dia de trabalho, como copiar muito do quadro e aulas expositivas com muita teoria e cálculos; consideram que suas dificuldades são inerentes à própria disciplina de química, não relacionando-as com a metodologia de seus professores; apesar de acharem a disciplina interessante, taxam-na muito complicada e difícil, relacionando-a com conteúdos de difícil compreensão como distribuição eletrônica, tabela periódica e os átomos; criticam as formas de avaliação, desejando ser avaliados de outras maneiras; consideram as aulas experimentais e como uma forma de melhorar a aprendizagem e tornar as aulas mais dinâmicas.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Aqui, objetivou-se identificar o pensamento discente em relação ao processo de ensino e aprendizagem, mais particularmente sobre as dificuldades de aprendizagem dos estudantes da EJA na disciplina de química. O que se pretende é mostrar que essa modalidade de ensino deve ser reparada com um olhar especial, pois existem pessoas – jovens e adultos – que em sua maioria possuem histórias de vida de luta, força de vontade e superação para continuarem os estudos na esperança de uma vida mais digna ou com mais oportunidades no futuro.
AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem aos diretores das respectivas escolas alvo da pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº. 9.394, Brasília. 20 de dezembro de 1996.
LOPES, S. P & SOUZA, L. S. EJA: Uma Educação possível ou mera Utopia? In: Centro de Referencia em Educação de Jovens e Adultos. Revista Eletrônica. Disponível em:< http://cereja.org.br> acesso em 27/04/2010.
HADDAD (Coord.), Sérgio. Educação de jovens e adultos no Brasil (1986-1998). Brasília: MEC/INEP/COMPED, 2002. p. 25-54. Série: Estado do Conhecimento.