ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Preparação de um indicador ácido-base natural de açaí (Euterpe oleracea) com materiais alternativos no intuito de dinamizar o ensino de funções inorgânicas (ácidos e bases) para a nona série do ensino fundamental da Escola Pe Gabriel Bulgarelli – Ananinde
AUTORES: SILVA, M.C.C (IFPA)  ; DURVAL, A. Q (IFPA)  ; AMARAL, E.S (IFPA)
RESUMO: Este foi um dos experimentos integrantes de um projeto desenvolvido com o objetivo de 
facilitar o aprendizado dos alunos da nona série do ensino fundamental da escola Padre 
Gabriel Bulgarelli, no qual utilizou-se o extrato de  açaí (Euterpe oleraceae) como 
indicador natural para classificar substâncias ácidas e básicas (limão, vinagre, leite 
de magnésia e detergente), devido ser um fruto regional rico em antocianina. 
PALAVRAS CHAVES: ensino, antocianinas, indicador de ph.
INTRODUÇÃO: Segundo Paulo Freire, O educador de química é aquele que contextualiza os 
conhecimentos químicos com aspectos sociais, relacionando conceitos químicos com o 
cotidiano dos alunos e uma reconstrução de idéias com a finalidade de permitir ao 
aluno desvendar as realidades existentes. (FREIRE, 1970, p 68)
O aluno da nona série do ensino fundamental tem seu primeiro contato com a química, 
pensando nisso para tornar a aula mais interessante o professor poderá dinamizá-la 
com práticas que possam facilitar o entendimento e a compreensão dos conceitos sobre 
ácido-base. Nesse contexto torna-se interessante o uso de materiais alternativos que 
façam parte do cotidiano do aluno, para demonstrar como a química está presente no 
dia-dia. Dessa forma utilizou-se o açaí como indicador natural de ácido-base, já que 
o mesmo contém antocianinas que são substâncias responsáveis pelas colorações nos 
tecidos vegetais, especialmente em flores e frutos. O extrato do açaí atua como 
indicador ácido-base, uma vez que, as antocianinas presentes neste são responsáveis 
por mudanças na coloração de acordo com o meio em que se encontra.
MATERIAL E MÉTODOS: 1 unidade de filtro de papel para café n°103
5 copos de vidro de 200 mL
3 seringas descartáveis (2 de 5 mL e 1 de 10 mL)
1 vidro de cor marrom (âmbar) de 100 mL
1 suporte para filtro de coar café
1 colher de sopa
50 g de “vinho” de açaí 
100 mL de álcool etílico a 70%
5 mL de suco de limão
5 mL de hidróxido de magnésio (leite de magnésia)
5 mL de detergente
5 mL de vinagre
40 mL de água
O experimento compreende duas etapas:
1ª etapa: Preparo do extrato do açaí
 Dissolveu-se 50 g do vinho do açaí em 100 mL de álcool etílico a 70 %. Agitou-se 
várias vezes usando uma colher. Com auxílio do suporte para coar café, filtrou-se a 
mistura para um dos copos de 200 mL. Em seguida, armazenou-se o filtrado no vidro 
âmbar.
2ª etapa: realização do experimento com indicador natural de açaí.
Numerou-se quatro copos de 200 mL de 1 a 4. Utilizando seringas descartáveis, 
adicionou-se no copo N° 1, 5 mL de suco de limão, 10 mL de água e 5 mL de extrato de 
açaí; no copo N° 2, adicionou-se 5 mL de hidróxido de magnésio (leite de magnésia), 
10 mL de água e 5 mL de extrato de açaí; no copo N° 3, adicionou-se 5 mL de 
detergente, 10 mL de água e 5 mL de extrato de açaí; e, no copo N° 4, adicionou-se 5 
mL de vinagre, 10 mL de água e 5 mL de extrato de açaí, respectivamente. 
Observou-se o que aconteceu em cada recipiente e promoveu-se, com os alunos, uma 
discussão sobre o comportamento de cada material adicionado ao extrato de açaí.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Copo n° 1: alcançou a coloração vermelho claro
Copo n° 2: a coloração alcançada foi esverdeada
Copo n° 3: coloração roxo claro
Copo n°4: coloração vermelho claro
O açaí tornou-se avermelhado na presença de soluções ácidas; esverdeado em soluções 
básicas e roxo claro em soluções neutras. 
Ao observar o extrato de açaí adicionado no limão, vinagre, leite de magnésia e 
detergente, os alunos conseguiram relacionar as diferentes colorações alcançadas com 
o meio em que se encontravam cada substância. Este método foi de fundamental 
importância para fixação do conteúdo ministrado, uma vez que os alunos da escola em 
que o projeto foi desenvolvido apresentavam notas muito baixas na disciplina em 
questão (ciências), após a aplicação do projeto, as notas que apresentava-se média de 
5,2, subiram para 7,1. Sendo que 85% dos alunos atribuíram a melhora das notas ao 
projeto aplicado.  
CONCLUSÕES: A metodologia aplicada facilita a abordagem didática de conceitos e a simplicidade da 
parte experimental torna viável em escolas sem infra-estrutura laboratorial.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao professor João Ricardo Rêgo e aos alunos participantes do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DAMASCENO D.; OLIVEIRA, J.C.; PINTO, P.G.; LEMES, G.G.; LEITE, V.C. Aplicação de extrato de açaí no ensino de química, 2000, Disponível em : http://www.prp.ueg.br/06v1/ctd/pesq/inic_cien/eventos/sic2005/arquivos/exatas/aplicacao_extrato.pdf Acesso 22/ 04/ 2011
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 24. ed. – Rio de Janeiro:  Paz e Terra, 1970.
