ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: JOGO EDUCATIVO PERFIL QUÍMICO: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM LÚDICA DE ENSINO DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA/QUÍMICA
AUTORES: JUNGER, D. L. (IFES) ; SILVA, L. P. C. (IFES) ; ALBUQUERQUE, L. C. C. (IFES) ; AVILA, M. A. (IFES) ; LEITE, S. Q. M. (IFES)
RESUMO: Foi desenvolvida uma pesquisa sobre uso de jogos educativos no Ensino de Química que
culminou na construção de um jogo didático voltado para o ensino da História da
Ciência/Química. Optou-se por criar um jogo educativo de tabuleiro, de caráter
competitivo, com perguntas e respostas objetivas voltadas para o processo de ensino-
aprendizagem da História da Ciência/Química, cujo objetivo é de servir como estratégia
de ensino complementar ao Ensino de Química de Ensino Médio. Após a aplicação do jogo
em uma turma de sétimo período percebeu-se que houve um momento de descontração com
debates sobre a História da Ciência/Química induzidos pelas perguntas. O jogo educativo
se constituiu como estratégia complementar ao ensino regular de Química, promovendo uma
leitura crítica e contextualizada.
PALAVRAS CHAVES: ensino de química, estratégia de ensino de ciências, jogo didático
INTRODUÇÃO: De uma maneira geral, o professor das disciplinas de Ciências da Natureza e das
disciplinas correlatas tem sido cada vez mais forçado a repensar suas práticas
pedagógicas, renovando as formas de contextualização para motivar o aluno a ter
interesse pelo estudo das ciências, trazendo-o para sala de aula (Delizoicov et al.,
2002). Dados da avaliação do PISA (Programa internacional de avaliação de alunos)
realizado em 2006 indicam que a situação do ensino de ciências no Brasil é
preocupante. O Brasil vem ocupando a posição número 52 dentro do ranking dos 57
países participantes (Waiselfisz, 2009). Por esse motivo, a literatura da área de
Ensino de Ciências e Matemática tem apresentado alternativas que propiciem a
aproximação do conhecimento cientifico escolar do aluno da Educação Básica (Mendonça
e Leite, 2010). O presente trabalho consistiu numa análise e desenvolvimento de uma
proposta de estratégia de ensino de ciências/química baseada em abordagens lúdicas
(Domingos e Recena, 2010). Durante a disciplina Instrumentação para o Ensino de
Ciências do curo de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Espirito Santo
foi desenvolvida uma pesquisa sobre uso de jogos educativos no Ensino de Química que
culminou na construção de um jogo didático voltado para o ensino da História da
Ciência/Química.
MATERIAL E MÉTODOS: A proposta do jogo educativo foi baseada em Marconi e Lakatos (2010)e Rubinger
(2007). Visava abordar acontecimentos e nomes da História da Ciência, de forma
crítica e contextualizada. Buscava-se permitir aos alunos a apropriação das teorias
formuladas, marcos históricos, necessidades dos instrumentos de medida e, até mesmo,
novas abordagens da Matemática e da Física para a compreensão dos fenômenos da
natureza. Optou-se por criar um jogo educativo de tabuleiro, de caráter competitivo,
com perguntas e respostas objetivas voltadas para o processo de ensino-aprendizagem
da História da Ciência/Química. Para a etapa de criação das ideias e desenhos, foram
utilizadas ferramentas computacionais mais simples como programa MS Paint, o MS Word
e o MS PowerPoint. E a etapa de confecção do tabuleiro foram utilizados o programas
CorelDraw e Photoshop. O modelo do jogo contendo fichas criadas a partir de 10
questões sobre 20 químicos importantes da História da Ciência/Química. Na confecção
das fichas foram escolhidos 20 personagens da história da química, sendo eles: 1 -
Antoine-Laurent de Lavoisier; 2 - Benoit-Pierre-Émile Clapeyron; 3 - Dmitri
Ivanovitch Mendeleev; 4 - Dorothy Mary Crowfoot Hodgkin; 5 - Ernest Rutherford; 6 -
Friedrich August Kekulé; 7 - Gilbert Newton Lewis; 8 - Henri Louis Le Chatelier; 9 -
Jacques Alexandre César Charles; 10 - Johannes Diderik van der Walls; 11 - John
Dalton; 12 - Jöns Jacob Berzelius; 13 - Joseph John Thompson; 14 - Linus Carl
Pauling; 15 - Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro; 16 - Louis Joseph Gay-Lussac ; 17
- Marie Sklodowska Curie; 18 - Niels Henrik David Bohr; 19 - Robert Wilhelm Eberhard
von Bunsen; 20 - Svante August Arrhenius.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Sobre cada personalidade foram criadas dez dicas que abordaram sua importância para
química, curiosidades e fatos de sua vida pessoal. Escolheu-se apresentar essas dicas
na primeira pessoa para ter aproximação entre o jogador e o(a) químico(a) em questão.
O tabuleiro foi pensado de fácil interpretação, tendo um espaço, com marcadores de 1
a 10, para indicar as questões já abordadas. Outro espaço para os jogadores avançarem
com os pinos em um caminho a ser percorrido. Para iniciar o jogo, é necessário
decidir quem será o mediador. Então, ele deve pegar a primeira ficha da pilha. O
jogador sentado à esquerda do mediador deve escolher uma dica de 1 a 10 e, em
seguida, coloca uma ficha vermelha sobre o círculo no tabuleiro de mesmo número. O
mediador lê em voz alta a dica com o número escolhido pelo jogador e o jogador que
escolheu têm o direito de dar um palpite sobre a identidade da cartela, dizendo em
voz alta quem ele pensa estar retratado nela. Após a aplicação do jogo em uma turma
de sétimo período percebeu-se que houve um momento de descontração com debates sobre
a História da Ciência/Química induzidos pelas perguntas. O jogo educativo se
constituiu como estratégia complementar ao ensino regular de Química, promovendo uma
leitura crítica e contextualizada do mundo.
CONCLUSÕES: O jogo educativo, aqui chamado de Perfil Químico, se mostrou muito eficiente para um
momento de introdução da química, podendo ser aplicado tanto no Ensino Médio como no
Ensino Fundamental, se constituindo como sendo uma estratégia complementar ao ensino
regular. A aplicação de jogo educativo se constituiu em uma oportunidade para reflexão
sobre a História da Ciência/Química, produzindo conexões e reflexões sobre a não
neutralidade da ciência para a sociedade, se constituindo como sendo uma abordagem
CTSA, conforme Santos e Schnetzler (1997).
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Campus Vitória do IFES pela oportunidade da pesquisa.
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