ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: EXPERIMENTOS DE BAIXO CUSTO COMO AGENTE FACILITADOR DE APRENDIZAGEM EM QUÍMICA
AUTORES: REGO, P.P.A. (FAMASUL) ; SILVA, L.O. (FAMASUL) ; FERNANDES, E.L. (FAMASUL) ; DIAS, I.J.M. (FAMASUL)
RESUMO: O principal objetivo do trabalho consiste em pesquisar alternativas para experimentos utilizando materiais de baixo custo, com o intuito de promover a experimentação em sala de aula ou laboratório para o ensino de ciências, de forma a tornar as aulas mais interessantes e compreensíveis, estimulando o processo de ensino-aprendizagem. O estudo se justifica pela carência de experimentos na rede de ensino, considerando o que muitos educadores apontam que a experimentação não é possível devido à falta de laboratórios bem equipados, excesso de alunos em sala de aula, entre outros motivos. Através de da aplicação de um questionário e da realização de aula experimental para obtenção de cristais de licopeno e de sua obtenção por cristalização.
PALAVRAS CHAVES: experimentos, ensino de química, materiais de baixo custo.
INTRODUÇÃO: Apesar de muito importante para melhor compreensão do mundo ao nosso redor, a química abordada no ensino médio por diversas vezes é vista como um assunto que não desperta o interesse dos estudantes, apesar de possuir um conteúdo vasto e que se encontra extremamente presente em nosso cotidiano. A aula prática é uma maneira eficiente de ensinar e melhorar o entendimento dos conteúdos de química, facilitando a aprendizagem. Há professores que defendem o uso da experimentação em sala de aula e utilizam o argumento do aumento do interesse, da motivação e da ludicidade. Os que são contrários, geralmente são conteudistas. No entanto, é notório que a maioria dos educadores em química defende a experimentação nas aulas de química (NOÉ et al., 2010). Os experimentos facilitam a compreensão da natureza da ciência e dos seus conceitos, auxiliam no desenvolvimento de atitudes científicas e no diagnóstico de concepções não científicas. Além disso, contribuem para despertar o interesse pela ciência (GUIMARÃES, 2009 e SBQ, 2010). Esse trabalho tem como objetivo utilizar um experimento alternativo com matérias de baixo custo para extração e cristalização do licopeno presente no tomate, com o intuito de contextualizar determinados conteúdos de química.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho de pesquisa, foi pesquisado um experimento adaptado com materiais mais acessíveis e de menor toxicidade para extração do licopeno do toamate. O trabalho foi desenvolvido numa turma do primeiro período de química desta IES. Incialmente foi aplicado um questionário, a fim de levantar os conhecimentos prévios dos alunos, a respeito de métodos de separação e obtenção de substancias. Utilizamos para extração e cristalização do licopeno do tomate, uma metodologia desenvolvida e que adaptamos para melhor adequação a nossa realidade (NUNES e MERCADANTE, 2004). A turma foi dividida em grupos de 5 alunos. Cada grupo utilizou 25 g de tomates maduros triturados, até obtenção de uma massa parecida com um molho de tomate comercial. Foram realizadas 4 extrações com 25 mL de etanol a frio com 10 minutos de agitação continua, com intuito de extrair a maior quantidade de água possível, o que facilitaria o processo de extração do licopeno posteriormente. Após filtração, foi adicionada a massa de tomate obtida 40 mL de acetato de etila para extração do licopeno, a mistura foi agitada por 30 minutos, filtrada e o material obtido foi colocado em um roto-evaporador para obtenção do extrato concentrado. O extrato foi dissolvido em diclorometano/etanol (1:4) a temperatura de 50-60ºC, colocado em banho de gelo para abaixamento gradual da temperatura e em seguida levado ao freezer por uma noite para a formação dos cristais. Os cristais foram filtrados, lavados com etanol gelado, e seco em estufa a vácua à temperatura ambiente. O procedimento de cristalização foi novamente realizado. Após a aula experimental o questionário foi aplicado novamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Antes e após a realização do experimento, foram aplicados questionários aos alunos para obtenção de dados a respeito do conhecimento prévio dos conceitos abordados e o impacto das atividades realizadas na apreensão dos conteúdos. Os dados obtidos a partir das respostas do questionário aplicado antes da aula e após a aula teve seus resultados analisados e comparados. A analise dos dados mostrou uma evolução no processo de ensino-aprendizagem. Os alunos puderam entender de forma bem mais significativa o conteúdo de química trabalhado em sala de aula. O procedimento de extração do licopeno foi realizado de forma qualitativa, o objetivo era obter os cristais, o que foi feito de maneira razoavelmente fácil e sem o uso de grande quantidade de solventes.
CONCLUSÕES: Após a abordagem em sala de aula, e a partir dos questionários aplicados ao final da aula, o professor verificará o resultado através da comparação dos questionários e depoimentos dos alunos em relação à atividade proposta. Além disso, a utilização da atividade experimental permitiu aos alunos uma melhor compreensão sobre os processos de separação obtenção de substancias. Com esse trabalho podem ser discutidos assuntos como separação de misturas de substancias, propriedade físico-químicas de substancias, forças intermoleculares, rotinas de segurança e procedimentos laboratoriais.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BORGES, A. T. 1997. O papel do laboratório no ensino de ciências. Atas do I ENEC, p. 2-11. Águas de Lindóia, SP.
GUIMARÃES, C.C. 2009. Experimentação no ensino de química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química nova na escola. v. 31, n 3, p. 198-202.
NOÉ, O.; HERBERT, M.; SOARES, F.B. 2010. Trabalhando com materiais alternativos nas aulas experimentais de química. XV Encontro Nacional de Ensino de Química, Brasília.
SOCIEDADE BRASILIERA DE QUÍMICA (org.) 2010. A química perto de você: Experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e médio. 1ª Edição, São Paulo.
NUNES, I.L. e MERCADANTE, A. Z. 2004. Obtenção de cristais de licopeno a partir de descarte de tomate. Ciência e Tecnologia dos Alimentos. Campinas, v. 24, n. 3, p. 440-447