ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: CONDUTIVIDADE ELÉTRICA: AULA PRÁTICA POR MEIO DE UM EXPERIMENTO QUÍMICO
AUTORES: NASCIMENTO, E. M. M. (UEAP) ; RODRIGUES, M. B. P. (UEAP) ; SILVA, E. C. (UEAP) ; NASCIMENTO, S. S. F. (UEAP)
RESUMO: As problemáticas encontradas no ensino de Química são questões de debates, pois esta disciplina traz consigo um estigma de que se trata de uma disciplina de difícil aprendizado pelos alunos, principalmente entre os alunos do Ensino Médio. Preocupados com essa realidade enfrentada pelos alunos, acadêmicos do curso de Licenciatura Plena em Química da Universidade do Estado do Amapá – UEAP desenvolveram uma pesquisa em que a inclusão de uma aula prática de Química aos alunos do 1º do Ensino Médio noturno de uma instituição pertencente à rede estadual de ensino mostrou que estes alunos desenvolvem mais interesse e atenção a esse tipo de aula, favorecendo um maior aprendizado. O ensino de Química ligando teoria e prática favorece um aprendizado eficaz e de qualidade aos alunos.
PALAVRAS CHAVES: ensino de química. aula prática. ensino-aprendizagem
INTRODUÇÃO: Para aprender como realmente funciona o mundo da Química as experiências são importantíssimas porque é mais fácil para a explicação e compreensão usar experimentos do que explicar apenas de forma teórica. O ensino da Química de forma experimental não significa que seu conteúdo será estudado a partir das experiências, pois esta metodologia de ensino “pode desenvolver algumas capacidades, mas ficar-se-á sempre muito aquém do que pode ser atingido ao pegar num determinado tema e estudar as várias facetas deste” (MATA et. al., 2004). Com a utilização e aplicação de experimentos desenvolve-se nos alunos a observação e reflexão, esta é a educação que informa e forma o aluno como cientista da vida e como cidadão.
Por volta de 1887 o químico sueco Svant August Arrhenius interpretou a condutibilidade elétrica das soluções salinas supondo que o sal em solução está de fato dissociado em dois tipos de partículas independes, umas carregadas positivamente e outras negativamente, os íons. Os íons permitem assim unificar o campo da eletroquímica com aquele, muito mais antigo, da química dos sais, dos ácidos e das bases (BENSAUDE-VICENT, 1992). Assim, segundo a teoria de Arrhenius uma substância que se dissolve para dar uma solução que conduz eletricidade é chamada de eletrólito.
Avaliando o livro didático do 1º ano do Ensino Médio constatou-se que este assunto é abordado como a parte introdutória de funções inorgânicas, mas, em sala de aula, por diversos motivos, muitas vezes nem é mencionadas. Logo, objetivando auxiliar no aprendizado dos alunos sobre o assunto condutividade elétrica é proposto aula prática com a realização de experimento.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Professora Esther da Silva Virgolino, localizada na zona norte de Macapá. Os sujeitos da pesquisa foram os alunos do 1º ano do Ensino Médio do período noturno. Ao total foram pesquisadas quatro turmas da referida instituição de ensino.
Logo, surgiram diversas maneiras de como interferir nesta realidade encontrada, sempre com a ideia de contribuir para um aprendizado eficaz e que chamasse a atenção e interesse dos alunos.
Escolha do experimento e planejamento da aula
Como o intuito não era atrapalhar e nem modificar a sequência de aulas foi aproveitado o próprio assunto que estava ensinando. Nesta parte introdutória o livro didático aborda os experimentos realizados por Svant August Arrhenius sobre a condutividade elétrica das soluções. O livro didático ainda possui um roteiro para a realização deste experimento.
A aula foi planejada pelos acadêmicos e foi ministrada no tempo de 2 horas/aula para cada turma, sendo que as aulas foram executadas para duas turmas por dia totalizando quatro turmas
Execução da Aula
A aula foi dividida em dois momentos que se intercalavam para um melhor entendimento dos alunos, sendo estes momentos um teórico e outro prático; a parte teórica foi realizada com o auxílio de apresentação do assunto em slides, que contavam com apoio de vídeos e animações; a parte prática foi a realização do experimento utilizando materiais e reagentes que estão presentes no cotidiano dos alunos como vinagre, sal de cozinha, água de torneira, etc. A montagem do equipamento de teste de condutividade elétrica foi realizada pelos acadêmicos. Ao final da aula os alunos receberam um exercício acerca do assunto para responderem e entre as questões havia uma para a avaliação da aula ministrada pelos acadêmicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aula ministrada pelos acadêmicos alcançou os objetivos propostos e foi bastante comentada pelos alunos. Houve interesse e atenção dos alunos e principalmente a participação, pois durante a aula faziam bastantes questionamentos porque aquela aula lhes despertou a curiosidade. Era durante os testes de condutividade que eles mais realizam perguntas e questionamentos, pois queriam realmente entender o que se passava naquelas soluções para conduzir corrente elétrica.
Avaliação dos Alunos
Os alunos responderam o exercício de forma satisfatória, o que era esperado. E na pergunta realizada a eles a respeito da aula, foram quase todos unânimes em relatar que a aula foi produtiva e interessante, pois nunca professor algum tinha realizado experiência em sala de aula para explicar os assuntos. E segundo palavras dos alunos fica mais fácil aprender “porque você vê o que está ocorrendo, porque só com a explicação muitas vezes não se entende o que o professor quer dizer”.
Os alunos poderiam dar uma nota de zero a dez para a aula e para os acadêmicos e a média da nota dada foi 9,0. Sempre tecendo comentários de aprovação pela explicação e pelo experimento realizado. Estes comentários de aprovação confirmam o que era esperado, pois as partes envolvidas tinham convicção de que os alunos iriam apoiar a iniciativa e se interessar por ela.
CONCLUSÕES: A Química não pode ser dividida em duas classes de estudo, uma teórica e outra prática, porque a teoria e prática são inerentes ao campo da Química e é na sua ligação que se constrói o conhecimento; conhecimento este que muitas vezes não pode ser ensinado somente de forma oral ou escrita. O ensino da Química não pode estar distante da realidade dos alunos. Portanto, o que se espera é a motivação para continuar na busca de melhores condições de ensino para que se concretize um melhor aprendizado; e resultando, desta forma, na qualidade da educação.
AGRADECIMENTOS: A Deus. A Escola Estadual Professora Esther da Silva Virgolino. Aos alunos peça fundamental nesta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BENSAUDE-VICENT, B; STENGERS, I. História da Química. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.
MATA, P. Cientistas de Palmo e Meio: uma brincadeira muito séria. 2004.