ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: EXPERIMENTOS LÚDICOS NO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: SANTOS, V.F. (IFG) ; ALVES, B. H. P. (IFG) ; SILVA, L. O.P. (IFG)
RESUMO: Grande parte dos alunos tem dificuldade na abstração dos conteúdos químicos e não
conseguem assimilar, nem estabelecer relações dos mesmos em seu cotidiano. Nos últimos
anos, alguns professores vêm buscando metodologias diferentes para trabalhar os
conteúdos, visando torná-lo de mais fácil entendimento. Uma situação frequente nas
escolas públicas é a ausência do espaço do laboratório para que sejam desenvolvidas
aulas práticas, mas mesmo as escolas que tem esse espaço apresentam dificuldades por
não terem os reagentes necessários para os experimentos. Por isso a pesquisa, consistiu
em propor aulas experimentais divertidas,ou seja, lúdicas com os alunos, utilizando
materiais de baixo custo e fácil acesso, para que alunos e professores sejam motivados
a uma construção diária de conhecimento.
PALAVRAS CHAVES: ludismo, experimentação, ensino de química.
INTRODUÇÃO: A maneira como a química vem sendo abordada nas escolas por alguns professores, tem
contribuído para a difusão de concepções distorcidas dessa ciência, uma vez que os
conceitos são apresentados de forma puramente teórica, como algo que se deve
memorizar e que não se aplica a diferentes aspectos da vida cotidiana. Segundo
Soares (2008), os professores devem buscar alternativas para tornar a disciplina mais
compreensível, assim, o uso de práticas lúdicas é válido, pois além do lazer, o
lúdico é um método de desenvolvimento intelectual. As práticas de laboratório são
atividades envolventes capaz de promover uma participação efetiva dos alunos e
estimular a busca de conhecimento por serem ações vividas e sentidas e não
obrigatoriamente decoradas. O presente trabalho justificou-se pelo interesse que os
alunos demonstram em sala de aula, em desenvolver atividades experimentais. E teve
como objetivo elaborar, juntamente com os professores de ensino médio de uma escola
pública de Itumbiara-GO, aulas experimentais de química de caráter lúdico, que
despertem a curiosidade do aluno e o interesse pela ciência Química, com práticas que
envolvam a contextualização do ensino e o cotidiano do aluno.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi desenvolvido em uma escola da rede pública de ensino, com alunos da 3º
série do ensino médio durante três aulas, disponibilizadas pela professora da
disciplina. Em um primeiro momento, foram feitas visitas a escola a fim de verificar
o espaço destinado ao laboratório de ciências e também a estrutura da sala de aula e
de outros espaços como o auditório. Após isso foram pré selecionadas 15 práticas
experimentais que foram apresentadas a professora de química e destas foram
escolhidas 6 para serem aplicadas(reciclando uma lata; o balão e a agulha; enchendo o
balão; o que sobe e o que desce; a gasolina está adulterada?; chama fria) as quais os
conteúdos relacionados eram referentes a 1º, 2º e 3º série do ensino médio. Os alunos
foram divididos em seis grupos, e alguns estudantes do curso de Licenciatura em
Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Itumbiara
monitoraram a realização das práticas pelos grupos. Cada grupo recebeu um roteiro e
realizou uma das praticas supracitadas, após a realização da destas seguindo o
roteiro, foram distribuídos para cada grupo um questionário referente aos resultados
obtidos. Após responderem o questionário cada grupo apresentou as experiências e os
resultados analisados para os outros colegas e a partir das conclusões deles eram
feitas mediações pelos monitores e professora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A escola e a professora demonstraram grande interesse e disponibilidade desde o
inicio no desenvolvimento deste trabalho, principalmente na realização com uma turma
de 3º serie do ensino fundamental, por serem alunos mais experientes. De acordo com
Vigotski (1997) a fase em que esses alunos se encontram é a que se constitui a
capacidade do pensamento conceitual, ou seja, a plena capacidade para o pensamento
abstrato. As praticas foram todas realizadas com materiais de baixo custo e fácil
acesso, como copos, balões, alfinetes, lavadeiras, entre outros. Durante a execução
era possível perceber a satisfação dos alunos e o espanto apresentado com alguns
resultados, alguns grupos, demonstraram dificuldades em analisar criticamente o que
acontecia, outros, no entanto conseguiram relacionar com facilidade a teoria
aprendida na sala de aula com as práticas realizadas. Através da apresentação de cada
experimento pelos alunos eram feitas mediações a fim de tornar o aprendizado
significativo. Após a realização do trabalho foram distribuídos aos professores
cópias dos roteiros desenvolvidos estes se mostraram muito interessados em continuar
a realizar trabalhos como este em todas as séries. A satisfação dos alunos foram
percebidas através de comentários como “A aula foi muito boa, pois relembramos e
aprendemos conceitos brincando e descontraindo, e considero esta uma maneira de
enganar o cérebro, pois ele aprende sem ficar cansado.”
CONCLUSÕES: o trabalho obteve os objetivos desejados, pois os professores adquiriram conhecimentos
importantes para tornar suas aulas mais interessantes e os alunos aprenderam os
conteúdos de uma maneira divertida. O envolvimento dos estudantes pode ser explicado
através das idéias de Soares (2008), que diz que o interesse é algo pessoal, mas um
mesmo assunto ou objeto pode despertar o interesse em diferentes pessoas. O trabalho
também foi extremamente importante para a formação dos estudantes do curso de
licenciatura em Química, mostrando que é possível ser um agente ativo na transformação
da educação.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
Aos alunos e professores da escola campo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Vaz, W. F; Soares, M.H. F. B. O ensino de química para adolescentes em conflito com a lei: possibilidades e desafios. In: Revista brasileira de pesquisa em educação em ciência, vol.8, n.3, 2008.
Vigotski, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.