ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: ESPECTROSCÓPIO: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DE ASTRONOMIA E QUÍMICA NO MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS
AUTORES: RIBEIRO, F. DE A. (IFRJ)  ; SILVA, I. G. (IFRJ)  ; SILVA, D. F. (MAST)
RESUMO: RESUMO: Com o intuito de contribuir para a divulgação de Química no Museu de Astronomia 
e Ciências Afins (MAST) elaborou-se uma oficina que explorasse a temática do museu, 
discutindo junto ao público relações entre Química e Astronomia. Como elo entre as duas 
grandes áreas, construiu-se um aparato intitulado “espectroscópio” utilizando um CD 
como rede de difração e uma webcam e projetor data show para sua exibição. Além da 
demonstração de espectros satisfatórios para fins de divulgação, o equipamento mostrou-
se eficiente em tornar mais lúdica a atividade e capaz de estimular o público a 
discutir sobre conceitos mais abstratos e de grande aplicação tecnológica.
PALAVRAS CHAVES: museus de ciência, espectroscopia, educação não formal
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Museus e centros de ciência são instituições de destaque no âmbito da 
divulgação científica no panorama atual, diferenciando-se de outros meios através da 
ênfase dada na instrumentalização e no objeto musealizado (LOUREIRO, 2003) e oferecem 
um ambiente propício e instrumentos adequados para motivar futuras buscas por 
conhecimento científico. O presente trabalho traz parte dos resultados de pesquisa de 
monografia de fim de curso (RIBEIRO, 2011) e, tem por objetivo discutir relações 
interdisciplinares entre Química e Astronomia, com destaque para o tema 
espectroscopia e sua aplicação, seja na Química ou na Astronomia, pois “é importante 
que os museus interativos apresentem uma diversidade de possibilidades de aprender 
conhecimentos científicos, abrangendo as mais diferentes áreas, de modo que possam 
atingir os interesses e as necessidades de todos os visitantes” (MORAES, 2003). Era 
de interesse discutir a origem cósmica da diversidade de elementos químicos 
existentes na natureza e a maneira pela qual é possível identificá-los, demonstrando 
como a espectroscopia, cujo desenvolvimento trouxe grandes avanços para a astrofísica 
e também permitiu o desenvolvimento dos atuais modelos de constituição da matéria, é 
capaz de determinar a composição química de um material em laboratório ou mesmo de 
corpos celestes. Para fomentar a discussão e demonstrar o processo de análise 
espectral, elaborou-se um aparato intitulado “espectroscópio” capaz de aludir o 
espectroscópio idealizado por Bunsen e Kirchhoff, similar a outros instrumentos de 
análise espectral que fazem parte da reserva técnica do MAST. Nas seções a seguir, 
destacam-se sua construção e os resultados obtidos em sua aplicação junto a um grupo 
de 20 participantes de uma oficina intitulada “A Química do Espaço”.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: A construção do aparato utilizou os seguintes materiais: 1 caixa 
de madeira (dimensões: 37X13X11 cm); 2 placas de madeira (dimensões: 11X9 cm); 1 
estilete ou tesoura com ponta; fita isolante; tinta preta; 1 CD-R; 1 câmera webcam de 
foco ajustável; computador com o software wxAstroCapture instalado e projetor data-
show (opcional).
Para montagem do espectroscópio, pintou-se o interior da caixa de madeira com tinta 
preta. Nesta cortou-se uma fenda vertical com 2 cm de largura para a entrada de luz e 
outro corte em placa de madeira posicionada no interior da caixa e paralela à 
primeira fenda, porém com um corte mais estreito, com cerca de 2 mm de largura. Esse 
procedimento permite que somente um feixe paralelo de luz entre no espectroscópio. A 
rede de difração pode ser obtida ao retirar a película refletora de alumínio que 
recobre o CD. Para isso, cortou-se o CD em pedaços retangulares (dimensões: 8X8,5 cm) 
com o auxílio do estilete e então se arrancou a película refletora com a fita 
isolante. O pedaço de CD obtido foi encaixado em uma segunda placa de madeira e 
depois colocado no interior da caixa de madeira logo após a segunda fenda. Próximo ao 
recorte de CD posicionou-se uma webcam ligeiramente desviada da direção do feixe de 
luz incidente, de modo a registrar um espectro de primeira ordem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A disposição das partes do espectroscópio pode ser 
visualizada na figura 1. As fontes utilizadas para análise espectral foram duas 
lâmpadas caseiras (uma lâmpada incandescente e uma lâmpada fluorescente). Para a 
análise, é necessário tampar a caixa do espectroscópio e apontar a fenda externa na 
direção da fonte luminosa (lâmpada). No caso da lâmpada incandescente, observa-se um 
espectro contínuo enquanto em uma lâmpada fluorescente é possível observar um 
espectro de emissão. Um espectro em alta resolução do elemento químico fósforo é 
mostrado na figura 2 em comparação ao espectro obtido com o espectroscópio construído 
para demonstração no museu.
A exibição dos espectros mostrou ser uma interessante alternativa para discutir 
fenômenos sobre a estrutura da matéria. Ao término da atividade proposta ao público, 
alguns visitantes foram arguidos quanto ao aspecto que mais lhes chamaram atenção 
durante a atividade. Frases como “Sobre as cores serem uma representação do produto 
químico de sua formação”, “Espectroscópio. É interessante ver como se vê a composição 
do elemento através dele” ou “A relação dos elementos com a luz que eles emitem e 
como isso é essencial para a análise do espaço” revelam que os objetivos do aparato 
foram, a princípio, alcançados e o mesmo é capaz de exercer um forte impacto na 
experiência dos visitantes.

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O espectroscópio demonstrou ser de uso simples e capaz de motivar os 
visitantes na busca de conhecimentos mais elaborados. Apesar da atividade ter sido 
realizada em um museu, fica claro para os autores que o mesmo aparato poderia ser 
utilizado em sala de aula, na discussão de fenômenos relacionados com a estrutura da 
matéria, tema de algumas aulas de Química. Como proposta de futuras melhorias para a 
utilização do aparato, deseja-se adaptar o mesmo para registrar espectros de emissão de 
metais em testes de chama.
AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ pelo apoio e divulgação do trabalho, ao MAST por conceder 
espaço para realização das atividades e ao público participante da pes
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LOUREIRO, José Mauro Matheus. Museu de ciência, divulgação científica e hegemonia. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 1, p.88-95, 2003.
MORAES, Roque. De descobertas a apropriações de discursos: aprendizagens em museus interativos. In: GUIMARÃES, Vanessa Fernandes; SILVA, Gilson Antunes da. Workshop: Educação Museus e Centros de Ciência. Rio de Janeiro: Workshop Sobre Educação em Museus e Centros de Ciência, 2003. p. 44-62.
RIBEIRO, F. de A.. A Divulgação de Química no MAST: O Uso do Tema Astroquímica como Ferramenta para Motivação na Aprendizagem de Química. 2011. 89 f. Monografia (Graduação) - Curso de Licenciatura em Química, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
