ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O PROCESSO DE SAPONIFICAÇÃO: UMA CONTRIBUIÇÃO AO PAPIM EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA ZONA RURAL DE MARABÁ/PA

AUTORES: BITTENCOURT. J. A. (UFPA) ; ROLIM, J. P. (UFPA) ; RIBEIRO, A. F. (UFPA) ; RIBEIRO, F. P. (UFPA) ; LIMA, C. R. (UFPA) ; OLIVEIRA, G. R. F. (UFPA) ; ALVES, A. S. (UFPA) ; PINTO, G. P. (UFPA) ; MOURA, G. M. (UFPA) ; NASCIMENTO, K. M. (UFPA) ; PEREIRA, J. S. (UFPA)

RESUMO: Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a educação deve promover uma missão mais ampla do conhecimento, principalmente contribuindo para a construção de sua cidadania. O presente trabalho tem o objetivo de analisar o projeto do PAPIM em uma escola da zona rural de Marabá, observando o despertar no aluno com a pesquisa científica; a importância da reciclagem de materiais;melhorar o entendimento sobre reações químicas; revelar a importância de instituições que articulam a produção de conhecimento da região. Os resultados alcançados demonstram que os sujeitos envolvidos na intervenção metodológica desenvolvida apresentaram características favoráveis ao modelo e a construção da educação através das intervenções desenvolvidas na educação

PALAVRAS CHAVES: papim, reciclagem de materiais, marabá

INTRODUÇÃO: A Iniciação Cientifica é um instrumento que permite introduzir os estudantes de graduação na pesquisa cientifica. É a possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Nesta perspectiva, a iniciação científica caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. Em síntese, a iniciação científica pode ser definida como instrumento de formação.
Segundo Predebon e Del Pino (2009),mesmo tendo “aprendido” teorias de ensino e aprendizagem contemporâneas os futuros professores não conseguem aplicá-las, pois afinal não as vivenciaram efetivamente.
Isto se justifica pelo fato de ainda existir nos cursos de licenciatura uma lacuna no que se refere à prática dos futuros professores na vivência metodológica. A prática outrora aprendida dentro de sala de aula nos cursos de graduação, poucos são vivenciados nas escolas onde serão futuros ambientes de trabalho para os formandos. Isso dificulta tanto uma análise mais efetiva do real problema na educação, quanto à consciência de buscar mudanças educacionais que visem preparar os alunos do ensino médio para um futuro profissional qualificado.
O Programa de Apoio a Projetos de Intervenção Metodológica (PAPIM) tem como objetivo incentivar e apoiar o desenvolvimento de atividades e experimentos que acrescentem métodos e técnicas inovadoras e eficazes no processo de ensino e aprendizagem na educação básica, profissional e superior. Através do PAPIM foi possível realizar, em uma escola da zona rural em Marabá, um trabalho de importância para a sociedade, contribuindo para despertar nos jovens estudantes a participação à iniciação científica

MATERIAL E MÉTODOS: A primeira etapa foi à visita na escola alvo, incentivando os alunos que faziam parte do projeto e verificando o seu desenvolvimento dentro da escola. Foram analisados os conhecimentos prévios dos alunos e, com o auxilio de uma apresentação foram trabalhados temas relacionados ao meio ambiente. Os tópicos foram abordados utilizando-se uma linguagem adaptada para tratar conceitos químicos e físicos.
Foram pesquisadas várias receitas de sabões utilizando óleo de cozinha. O mínimo de componentes necessários para a produção do sabão nas metodologias foi um dos critérios de escolhas, devido um dos motivos do presente trabalho ser a fabricação de um sabão a baixo custo.
O óleo utilizado foi coletado na cantina da Escola Estadual Gabriel Sales Pimenta. Este material é rtejeito da fritura de salgados que são comercializados na escola. A quantidade coletada foi de 4,0 litros. Este foi armazenado em garrafa PET ao abrigo de luz.
Os alunos da Escola Estadual Gabriel Sales Pimenta realizaram treinamento que consistiu em ambientação aos equipamentos/vidrarias e técnicas aplicadas ao processo de saponificação, assim como palestras sobre preservação ambiental.
Antes de iniciar o processo de saponificação, o óleo foi filtrado através de processo de filtração simples para sua melhor utilização. O processo da saponificação consistiu em quatro etapas, sendo o processamento do óleo a primeira delas.
A obtenção do sabão procedeu da seguinte maneira: com o auxilio de um becker a soda cáustica foi dissolvida com um pouco de água morna. Em seguida, foi adicionado à solução o resíduo de óleo de cozinha filtrado e o mesmo foi mexido por 40 minutos até observar que a solução estava pastosa. Em algumas das receitas selecionadas também foi utilizado álcool para fabricação do sabão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A realização do projeto “Estudo comparativo da saponificação dos resíduos dos óleos de cozinha de uma escola de Marabá” foi um trabalho corajoso, pois delinear toda uma equipe de professores, técnicos e estudantes da UFPA em uma escola pública localizada na zona rural de Marabá não foi tão fácil.
Na maioria das metodologias encontradas nos sites de internet, as quantidades utilizadas de cada componente necessário para a fabricação do sabão eram altos. Assim, foi preciso modificar as quantidades relativas dos componentes presentes nas receitas. Foram escolhidas diferentes metodologias para a fabricação do sabão, sendo utilizado em algumas, o álcool (Figura 01). As metodologias que utilizavam o álcool foram eficazes, uma vez que, agia como um catalisador na reação de saponificação. Vale ressaltar que os alunos foram informados sobre os cuidados a serem tomados ao se trabalhar com álcool e fogo. Nas metodologias que não utilizavam o álcool no processo também foram eficazes, inclusive no tempo de descanso que diferente do processo utilizando o álcool que a obtenção era tida em algumas horas, nas metodologias que o álcool não se fazia presente era necessário deixar o produto em descanso de um dia para outro para uma melhor obtenção do sabão.
Ao desenvolver o projeto com o objetivo de obter o sabão utilizando resíduos de óleo de cozinha, houve uma melhor conscientização dos alunos. Os estudantes ficaram bastante entusiasmados ao participar da preparação do sabão no laboratório, onde no decorrer da atividade faziam perguntas tirando dúvidas e esclarecendo algumas curiosidades.
Os alunos mostraram toda essa curiosidade no decorrer das atividades solicitando explicações ou explanando seus conhecimentos tornando assim a atividade dinâmica e muito produtiva (Figura 02).





CONCLUSÕES: O projeto “Estudo Comparativo da saponificação dos resíduos dos óleos de cozinha de uma escola de Marabá” colaborou com excelência aos alunos que participaram do projeto de intervenção. Com essa intervenção metodológica obteve-se bons resultados à escola-alvo do projeto analisado e principalmente aos alunos da mesma. Tudo isso foi possível verificar através do acompanhamento das atividades realizadas por todos os participantes do projeto e também através do questionário de sondagem. Portanto, outras ações deveriam ser trabalhadas nas escolas públicas para o desenvolvimento da educação.

AGRADECIMENTOS: A Escola Estadual Gabriel Sales Pimenta e a Universidade Federal do Pará.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PIBIC-Jr. Disponível em <http://www.fapespa.pa.gov.br/?q=node/217> Acesso em 10 de fev. de 2011.

PREDEBON, Flaviane, DEL PINO, José Cláudio. Uma análise evolutiva de modelos didáticos associados às concepções didáticas de futuros professores de química envolvidos em um processo de intervenção formativa. Porto Alegre, RS, 2009.

SAPONIFICAÇÃO. Disponível em <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/ praticas_lipidios/saponificacao.htm-> Acesso em 31 de jan. de 2011.