ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: CONCEPÇÃO DE ALUNOS E DE PROFESSORES DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS ESTADUAIS DE TERESINA – PIAUÍ A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: SILVA, R.A.C. (UFPI) ; SOUSA, T.O. (UFPI) ; COSTA, F.B. (IFPI)
RESUMO: O objetivo desse trabalho foi investigar como se dá a utilização de aulas experimentais por professores de química e qual a importância que os professores e alunos dão às aulas experimentais. Esta pesquisa foi realizada através de dados levantados por meio de questionário aplicado aos professores de química e alunos do ensino médio de sete escolas estaduais de Teresina-PI. Verificou-se que os professores não realizam aulas experimentais com freqüência e que os alunos deveriam cobrar mais dos professores as aulas experimentais que se relacionem com o seu cotidiano.
PALAVRAS CHAVES: experimentação, ensino de química, ensino médio
INTRODUÇÃO: A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (LDB 9.394/96). A preparação do indivíduo para que ele compreenda e faça uso das informações químicas básicas, as quais são necessárias para uma efetiva participação na sua sociedade é o objetivo principal do ensino de química na formação do cidadão. É necessário o desenvolvimento de novas atitudes positivas perante a química, fazendo com que o professor varie suas metodologias de ensino na busca de uma melhoria na motivação dos alunos, usufruindo de recursos e instrumentos que possam evitar a memorização dos conteúdos e possibilitar a assimilação do mesmo (SILVA, 2007). É preciso que o professor compreenda a verdadeira importância da experimentação no processo de ensino-aprendizagem em química, pois desta maneira o professor terá um olhar mais amplo das complicadas relações que permeiam este tipo de aula (MOREIA et al., 2009). Porém, ao que parece, o ensino de química não tem oferecido condições para que o aluno a compreenda enquanto conceitos e nem quanto a sua aplicação no dia-a-dia. Por tanto, o principal objetivo deste trabalho foi investigar como se dá a utilização de aulas experimentais por professores de química do ensino médio de escolas estaduais de Teresina-PI, diagnosticar a importância que alunos e professores dão às aulas experimentais e identificar a correlação entre os temas das aulas experimentais e o cotidiano do aluno e com o ENEM.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado com alunos do ensino médio (EM) e professores de química, ambos de escolas da rede pública estadual de Teresina – Piauí. As escolas foram: Unidade Escolar João Clímaco D’Almeida, Unidade Escolar Gabriel Ferreira, Colégio Estadual Zacarias de Góis (Liceu Piauiense), Unidade Escolar Residencial Esplanada, Unidade Escolar Nossa Senhora da Paz, Unidade Escolar Monsenhor Cícero Portela Nunes. Foram utilizados questionários abertos com perguntas subjetivas visando conseguir captar maior número de informações descritivas e explicativas para o enriquecimento da pesquisa. Para tanto, na busca dessas informações acerca da concepção de professores e alunos sobre a importância da experimentação nas aulas de química no ensino médio, foi aplicado um questionário a 7 (sete) professores e 35 (trinta e cinco) alunos da rede estadual de ensino.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os professores foram questionados se ministravam aulas experimentais e 57,14% deles responderam que “sim” e aos alunos, questionou-se se já tiveram aulas experimentais e 94,29% deles afirmaram que “não”. Então, pode ser observado que há uma contradição entre as respostas dos professores e dos alunos. Indagou-se aos alunos e professores qual a importância das aulas experimentais e dentre as respostas citadas destacam-se “É de fundamental importância para o aprendizado dos alunos, pois o auxílio dos experimentos em laboratório de química contribuem como ferramenta imprescindível para o ensino-aprendizado” (Professor 2) e “Você aprende a química na prática e se interessa muito mais, além do que, a aula chama a atenção do aluno para ver que em todo o seu redor existe química” (Aluno 26). Outra pergunta aos professores e alunos foi se “um aluno que chega ao final do EM sem participar de aulas práticas poderá ter desempenho competitivo no ENEM?”. A maioria dos professores afirmou que seus alunos poderiam ter um desempenho competitivo no ENEM, “Sim, pois no cotidiano há muitas informações nos mais diversos meios de comunicação, então se houver interesse por parte do aluno ele poderá se sair tão bem quanto os outros candidatos” (Professor 4). Quanto aos alunos, a maioria respondeu que “Não, porque com as aulas comuns o assunto é muito pouco, e se eu tivesse essas aulas, eu poderia aprender mais, discutiria o assunto com os meus colegas e professor. Assim eu seria uma pessoa capaz de competir no ENEM e confiar que iria passar” (Aluno 24). Questionou-se se os professores já realizaram e aos alunos se já participaram de uma aula prática que utilizasse programas computacionais ou maquetes, e a maioria dos alunos e professores responderam que “não”.
CONCLUSÕES: Os professores de química das escolas pesquisadas não realizam aulas experimentais frequentemente. As aulas experimentais despertam nos alunos a curiosidade, estimulam e facilitam o processo de ensino-aprendizagem com a fácil assimilação dos conteúdos e a relação com o dia-a-dia. Conclui-se que na ausência de um laboratório os professores, em geral, não buscam outros meios didático-pedagógicos para simular experimentos, como por exemplo, maquetes ou programas computacionais. Portanto, julga-se necessário uma busca por aperfeiçoamento dos profissionais.
AGRADECIMENTOS: As escolas participantes da pesquisa, bem como aos professores e alunos questionados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LDB/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, 20 de Dezembro de 1996.
SILVA, F. F. Experimentos Demonstrativos no Ensino de Química: Uma visão Geral. Anais do I CNNQ, 2007.
MOREIA, K. C.; BUENO, L.; SOARES, M.; ASSIS JÚNIOR, L. R.; WIEZZEL, A. C. S.; TEIXEIRA, M. F. S. O desenvolvimento de aulas práticas de química por meio da montagem de kits experimentais. Disponível em <http://www.unesp.br/prograd/ENNEP/Trabalhos%20em%20pdf%20-20Encontro%20de%20Ensino/T3.pdf > Acessada em Dezembro de 2009.