ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: O Ensino de Química no Ensino Fundamental: Dificuldades apresentadas como conseqüências da ausência da Formação Continuada de Professores em Belém – PA.
AUTORES: LUZ, T. N. A. (UEPA) ; SOUZA, T. N. V. (UEPA) ; COSTA, K. M. B. (UEPA) ; SILVA, H. N. C. (UEPA) ; SILVA, M. D. B. (UEPA)
RESUMO: A sociedade contemporânea tem como elemento relevante a presença cada vez maior da ciência e da tecnologia no cotidiano da população; presença motivada, em parte, pelo avanço desenfreado dos meios de informação e comunicação e também pela grande produção de conhecimentos científicos e de inovações tecnológicas. Tal fato torna urgente a estruturação de processos que visem à apropriação de conhecimento científico e tecnológico por toda a sociedade, de forma a instrumentá-la para a formação de opinião e para a ação fundamentada. Neste sentido, o ensino de Ciências na escola é de vital importância e pode ter seus resultados melhorados se ampliar sua ação já nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
PALAVRAS CHAVES: ensino de química, formação continuada, ensino de ciências.
INTRODUÇÃO: A Ciência Física compreende a Física, a Química, a Geologia e Astronomia. Já as Ciências Biológicas abrangem a Biologia geral, Botânica e Zoologia (ALMEIDA, 1971; BRASIL, 1998). A realidade de formação de professores, carente de reflexão sobre a Ciência e sobre o seu Ensino, provoca uma grande insegurança quanto ao desenvolvimento do conhecimento científico em sala de aula; e resulta em um trabalho pouco ou nada inovador, limitado em muitos casos a leitura ou realização de exercícios propostos pelo livro didático que, por melhor que seja produzido, pouco contribui para um primeiro contato atraente da criança com o mundo dinâmico da Ciência. A insegurança no tratamento do conteúdo científico pode gerar também o desequilíbrio entre conteúdos da Ciência abordados, como, por exemplo, priorizando excessivamente temas tradicionalmente associados à Biologia. Muitos alunos e alunas demonstram dificuldades em aprender Química, nos diversos níveis do ensino, por não perceberem o significado ou a validade do que estudam. Quando os conteúdos não são contextualizados adequadamente, estes se tornam distantes, assépticos ou difíceis, não despertando o interesse e a motivação dos alunos. Não são recentes as preocupações em relação à ineficiência da formação em Química ao longo do Ensino Fundamental. Em geral, os professores de Ciências têm formação deficiente em Química, por isso é necessário intensificar o debate e a reflexão em torno desta problemática para que a Química, tão presente na vivência cotidiana, possa ser mais contemplada na formação básica dos alunos, trazendo maior contribuição para a melhoria na qualidade de vida.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada na cidade de Belém do Pará, nos bairros do Umarizal e Marco, nas escolas Professor Ernesto Waldemar Ribeiro e Jarbas Passarinho. Foi realizada a aplicação de questionários subjetivos para três professores de ciências da escola Professor Ernesto Waldemar Ribeiro, cinco professores da escola Jarbas Passarinho e para dez alunos de cada uma das escolas que estão na 8ª série de Ensino Fundamental. A pesquisa realizada com os professores foi composta por diálogos sobre o método aplicado pelos mesmos para o ensino de ciências, e sobre os assuntos abordados para a verificação do cumprimento do programa escolar, se há realização dos objetivos em relação aos Parâmetros Curriculares nacionais (PCNs) e a reciprocidade dos alunos em relação aos assuntos abordados em sala de aula. Nos questionários aplicados aos alunos foram destacadas a forma de compreensão do aluno em relação à disciplina Química e sua importância na formação escolar do mesmo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observamos que o Ensino nas escolas públicas sofre carência de recursos escolares para aplicação de aulas didáticas com experimentações e atividades extraclasses. A má formação dos professores de Ciências Naturais implica na dificuldade em relacionar os conteúdos de Química, Física e Biologia com as aulas de Ciências no Ensino Fundamental. Os professores da Escola Professor Ernesto Waldemar Ribeiro sentem dificuldade na aplicação das aulas com interações discursivas pelo fato dos alunos não participarem das aulas. Na escola Jarbas Passarinho a dificuldade apontada pelos professores é que o ano letivo possui muitos eventos que favorecem a falta de aula e que o conteúdo da disciplina é extenso contribuindo para as aulas serem somente expositivas. De acordo com os alunos, as aulas de ciências não são aprofundadas por falta de tempo para a conclusão do programa escolar, não há demonstração dos assuntos no dia-a-dia, somente a realização de aulas expositiva para a realização de avaliações qualitativa e quantitativa. A falta de qualidade na má formação dos professores de ciências é um dos fatores que influenciam negativamente no ensino de ciências e a falta de cursos de licenciatura que preparem os docentes para ministrarem boas aulas. A melhoria da qualidade do ensino de ciências do ensino fundamental está intrinsecamente ligada à discussão da formação de professores em favor de uma comprometida alfabetização científica, que efetivamente permita o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para o desenvolvimento da cidadania. O Ensino de Ciências no Ensino Fundamental sofre dificuldades na formação do professor que apresenta pouco conhecimento para ministrar as aulas, carência de conteúdo e ausência de experimentação para o melhor aprendizado do aluno.
CONCLUSÕES: O trabalho aqui apresentado promove a discussão sobre a temática, possibilitando novas reflexões e a busca de estratégias que visem tornar mais eficaz e eficiente o ensino de Química nas escolas públicas tanto de Ensino Fundamental quanto de Ensino Médio. O Ensino de Química na 8ª série do Ensino Fundamental passa por grande dificuldade, formação do professor que apresenta pouco conhecimento para ministrar as aulas, carência de conteúdo para ser demonstrado para o aluno através de experimentos e dificuldade do aluno no aprendizado sobre os assuntos comentados em sala de aula.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, F.; OLIVEIRA, M. L. Ciências naturais na escola normal. Belo Horizonte: Vem, 1971.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, 20 de dezembro de 1996.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/EDUSP, 1987.