ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Solo: análise didática na educação ambiental em química
AUTORES: FRANKLIN, K. D. M. (UEAP) ; SANTOS, J. C. L. (UEAP) ; MORAIS, S. S. S. (UEAP)
RESUMO: A Educação em Solos coloca-se como um processo de formação que precisa ser dinâmico,
permanente e participativo. Deste modo, torna-se necessário analisar a importância do
conhecimento científico para a formação crítica dos alunos sobre as questões ambientais
relacionadas ao solo. O público alvo foram alunos do 2º ano do ensino médio. Aplicou-se
uma avaliação que quantificou o grau de instrução dos alunos concernentes ao tema do
projeto após promoveu-se uma discussão de fundamentação científica finalizando com uma
segunda avaliação. Os resultados gerais mostraram que houve a necessidade dessa
abordagem, os índices alarmantes confirmaram essa hipótese. Com a execução e discussão
da temática nas escolas campo os índices melhoraram expressivamente em ambas as
escolas.
PALAVRAS CHAVES: educação ambiental. química. solos.
INTRODUÇÃO: As transformações que vêm ocorrendo nos métodos de produção, as questões de impacto,
a preocupação social com a preservação dos recursos naturais, os educadores
evidenciam a necessidade de o aluno adquirir um conhecimento mínimo de química para
poder participar com maior fundamentação na sociedade atual (SILVIA, 2009). As aulas
de Química ainda são desenvolvidas por meio de atividades nas quais há predominância
de um verbalismo teórico/conceitual desvinculado das vivências dos alunos (SILVIA,
2003). Deste modo, torna-se necessário analisar a importância do conhecimento
científico para a formação crítica dos alunos sobre as questões ambientais
relacionadas ao solo. Assim como, avaliar o grau de conhecimento dos alunos sobre
esse tema fomentando uma discussão crítica sobre solos e relacionar os conhecimentos
científicos no cotidiano com os alunos. Fazem-se indispensáveis projetos que fomentem
a formação de cidadãos críticos em relação à preservação do solo. Poucas são as
pesquisas realizadas com essa temática que possibilitou a exequibilidade deste
trabalho. O âmbito abordado e o campo de atuação os tornam exímio em sua
factibilidade, uma vez que o público alvo na sua execução são estudantes do ensino
médio da rede pública de ensino nas periferias de municípios com realidades
peculiares. No processo de formação de cidadãos críticos faz-se necessário a
abordagem de conhecimentos substanciais no que tange a preservação ambiental. Por
isso, o conhecimento químico voltado ao meio ambiente através da educação mostra-se
indispensável nesse processo. A equiparação do conhecimento científico com a vivência
dos alunos torna-se essencial na contextualização da teoria. Portanto, o estudo do
solo é impreterível para a compreensão e preservação do meio ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS: Os Campos de pesquisa em que se efetuaram as ações foram às escolas estaduais Levindo
Alves dos Santos, localizada na Ilha de Santana, juntamente com a Raimunda dos Passos
Santos localizada no bairro Novo Horizonte em Macapá. A escolha dessas unidades de
ensino deve-se ao fato de serem localizadas distantes do centro de seu município
conjecturando-se a ausência de favorecimento de saneamento e educação preventiva
sobre o meio ambiente. O público alvo foi alunos do 2º ano do ensino médio do turno
vespertino e noturno. Nesta série o conteúdo programático dará subsídio para a
abordagem da temática, haja vista, que os assuntos desenvolvidos pelo professor em
sala de aula referem-se à físico-química que são mais bem abordados neste trabalho
comparado aos conteúdos do 1º e 3º ano do ensino médio. Em primeira instância foi
realizada uma avaliação que quantificou o grau de instrução dos alunos concernentes
ao tema do projeto. Isso foi possível mediante a uma aplicação de um questionário de
caráter subjetivo que abordou as principais temáticas ambientais em solos. Após a
análise desse levantamento de dados, promoveu-se uma discussão de fundamentação
científica que abordara as questões levantadas no primeiro processo avaliativo e
dentre outras que visara à formação de uma visão crítica no que tange as questões
ambientais em solos em uma ótica química. Relacionaram-os com as características do
solo amazônico em conjunto com as informações dispostas pela mídia por meio de
jornais, revistas, sites. Para que houvesse uma compreensão do que estava disposto
nos meios de comunicação e a sua proximidade com os relatos científicos. Por fim, foi
aplicada uma segunda avaliação aos alunos com o as mesmas questões aplicadas na
primeira etapa, para que houvesse uma análise quantitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na questão “que elementos químicos você acha que tem no solo?” é possível conhecer a
percepção do aluno sobre a presença dos elementos químicos no solo. No quesito
insuficiência (47%-LAS; 43%-RPS) percebeu falta de relação dos elementos químicos
dispostos na tabela periódica com a realidade no solo. Em regularidade (43%-LAS; 37%-
RPS) aproximaram sua noções, porém, ainda aquém. Em suficiência (10%-LAS; 20%-RPS),
confirma o desconhecimento. No segundo questionário, insuficiência (47% para 54%-LAS;
43% para 0 %-RPS) supõe-se que os alunos associaram os elementos químicos com
substâncias, ocasionando o aumento de 7% de respostas insuficientes dos alunos da
LAS. Porém, na RPS reduziu-se essa classificação em sua totalidade. Na regularidade
(43% para 17%-LAS; 37% para 5 %-RPS) observou-se a redução em 26% na LAS e de 32% na
RPS. Na suficiência (10% para 29%-LAS; 20% para 95%-RPS) houve um aumento em ambos,
19% na LAS e de 75% da RPS. Em “como poluir o solo?” o índice insuficiente (17%-LAS;
30%-RPS) foi maior na RPS do que na LAS, na regularidade em ambas as escolas houve um
resultado expressivo nesse quesito (36%-LAS; 57%-RPS). Porém, em suficiência a LAS
apresentou maior rendimento inicial comparado a RPS (47%-LAS; 13%-RPS). Após o debate
o índice insuficiente (17% para 9%-LAS; 30% para 10%-RPS) nas duas escolas observou-
se rendimento, posto que houve uma redução de 8% na LAS e de 20% na RPS. Em
regularidade (36% para 11%-LAS; 57% para 60%-RPS) a escola LAS apresentou um
rendimento maior que a RPS, pois, sua redução foi de 25% enquanto que a RPS aumentou
3%. A suficiência (47% para 80%-LAS; 13% para 30%-RPS) foi positiva em ambas as
escolas, logo, esse resultado infere-se que o aproveitamento concernente à educação
ambiental foi bem compreendido.
CONCLUSÕES: Por meio deste trabalho, percebeu-se que outros assuntos nesta temática podem ser
objetos de pesquisa a ser aplicados nas series do ensino médio de modo seriado. Por
exemplo, a aplicação das funções inorgânicas na dinâmica do solo de serrado e de
várzea. Assim como, o estudo da matéria orgânica do solo voltado aos substratos
orgânicos na química orgânica e sua relação ambiental. Portanto, a educação em química
do solo é uma constante em seu valor ambiental, pois, sempre proporcionará subsídios
valiosos para a compreensão da interação vida e meio ambiente.
AGRADECIMENTOS: Á Deus que proporcionou a dádiva da vida. A professora Silvia Simone dos S. M. por ter
aceitado o convite de nos orientar, aos alunos e familiares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SILVA, Patrícia Rodrigues. A importância do conhecimento químico para a educação ambiental. Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba – MG, 2009.
SILVA, R.M.G. Contextualizando aprendizagens em Química na formação escolar. Química Nova na Escola, São Paulo, n.18, p. 26-30, nov. 2003.