ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A UTILIZAÇÃO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO PROPOSTA PARA APROPRIAÇÃO DOS CONCEITOS DE FÍSICO-QUÍMICA BASEADO EM PRÁTICAS LABORATORIAIS
AUTORES: PINHEIRO, O. P. (IFMA) ; CIDREIRA, I. A. (IFMA) ; SILVA, I. F. A. (IFMA) ; OLIVEIRA, M. M. (IFMA)
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo analisar a relevância da utilização das Histórias em Quadrinhos no processo de ensino-aprendizagem como valioso recurso para superar a deficiência e facilitar a confecção de relatórios das práticas laboratoriais na propagação da ciência e compreensão de textos científicos. Os objetivos propostos foram analisar os benefícios deste recurso na área da físico-química, que pode ser utilizado na área pedagógica pelo seu caráter mais informal e divertida, despertando o interesse dos alunos, promovendo uma integração com o texto e uma identificação, inclusive facilitando o processo de interdisciplinaridade devido à contextualização, utilizando as cores, os balões de diálogo e cenários nos quadrinhos.
PALAVRAS CHAVES: físico-química, história em quadrinhos, aprendizagem
INTRODUÇÃO: As ciências sempre foram objetos de mitificação, onde a idéia de que disciplinas como física, química, matemática são difíceis, o que gera um bloqueio ao aluno. Os livros didáticos tradicionais não ajudam muito, uma vez que trazem leituras complexas e difíceis de compreender, sacrificando o interesse do aluno em nome de perpetuar a linguagem mais formal. Em virtude disto, os alunos tendem a manifestarem repulsa a esses temas. As histórias em quadrinhos, ao contrário, sempre despertaram o interesse desde os mais jovens, até os adultos. Durante muito tempo foi considerada uma ameaça devido ao seu caráter informal e apresentar uma linguagem popular, sendo classificada como uma ameaça à intelectualidade (PIZZARO, 2009). Entretanto, os educadores logo perceberam que por atingirem a massa, esse seria um ótimo veículo de informação, não mais uma ameaça. Mas porque os quadrinhos despertam tanto interesse? Seu caráter é dinâmico, devido à sucessão de imagens, com uma ordem lógica, fazendo o uso do imaginário, mexendo com a criatividade e a emoção, permitindo, inclusive, um alto nível abstração (CABELLO et al, 2010). Como alternativa à distância entre o conhecimento científico e o público leigo, que desvirtua os objetivos da educação e divulgação cientifica, as histórias em quadrinhos vem ganhando destaque como recurso didático na inclusão dos temas científicos no cotidiano dos alunos, criando uma familiaridade por seu diferencial lúdico. Mas o que se observa é que há uma ausência de propostas ou uma metodologia específica que auxilie na utilização desse material. A dificuldade da aquisição e utilização de programas e softwares que tornem a confecção desse material é uma barreira que desestimula muitos profissionais da educação, o que dificulta inclusive a divulgação científica.
MATERIAL E MÉTODOS: A primeira parte da pesquisa foi a realização das práticas laboratoriais na disciplina de físico-química, com registros de filmagens e fotografias. Após cada prática, começava-se o processo de elaboração dos materiais. Na confecção das HQs, primeiramente realizava-se uma pesquisa de cunho bibliográfico, envolvendo a fundamentação teórica a ser adaptada na HQ. Elaborava-se um relatório convencional, e em seguida, partia-se para a discussão entre a equipe sobre o roteiro da HQ, dos diálogos. De posse dos roteiros, eram feitos os desenhos, expressões faciais dos personagens e materiais do laboratório, com o programa MyWebFace, da intenet, e o Paint do windows, respectivamente. Em seguida, montava-se as HQs, com a utilização do programa Hagaquê, da Unicamp. E logo após, era levado para avaliação de toda a equipe e possíveis correções.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As atividades propostas com a utilização das HQ visam facilitar o processo ensino-aprendizagem, baseado no interesse dos alunos e em todos os aspectos já discutidos. Os alunos demonstraram intensa participação em todas as etapas da atividade, o que propiciou uma melhor assimilação dos conceitos abordados na disciplina de físico-química, uma vez que tinha que ser analisados cada fala dos personagens, pois os balões não permitem textos extensos, e a própria HQ pede um texto com linguagem mais informal. O maior problema encontrado foi a confecção dos cenários, pois o programa não disponibilizava de cenários de laboratório, e manipular os personagens de modo que pareçam segurar um tubo de ensaio, por exemplo, era muito difícil. Mas o resultado foi um Almanaque de práticas laboratoriais muito divertidas e que permite relembrar e facilitar a abstração em cada etapa da prática com desenhos que se assemelham aos reais, além, de situações engraçadas que aconteciam com os alunos durante a realização das aulas, para dar um caráter ainda mais familiar às HQs. A figura abaixo ilustra uma parte do relatório produzido com esta metodologia.
CONCLUSÕES: As HQs elaboradas vem facilitar a compreensão das práticas laboratoriais devido a sua linguagem popular, e que consegue atrair um vasto público, sendo portanto, ideal para disseminação da ciência, uma vez que é evidente que se trata de um recurso para despertar o interesse dos alunos e buscar um maior nível de abstração e contextualização devido aos seus elementos. Sendo assim, busca-se facilitar a aprendizagem e permitir o acesso e a compreensão de textos científicos e de aquisição de conhecimento na área da físico-química.
AGRADECIMENTOS: Todos os amigos do GEQ, o professor Marcelo, DAQ e ao IFMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CABELLO, K. S. A.; ROQUE, L.; SOUSA, I. C. F. Uma história em quadrinhos para o ensino e divulgação da hanseníase. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias Vol. 9, Nº 1, 225-241, 2010. Disponível em: <reec.uvigo.es/volumenes/volumen9/ART13_VOL9_N1.pdf >. Acesso em: 01 jul. 2011.
PIZZARO, M. V. As histórias em quadrinhos como linguagem e recurso didático no ensino de ciências. Disponível em: <WWW.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/7enpec/pdfs/609.pdf>. Acesso em 01 jul. 2011.
