ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A VISÃO DOS LICENCIANDOS EM QUÍMICA SOBRE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, TIRINHAS E CHARGES NO ENSINO DE QUÍMICA.

AUTORES: ALMEIDA. S. F. (UFPI) ; ATAÍDE. M. C. E. S. (UFPI)

RESUMO: Como proposta de garantir um maior interesse, e a inserção da classe discente na sala de aula, surge às histórias em quadrinhos, tirinhas e ou charges como metodologias lúdicas e criativas de ensino, que se adaptam a qualquer realidade de hoje nas escolas. O objetivo do trabalho foi de mapear a visão dos licenciandos em Química de uma instituição de ensino superior, sobre o uso destes materias no ensino de quimica. Para isto, utilizamos um questionário com perguntas abertas que serviram como base para gerar os resultados obtidos: 48% dos participantes obtêm uma noção de estratégias e metodologias, e 86% acreditam que as HQs podem ser utilizadas no ensino de Química, e 34% não optaram sobre a utilização das HQs no ensino, seguido de 46% que vêem essa ferramenta apenas como mera distração

PALAVRAS CHAVES: ensino de química; histórias em quadrinhos; livros didáticos.

INTRODUÇÃO: O professor é o profissional encarregado de ensinar o conhecimento, e necessita de estratégias de ensino e recursos, para que aconteça uma interação entre o aluno e o conteúdo, deixando para trás a ideia de que as aulas são passivas, desestimulantes, estáticas e que favorecem a neutralidade do aluno dentro da sala de aula.
Nesta perspectiva, Freire (1996) destaca que “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 1996, p.39).
Baseado nisso várias pesquisas e estudos para ajudar no desenvolvimento do ensino através de novos subsídios didáticos está sendo criados ou reformulados, dentre eles destacamos as histórias em quadrinhos, também conhecidas como HQs, as tirinhas e ou charges no qual podem ser usadas no ensino de Química. Estas já contribuem para uma maior dinâmica, evidência dos conteúdos e o mais importante, resgatando a auto-estima dos alunos já que os mesmos podem agir como autores do próprio material didático e co-responsável pela sua aprendizagem.
No Brasil, por volta do final do primeiro mandato do Presidente Luiz Inácio lula da Silva, ocorreu uma iniciativa de inserção de histórias em quadrinhos no ensino da educação básica através do Programa Nacional da Biblioteca na Escola (PNBE/2006). Este programa foi criado em 1997 para a distribuição de livros literários com o objetivo de permitir aos estudantes o acesso a informação e a cultura, além de incentivar a leitura entre os estudantes (VERGUEIRO e RAMOS, 2009).
As HQs não representam apenas um mero passa-tempo para a distração em sala de aula, essa ferramenta apresenta uma série de vantagens e um grande potencial de base para os estudos.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi baseada a partir de dados coletados através de questionários com perguntas abertas, e aplicados com 50 estudantes nas turmas de licenciatura em Química de uma instituição de ensino superior em Teresina/PI, correspondentes às turmas ingressantes nos anos: 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. O questionário ,contém cinco perguntas e aborda a percepção dos licenciandos sobre histórias em quadrinhos, como ferramentas no ensino de química.
O questionário de análise contém as seguintes perguntas:

1- Você já cursou alguma disciplina pedagógica? Se sim, quais?
2-O que você entende por histórias em quadrinhos, tirinhas e charges?
3-As histórias em quadrinhos, tirinhas e charges podem ser utilizadas como subsídios didáticos no ensino de Química?
4-Os livros didáticos de Química que você conhece apresentam histórias em quadrinhos, tirinhas ou charges no desenvolvimento dos capítulos? Quais?
5-É possível utilizar histórias em quadrinhos, tirinhas ou charges nas aulas de química? Se sim, como você faria?



Os resultados coletados a partir deste questionário serão analisados e debatidos no tópico a seguir.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a questão1: Os resultados no (Gráfico 1). Diante dos resultados mostrados no gráfico 1 há uma diferença média de 52% dos entrevistados que ainda não cursaram nenhuma das disciplinas pedagógicas do currículo e 24% representado os alunos que já concluíram todas as disciplinas curriculares e 24% já cursaram pelo menos Didática e Metodologia do Ensino para Química, disciplinas que dão a base principal para o ensino.
Para a questão 2: resultados no (Gráfico 2), demonstram que 34% dos entrevistados não sabem o conceito e não conseguem diferenciar os temas propostos, seguido de 46% dos entrevistados que só conseguem descrever estes recursos apenas como instrumentos de humor, e apenas 20% conseguiram conceituar HQs de tirinhas e charges.
A terceira questão: Apresentou os resultados evidenciados no (Gráfico 3) em que 6% dos participantes da pesquisa relataram não acreditar na didática apresentada, enquanto que 8% apresentam dúvidas no uso das HQs e 86% acreditam no uso da ferramenta como um instrumento didático.
A quarta questão 4:, expressa no (Gráfico 4), 48% dos participantes responderam que sim, enquanto 52% disseram não conhecer livros didáticos de Química com esta abordagem. Os livros citados pelos participantes foram: Feltre com 40% de citação; Marta Reis com 2%; Usberco e Salvador com 6% e Tito e Canto com 8%.
A quinta e última questão: ilustrada no (Gráfico 5), 64% disseram que é possivel utilizar como estratégia de ensino dando enfoque positivo nesta questão.
Os resultados da nossa pesquisa levam a crer que existe a necessidade de inserir as HQs, tirinhas e/ou charges no ensino de Química como estratégia didática. Embora os licenciandos investigados demonstrassem, através de suas respostas, não saber como fazer esta inserção.






CONCLUSÕES: O uso de HQs, tirinhas ou charges trazem motivação principalmente para os alunos de Química de maneira geral, e específica para aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem, proporcionando assim uma nova aceitação dessa estratégia de ensino transformando-os em autores da sua própria aprendizagem.
Neste sentido, pensar em utilizar quadrinhos e tirinhas para explicar conceitos de Química significa combinar textos e imagens, levando o aluno a um caminho de comunicações entre o sujeito, a sala de aula e a sociedade.


AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, F. S.; ATAIDE, M. C. E. S. A abordagem das historias em quadrinhos nos livros didáticos de química. In: IV Encontro Norte-Nordeste de Química e 2º Encontro de Ensino, 2011,UFRN,Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Brasília: MEC, 2006. Disponível em: <http://www.portal.mec.gov.br>. Acesso em: fev. 2007.

FREIRE, Paulo. “Não há docência sem dissidência”. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p.21-45.

VERGUEIRO, W.; RAMOS, P. Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. São Paulo: Contexto, 2009.