ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: ATIVIDADE EXPERIMENTAL NA CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE QUÍMICA ORGÂNICA
AUTORES: PAZ, J.A. (UFRPE) ; VALENÇA, W.O. (UFRPE) ; FILHO, J.R.F. (UFRPE)
RESUMO: No curso pré-acadêmico da UFRPE foi aplicado uma atividade experimental de carácter
investigativo abordando conteúdos de química orgânica. A pesquisa foi desenvolvida em
dois momentos: a) levantamentos das concepções prévias dos estudantes sobre o estudo
dos combustíveis: gasolina e álcool (etanol); b) intervenção didática em sala de aula
para avaliação da evolução conceitual; Por fim, foi possível perceber que a
incorporação da experimentação contribuiu significativamente no processo de ensino e
aprendizagem de conceitos científicos relativos aos conteúdos de química orgânica.
PALAVRAS CHAVES: experimentos, ensino de química, conceitos
INTRODUÇÃO: PONTONE JÚNIOR (1998) afirma que experimentação nas escolas vêm sendo mal exploradas
e apresenta três fatores que contribuem para isso, a saber: a) a separação entre
aulas teóricas e práticas; b) a classificação equivocada da atividade experimental
como prática, e atividades de sala de aula como exclusivamente teóricas; e c) as
atividades experimentais como sendo apenas aquelas em laboratório, com objetivos nem
sempre muito claros. Segundo SILVA e ZANON, (2000), ao abordarem a experimentação no
ensino dito tradicional, afirmam que, segundo os professores do Ensino Médio, é
fundamental para melhorar o ensino. Contudo, os docentes se queixam da falta de
condições materiais para tal, além de turmas grandes e carga horária reduzida. Outro
aspecto importante apontado pelas autoras é que, nas aulas experimentais, segundo os
professores, a prática comprova a teoria, ou seja, no laboratório, o aluno “vê na
prática aquilo que ele viu na aula teórica”. Outra concepção também observada é a de
que a experimentação permite que os alunos vejam com seus próprios olhos a realidade
como ela é, descobrindo a teoria na prática. Essas concepções, segundo as autoras,
são indícios de que o empirismo-indutivismo ainda está fortemente presente em nossas
escolas. Os aspectos centrais relativos aos problemas da experimentação no ensino de
Química dizem respeito à carência na formação docente: a falta de clareza sobre a
função da experimentação na aprendizagem dos estudantes. O presente trabalho teve
como objetivo proporcionar aos estudantes do curso pré-acadêmico da UFRPE, aula de
Química Orgânica, através de experimentos simples, ajudando os estudantes na
construção de conceitos científicos tais como: misturas, densidade, forças inter-
moleculares e aplicações prática da química no cotidiano.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa envolveu 29 estudantes e foi desenvolvida em dois momentos: a)
levantamentos das concepções prévias dos estudantes; b) intervenção didática para
avaliação da evolução conceitual. Para o levantamento das concepções alternativas, os
estudantes foram desafiados para responder individualmente a seguinte pergunta-chave:
Qual a estrutura química da gasolina e do álcool (etanol)? Por que são substancias
líquidas? Contextualize as diversas aplicações dessas duas substâncias. O segundo
momento foi iniciado com a pergunta de caráter investigativo: Como é realizado o
teste para verificar se a gasolina está adulterada? Em seguida o experimento foi
aplicado e discutido com os estudantes. Por fim, realizou-se um pós-teste contendo 3
(três) questões com a função de avaliar a evolução conceitual dos alunos. As questões
foram: 1- A gasolina está adulterada? A nível microscópico por que seu volume foi
reduzido? Justifique sua resposta. 2-Qual substância ocupou a região superior da
proveta? Qual ocupou a região inferior? Justifique. 3-Qual é a importância social e
econômica ao misturar o álcool na gasolina? Os Professores fizeram observações a
respeito do carácter motivador e lúdico proporcionado por uma aula experimental e
toda aula foi gravada em vídeo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao tratar-se de um curso pré-vestibular esperava-se um resultado significativo no pré-
teste e uma melhora substancial no pós-teste, fato não ocorrido no pré-teste, mas o
objetivo foi alcançado no pós-teste, como podemos visualizar no gráfico 1.
De acordo com o gráfico 1 no pré-teste apenas 9% dos alunos responderam as
perguntas com coerência já no pós-teste 48%, esses alunos coerentes foram classificados
como A. Também no pré-teste 33% dos alunos responderam de forma pouco coerentes, já no
pós-teste 41%, esses alunos foram classificados de B. Ainda no pré-teste 58% dos
estudantes responderam de forma incoerente, já no pós-teste 11% e foram classificados
como alunos C. De acordo com esses resultados foi possível perceber uma boa evolução
conceitual por parte dos estudantes após a intervenção didática em sala de aula.
CONCLUSÕES: A aplicação da atividade experimental favoreceu a construção dos conceitos por parte
dos estudantes, tais como: Misturas, forças-intermoleculares, densidade, aplicações
prática da química no cotidiano. Logo a incorporação da experimentação como estratégica
de ensino, além de despertar um maior interesse pela disciplina contribui no processo
de ensino e aprendizagem de conceitos científicos relativos a química orgânica.
AGRADECIMENTOS: Ao professor Dr° João R. Freitas Filho, a Universidade Federal Rural de Pernambuco -
UFRPE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PONTONE JÚNIOR, R. As atividades prático-experimentais em Ciências. Presença Pedagógica, v. 4, n. 24, p. 71-75, 1998.
SILVA, L. H. A.; ZANON, L. B. A experimentação no ensino de Ciências. In: Schnetzler, R. P.; Aragão, R. M. R. (orgs.). Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens, Piracicaba: Capes/Unimep: Piracicaba, cap. 6, p. 120-153, 2000.