ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: ENSINO DE QUÍMICA NO 1° ANO DO MAGISTÉRIO DO CENTRO DE ENSINO DE SEGUNDO GRAU PROFESSORA LOURDES GUSMÃO, EM ZÉ DOCA: DIFICULDADES DE COMPREENSÃO E PERPECTIVAS
AUTORES: OLIVEIRA, L. V. (IFMA- ZÉ DOC) ; SILVA, K. S. L. (IFMA- ZÉ DOC) ; COSTA, D. D. (IFMA- ZÉ DOC) ; SOUSA, J. O. (IFMA- ZÉ DOC) ; CORREIA, M. J. M. (IFMA- ZÉ DOC) ; VIEIRA, J. S. C. (IFMA- ZÉ DOC)
RESUMO: O ensino de Química no Brasil segue ainda, em muitos casos, os padrões tradicionalistas
que norteavam a aprendizagem das ciências exatas. A pedagogia da autonomia de Paulo
Freire expõe as limitações do ensino tradicional mostrando que precisa haver mais
compreensão e aplicabilidade dos conteúdos vistos em sala, com maior participação dos
alunos. Esta pesquisa visa investigar quais as dificuldades de compreensão sofridas
pelos alunos nas aulas de química no município de Zé Doca e quais as perspectivas
desses alunos quanto às metodologias aplicadas. Para tanto, foi aplicado in loco um
questionário, visando identificar a visão dos alunos no 1º ano do magistério. Foi
constatado que a maioria dos alunos tem problemas de compreensão da disciplina e sentem
falta de aulas práticas.
PALAVRAS CHAVES: compreensão, ensino, química
INTRODUÇÃO: Os modelos teóricos que tratam da compreensão distribuem-se em dois grandes
paradigmas: compreender é decodificar ou compreender é inferir. Todas as teorias que
serviram de modelo para o ensino escolar nos últimos cinquenta anos centram-se no
código e na forma linguística como principal objeto de análise. Nesse caso, prevalece
a função informacional e o autor/falante compete à tarefa de pôr as idéias no papel
ou nas palavras, já que a língua teria a propriedade de significar com auto grau de
autonomia. Os textos seriam portadores de significações e conteúdos objetivos por
eles transportados e os leitores ou ouvintes teriam a missão de apreender esses
sentidos ali objetivamente instalados. Na rede municipal de ensino da cidade de Zé
Doca a oferta de professores de química ainda não é suficiente para suprir a demanda,
isso implica na substituição deste profissional por outro professor com alguma
especialidade nas ciências exatas, como física e matemática. Tendo em vista que não
há um caminho único para ensinar química sente-se uma necessidade de diagnosticar as
dificuldades encontradas pelos alunos na compreensão dos conteúdos ministrados
(RUSSEL, 1994). No Brasil, muitos jovens não têm oportunidade de aprimorar seus
estudos; junto a isso, a pequena carga horária de que os professores dispõem, muitas
vezes, os direciona a ser apenas divulgadores dos temas trabalhados (UTIMURA, 1998).
Outros fatores dificultam a capacitação desses mesmos professores, o que corrobora o
tradicionalismo no ensino da química, visto que os procedimentos metodológicos não se
atualizam. Este trabalho tem por objetivo identificar as principais dificuldades dos
alunos na compreensão da disciplina Química e quais as suas perspectivas diante deste
quadro.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi desenvolvido no Centro de Ensino de Segundo Grau Professora
Lourdes Gusmão no Município de Zé Doca-MA, com a colaboração de 134 alunos que estão
cursando nesta escola o 1° Ano do magistério. Foi aplicado um questionário in loco
visando obter informações sobre os processos de ensino/aprendizagem, tais como as
dificuldades e perspectivas em relação ao ensino da Disciplina Química. O mesmo foi
aplicado em seis salas do 1° Ano com alunos dos turnos vespertino e noturno.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a análise dos dados obtidos pelo questionário, verificou-se que 61% dos alunos
tem afinidade com a disciplina Química e sentem-se atraídos, pois a mesma apresenta
uma variedade de informações. A maioria dos alunos considera a disciplina importante
para sua formação (gráfico 1), tendo em vista que é sempre cobrada em vestibulares.
De acordo com o levantamento de dados observou-se que apesar de gostar da disciplina
e considerá-la importante para a sua formação, esses alunos sentem dificuldades na
sua compreensão (gráfico 2).
Segundo a maioria dos entrevistados, suas dificuldades de compreensão residem no fato
da escola não proporcionar como estrutura física um laboratório químico para a
execução de aulas práticas. A pequena quantidade de horários destinados à disciplina
também contribui para o avanço deste problema, no entanto, mesmo sentindo
dificuldades na compreensão 73% dos alunos consideram que a metodologia utilizada
pelo professor é adequada para o ensino dessa disciplina.
CONCLUSÕES: Segundo o levantamento de dados, a maioria dos alunos gosta da disciplina, porém tem
dificuldades na sua compreensão e demonstram insatisfação em relação à estrutura física
da escola e a falta de laboratório químico. Grande parte dos alunos considera que para
facilitar o aprendizado é necessária a realização de experimentos. Sentem-se
prejudicados em relação aos horários reservados para a disciplina, pois consideram
insuficiente a quantidade de aula que têm da mesma. Apesar dos inúmeros problemas
citados, os alunos consideram a metodologia utilizada pelo professor adequada para o
ensino.
AGRADECIMENTOS: Ao IFMA- Campus Zé Doca e aos alunos do CESG Lourdes Gusmão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
RUSSEL, John B. Química geral. Traduzido por: Márcia Guekezian... let. al.l 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1994.v.1.
UTIMURA, Teruko Y. ; LINGUANOTO, Maria.Química Fundamental. São Paulo: FTD, 1998.