ÁREA: Ambiental
TÍTULO: pH, CONDUTIVIDADE DA ÁGUA E CONCENTRAÇÃO DE MANGANÊS E ZINCO TOTAIS NOS SEDIMENTOS DA REPRESA EM UMA ÁREA ÁGRÍCOLA EM CAMPO VERDE/MT
AUTORES: SOUZA,F. L. B. (UFMT) ; BIDARRA, M. O. (UFMT) ; WEBER, O. L. S (UFMT)
RESUMO: O Estado de Mato Grosso é considerado o estado com maior desenvolvimento do agronegócio. Campo Verde é um município situado na região sudeste do Estado e se destaca por ter intensas áreas agrícolas, com alta demanda por agroquímicos. O presente trabalho teve como objetivo determinar o pH e a condutividade elétrica (CE) na água e os teores de Mn e Zn totais em amostras de sedimentos de uma represa. Os pontos de coleta foram representados por SD1(nascente), SD2 (entrada represa), SD3 (meio represa), SD4 (saída represa) e SD5(vertedouro represa). Os valores de pH estão ácidos e a condutividade elétrica não alterou de modo que não salinização na água da represa. Os teores totais de Mn e Zn estiveram em baixas concentrações de modo a não indicar risco de contaminação por esses metais.
PALAVRAS CHAVES: sedimento, metais totais, agricultura
INTRODUÇÃO: Mato Grosso é considerado um dos Estado brasileiro com maior tecnológico na agricultura e se destaca pelas altas produções devido à aplicações de grandes quantidades de agroquimicos, especialmente fertilizantes e calcário. Campo Verde é um município situado na região sudeste do Estado e se destaca por ter intensas áreas agrícolas. As matas ciliares da região encontram-se em avançado estágio de degradação refletindo nas nascentes de importantes rios como o São Lourenço que deságua no Pantanal e bacia do Plata. Os processos de escoamento superficial e de lixiviação são responsáveis pela contaminação dos recursos hídricos, através do transporte de poluentes químicos ou outras substâncias oriundas de insumos agrícolas (REBOUÇAS; BRAGA; TUNDISI, 2006). Os metais pesados se referem a uma classe de elementos químicos, sendo muitos deles tóxicos para os seres vivos, quando encontrados em altas concentrações e estão presentes nas formulações dos insumos agrícolas. São carreados pelas chuvas podendo assim contaminar o solo, a água (rios), lençóis freáticos prejudicando assim, todo o ambiente. Dentro desse contexto, o presente trabalho teve como objetivo o pH e a condutividade elétrica (CE) em função dos teores de Mn e Zn totais em amostras de sedimentos de uma represa situada no município de Campo Verde/MT.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida em uma represa instalada num dos braços de uma microbacia do Rio São Lourenço, próxima a área urbana do município de Campo Verde – MT. Essa área está intensamente ocupada pela agricultura. Sua Área de Reserva Legal (ARL) está totalmente desflorestada, ocorrendo a ocupação pela agricultura nas cabeceiras de drenagem de diversos córregos que formam esse rio. Foram realizadas amostragens em dois períodos: chuva (Dezembro/2009 e Janeiro 2010 e seca (julho/2010 e agosto/2010) em pontos localizados ao longo da represa. Os pontos de coleta foram representados por SD1(sedimento da nascente), SD2 (sedimento entrada represa), SD3 (sedimento meio represa), SD4 (sedimento saída represa) e SD5(sedimento vertedouro represa).
Nos pontos de coleta, foram medidos o potencial hidrogeniônico (pH) e a condutividade elétrica (CE em mV) da água com potenciômetro portátil e seus eletrodos específicos. Em laboratório a extração dos metais totais manganês (Mn) e zinco (Zn) foi realizada nas amostras de sedimento de fundo por meio de digestão nitro-perclórica (HNO3 + HClO4), segundo método descrito por Tedesco et al. (1995) e determinados por espectrofotometria de absorção atômica, com uso de chama de ar acetileno.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O valor de pH da água é um indicador muito importante para sua qualidade e para se compreender as reações físicas e químicas. Os valores de pH nos pontos amostrais, apresentaram diferenças decimais. Em termos de valores, as médias de pH no período de seca foram maiores que nos períodos de chuva, indicando abaixamento do pH no período chuvoso (Tabela 1). Os valores mais elevados de pH foram nos pontos SD3 e SD4, que correspondem ao meio e saída da represa. O valor mais baixo foi no ponto SD1 que corresponde ao córrego da nascente dentro da mata. Por estar em um ambiente mais florestado há maior deposição de material orgânico. Em áreas com valores de condutividade elevadas indica que a salinidade está prevalecendo que a sodicidade (íons de sódio e cloro predominam), conforme Abida Begum, et al, (2009).,Esses autores cujos no Rio Cauvery/Índia observaram valores de condutividade que variaram de 3,2 a 45, 4 mV,. Os valores de CE para este estudo variaram de 2,14 a 6,51 mV, (Tabela 1) não indicando salinização da água da represa.
A precipitação dos metais pode estar em função do pH alcalino da água, fazendo com que esses metais se insolubilizem (Förstner e Wittman, 1983). Segundo Turekian & Wedepohl (1961) os valores limites para sedimento, em mg kg-1, do Zn 95 e Mn e 850. Os valores encontrados (Tabela 2) estão abaixo dos desses valores. Supõe, que em função dos valores baixos do pH, os metais totais estejam não na forma precipitada e sim na forma disponível em água. Entende-se que por ser uma área agrícola, o abaixamento do pH possa ser uma conseqüência do uso de agroquímicos, principalmente adubos nitrogenados.
CONCLUSÕES: Os valores de pH estão ácidos e a condutividade elétrica não alterou de modo que não salinização na água da represa;
Os teores totais de Mn e Zn estiveram em baixas concentrações de modo a não indicar risco de contaminação por esses metais.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a CAPES pelo apoio aos estudantes de mestrado, a FAPEMAT pelo apoio financeiro (processo nº / 300753/2010), Profª Drª Eliana F.G.Dores do D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BEGUM, A.; RAMAIAH, M.; HARIKRISHNA; KHAN, I.; VEENA, K. 2009. Heavy Metal Pollution and Chemical Profile of Cauvery River Water. E-Journal of Chemistry, 6(1): 47-52.
FÖRSTNER, U.; WITTMANN, G. T. W. Metal pollution in the aquatic environment. 2ª ed. Berlin, Springer Verlag, 1983.
REBOUÇAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3ª Ed. São Paulo. Editora ESCRITURAS, 2006. 748 p.