ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Ação Ambiental no Sistema Único de Saúde
AUTORES: QUEIROZ, M.T.A. (UNILESTE) ; QUEIROZ, C. A. (UNILESTE) ; ALÍPIO, V. C. (UNILESTE) ; COELHO, C.D.P. (UNILESTE) ; FERNANDES, C. M. (UNILESTE)
RESUMO: Este trabalho apresentou os resultados alcançados na aplicação da Oficina Ambiental
para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ipatinga, MG. Argumentou em favor
da educação sedimentada na análise da realidade regional, focando na proteção das
águas superficiais. Além disso, pontuou quanto à necessidade da formação continuada
através de multiplicadores. As metodologias aplicadas foram a exposição oral dialogada,
o estudo fotográfico e atividades de reciclagem e/ou reuso. Verificou-se que o trabalho
alcançou resultados satisfatórios. Conclui-se que é necessário estimular à reflexão,
análise, a busca de novas informações para compreensão das alterações existentes no
mundo para que o indivíduo seja pró-ativo em relação às disfunções que comprometem os
ecossistemas.
PALAVRAS CHAVES: educação ambiental, gestão pró-ativa, sustentabilidade.
INTRODUÇÃO: Cuidar do meio ambiente deve ser entendido como mais um dos princípios morais e
éticos que devem ser objeto de preocupação de toda a sociedade (QUEIROZ et al.,
2009). Carvalho (2003) afirma que a formação da população deve incluir a educação
ambiental. Cada cidadão deve ser capaz de interagir com o meio ambiente de uma forma
positiva e cooperativa (BRUM, 2002).
Nesta perspectiva, o Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (UNILESTE – MG)
sistematizou e viabilizou o projeto de extensão “Educação Ambiental: Proteção das
águas superficiais” tendo como premissa o desenvolvimento de uma reação em cadeia,
estimulando a adoção das medidas de contenção dos distúrbios ambientais. Marin (2007)
afirma que as ações pontuais perdem em eficácia contribuindo de forma bastante
limitada para a transformação socioambiental.
Sendo assim, as ações do projeto foram direcionadas para a identificação e
capacitação de multiplicadores inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS). A motivação
foi o reconhecimento quanto à dinâmica de prestação de serviços que implicava na
interação com os diversos segmentos da população, viabilizando o processo de formação
em regime contínuo e permanente.
Neste trabalho, se realizou estudo relativo ao conteúdo, práticas pedagógicas e
resultados alcançados em oficina educativa direcionada para colaboradores do SUS que
atuavam no município de Ipatinga, Minas Gerais.
Segundo Lima et al. (2003) as metodologias aplicadas para o desenvolvimento da
educação ambiental devem ser encaradas como um laboratório e disponibilizadas para a
sociedade, oportunizando-se a adoção de práticas similares, contribuindo para a
gestão pró-ativa das disfunções que comprometem os ecossistemas. Entende-se aí, a
relevância deste estudo.
MATERIAL E MÉTODOS: Durante o desenvolvimento da oficina educativa foram sendo transcritas as opiniões mais
relevantes que os participantes emitiram sobre os assuntos abordados. Além disso,
objetivando uma interpretação crítica com relação ao desenvolvimento do trabalho, se
sistematizou entrevista oral para coleta de informações. Buscou-se a identificação
quanto ao nível de satisfação, assimilação, percepção quanto à importância dos
conteúdos e a disposição dos participantes quanto à inclusão da temática no exercício
profissional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os profissionais do sexo feminino foram predominantes, na oficina educativa
correspondendo a 100% dos participantes. Em relação à idade constatou-se que 44%
estavam na faixa de 18 até 29 anos; 32% entre 30 até 39 anos e 24% acima de 39 anos.
Estes resultados sugeriram grandes possibilidades quanto à replicação do treinamento
através da atuação daqueles profissionais no SUS. Com relação às especialidades
profissionais foi verificado que 60% eram assistentes sociais, 28% eram enfermeiros e
12% eram psicólogos, sendo que todos trabalhavam com grupos terapêuticos formados em
função do agravo à saúde instaurado. A dinâmica utilizada para apresentação dos
instrutores e participantes buscou fazer com que as pessoas reconhecessem os direitos
e os deveres que todos têm com a sustentabilidade do planeta (QUEIROZ et al, 2009).
Em relação aos problemas ambientais os participantes apontaram à poluição do ar, o
grande volume de lixo urbano, ruído, trânsito e radiações. A segunda fase da oficina
alcançou um grau de satisfação excelente entre os participantes. As práticas de
reciclagem e/ou reaproveitamento de resíduos foram aprovadas pela totalidade dos
entrevistados. As reuniões terapêuticas incluindo atividades que ocupem o corpo e a
mente dos pacientes faziam parte da rotina de trabalho daqueles profissionais. Sendo
assim, todos afirmaram que era possível atuarem como multiplicadores em relação à
formação em educação ambiental nas comunidades atendidas. A confecção de artefatos
manuais permitiu a elucidação dos conceitos inerentes à redução do volume de resíduos
como fator contributivo para a preservação da saúde ambiental.Vale destacar que a
equipe executora já havia estabelecido parceria com a iniciativa privada viabilizando
o fornecimento dos materiais necessários.
CONCLUSÕES: A educação ambiental precisa ser um processo permanente, cotidiano e coletivo pelo qual
agimos e refletimos, transformando a sociedade e minimizando os impactos ambientais. A
alta receptividade dos participantes da oficina educativa e o nível de conscientização
atingido comprovaram que são possíveis avanços a partir da formação de agentes
multiplicadores no Sistema Único de Saúde.
Ações puntuais perdem em efetividade, sendo assim é importante a continuidade do
projeto se garantindo novos avanços mediante a integração de instituições de ensino
superior, empresas e poder público.
AGRADECIMENTOS: Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTE - MG
Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - FAPEMIG
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRUM, A. A ética como resposta ao apelo do outro. Brasília: Universa, 2002.
CARVALHO, Vilson S. A ética na educação ambiental e a ética da educação ambiental. In: MACHADO, Carly et al. (org.). Educação ambiental consciente. Rio de Janeiro: WAK, 2003.
LIMA, V.C., LIMA, M.R. de, MELO, V. de F., MOTTA, A.C.V., DIONÍSIO, J.A., FAVARETTO, N., SIRTOLI, A.E., CARVALHO, A.R. de, BICCA NETO, H., RODRIGUES, R. Promoção do ensino de solos através de cursos, eventos e publicações de extensão para professores do nível fundamental e médio. Expressa Extensão, Pelotas, v. 8, n. 1-2, jul./dez 2003. CD-ROM.
MARIN, A. A. A natureza e o outro: ética da compaixão e educação ambiental. Pesquisa em Educação Ambiental (UFSCar), v. 2, p. 11-27, 2007.
QUEIROZ, Marluce Teixeira Andrade; SANTOS, Samuel Dias; ANANIAS, Harley Belo. Estudo de Caso: A responsabilidade das instituições públicas em relação à formação e manutenção das brigadas de voluntários de incêndios. VI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2009. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/artigos20. php?pag=74>. Acesso em 17 fev. 2010