ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ESTUDO DA BIOSSORÇÃO DE ÍONS CROMO EM MEIO AQUOSO POR INTERAÇÕES COM BIOMASSA FÚNGICA

AUTORES: SÁ, L.M.C. (CESI/UEMA)

RESUMO: O setor industrial é um dos principais causadores da contaminação das águas naturais no
mundo. Com isso, visando um tratamento dos resíduos lançados por fábricas e empresas
que fosse mais barato, é que surgiu a biossorção. Ostenta-se em microrganismos que
adsorvem íons metálicos. Os parâmetros para a biossorção se deu na permanência da
biomassa em solução padrão de cromo (K2Cr2O7), atingindo o tempo máximo de 24 horas, e
lidas as absorbâncias por espectrofotometria UV/VIS. Os resultados mostraram que os
íons cromo em meio aquoso foram removidos com percentual de 60 e 40% nas concentrações
de 50 e 100 mg/L, respectivamente.

PALAVRAS CHAVES: biomassa fúngica - íons cromo - biossorção

INTRODUÇÃO: O problema da contaminação de águas por metais pesados tem recebido uma crescente
atenção devido à sua toxicidade ao meio aquático e aos efeitos nocivos à vida humana.
Os métodos convencionais utilizados para remoção de metais pesados tais como a
precipitação química, a oxidação ou redução química, nem sempre são eficientes, o que
incentiva pesquisas no sentido do desenvolvimento de tecnologias alternativas para
tratamentos mais adequados [Cossich, 2000]. A aplicação de biotecnologias torna-se
atraente por combinar custo baixo com o desenvolvimento de um processo de reduzido
impacto ambiental. Nos últimos anos, grande número de estudos visando à utilização de
microrganismos/biomassas para remoção de metais pesados de efluentes [Hughes & Poole,
1989]. Esse mecanismo de adsorção passiva de íons metálicos à determinados tipos de
biomassas é denominado de biossorção. Dentre as biomassas destacam-se os fungos de
solos pela sua abundância e riqueza estrutural, que podem ser usadas como retentores
sólidos de metal pesado, no lugar das resinas convencionais. As vantagens deste
processo estão na eficiência de remoção e na possibilidade de reutilização da
biomassa através da dessorção dos íons metálicos. Um dos metais que tem despertado
atenção, dada a sua larga utilização e ocorrência, é o cromo. Dentre as valência do
cromo em solução, as mais usuais são as formas trivalente(Cr3+) e hexavalente(Cr6+)
sendo que a primeira é a mais estável e essencial ao ser humano e a última é
considerada altamente tóxica. Os compostos de cromo são usados em uma grande
variedade de indústrias e também como inibidores de corrosão. Assim, este trabalho
teve como objetivos selecionar linhagens fúngicas com capacidade adsorver cromo e
verificar a possibilidade de aplicação em processos de biossorção.

MATERIAL E MÉTODOS: As linhagens fúngicas selecionadas para os ensaios de biossorção de cromo em meio
aquoso foram isoladas de amostras de solo do Cerrado Maranhense empregando meio de
cultura Potato Dextrose Agar (BDA). A biomassa fúngica foi lavada com água destilada,
filtrada, seca em estufa a 60 ºC por 24 horas, triturado e homogeneizado por
peneiramento. A avaliação da biossorção de cromo foi realizada a partir de uma
solução estoque contendo 100 mg/L de
Cr(VI) obtida usando o sal K2Cr2O7. Aproximadamente 250 mg da biomassa seca de fungos
foram adicionadas a frascos erlenmeyers de 125 mL contendo 50 mL das soluções de
Cr(VI) na concentrações de 50 e 100 mg/L. Os frascos foram mantidos sob agitação de
120 rpm, à temperatura de 30 oC, por 24 horas. Após esse período a biomassa foi
filtrada e a biossorção de cromo foi determinada pela diferença da concentração do
metal na solução inicial e final, de acordo com a Equação: Qads = (Ci-Cf)V/M. Onde Ci
e Cf representam as concentrações iniciais e finais do metal em equilíbrio (mg/L),
respectivamente, V é o volume da amostra da solução (L), e M é o peso seco da
biomassa adicionada (g). A concentração de cromo nos ensaios foram determinados por
Espectrofotometria UV/Vis empregando o método colorimétrico baseado na reação do
Cr(VI) com difenilcarbazida e analisada no comprimento de onda de 540 nm.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que os íons cromo em meio aquoso foram removidos com percentual
de 60 e 40% nas concentrações de 50 e 100 mg/L, respectivamente. A baixa interação da
biomassa fúngica na concentração de 100 mg/L pode estar com o acúmulo dos íons nos
grupos funcionais disponíveis, causando aglomeração celular e diminuindo a área
superficial de contato.

CONCLUSÕES: Embora apresentem uma capacidade adsortiva relativamente baixa, a biomassa pode ser
empregada como biossorventes de íons metálicos contaminantes com baixos níveis de
contaminação.

AGRADECIMENTOS: UEMA, Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: COSSICH, E. S. Biossorção de Cromo (III) pela Biomassa da Alga Marinha Sargassum sp. Campinas: Faculdade de Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas, 2000, 147 p. Tese (Doutorado).

HUGHES, M.N.; POOLE, R.K. Metals and Microorganisms, London: Chapman and Hall, 1989.

KRATOCHVIL, D.; PIMENTEL, P.; VOLESKY, B. Removal of trivalent and hexavalent chromium by seaweed biosorbent, Environ. Sci. Technol., 32, 2693-2698, 1998.