ÁREA: Ambiental

TÍTULO: COMPARAÇÃO DOS ASPECTOS QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DOS IGARAPÉS TUCUNDUBA E COMBÚ DURANTE UM CICLO DE MARÉ, BELÉM-PARÁ.

AUTORES: PEREIRA, J. S. (UFPA) ; SANTOS, D. C. (UFPA) ; PEREIRA, S. F. P. (UFPA) ; OLIVEIRA, J. S. (IFPA) ; SARPEDONTI, V. (UFPA) ; PONTES, R. G. (UFPA) ; BITTENCOURT. J. A. (UFPA) ; NASCIMENTO, K. M. (UFPA) ; OLIVEIRA, M. S. (UFPA) ; SANTOS, L. P. (UFPA)

RESUMO: O estudo teve como objetivo avaliar o comportamento das variáveis química e físico-químicas em um ciclo de maré nas águas dos igarapés Combú e Tucunduba, verificando os seus efeitos sobre as águas de abastecimento da cidade de Belém. As campanhas ocorreram no mês de junho e as analises químicas e físico-químicas foram realizadas in situ. A Temperatura variou entre no igarapé Tucunduba 28,78 a 31,21°C com uma média de 29,91±0,94°C, o pH oscilou entre 5,97 a 6,48 com uma valor médio de 6,34±0,21 e Condutividade variou entre 50,8 a 749 com uma média de 608,87±224,4 (µS/cm). Já o Igarapé Combú apresentou valores para temperatura entre 28,92 a 29,98 com média de 29,24±0,31, a condutividade oscilou entre 104 a 128(µS/cm) com uma média de 112,8±7,09 (µS/cm).

PALAVRAS CHAVES: ciclo de maré, variáveis químicas e físicas, igarapés

INTRODUÇÃO: A água é um recurso natural indispensável para a existência do homem e demais seres vivos no Planeta (AGUIAR, 2001). Dessa forma, a depreciação da qualidade da mesma é uma ameaça a manutenção saúde das pessoas e de toda a biota. A região metropolitana de Belém é constituída em sua geografia por vários rios e igarapés e canais os quais formam bacias como a da estrada nova e a bacia do Uma (PEREIRA, 2000).
Os igarapés do Combú e Tucunduba fazem parte do conjunto de afluentes que desembocam na Baía de Guajará, cujas águas podem ser utilizadas para diversos fins, como higienização, utilização doméstica e consumo humano. O igarapé Combú está na margem esquerda da Baía de Guajará, sendo um local pouco povoado e considerado preservado no que se refere à presença de fontes poluidoras (PEREIRA, 2000). Já o igarapé Tucunduba, recebe aportes de esgoto não tratado de origem domestica e industrial provenientes de vários bairros da cidade de Belém, onde está inserido.
Dessa forma, existe a necessidade de se ampliar a realização de estudos que investiguem as condições químicas e físico-químicas dos corpos hídricos perante o crescimento populacional, sobretudo nos locais desprovidos de rede de esgoto e saneamento básico.


MATERIAL E MÉTODOS: As campanhas ocorreram nos dias 26 e 27 do mês de junho de 2010, considerado final do período chuvoso para região. As amostragens ocorreram em média a cada uma hora em estações de monitoramento localizadas na foz dos dois igarapés (Tucunduba e Combú). As analises químicas e físico-químicas foram realizadas “in situ” a partir do sistema de monitoramento ambiental com o auxilio de uma Sonda Multiparamentro-YSI (modelo V2 6600), a qual foi submergida na água. As analises começaram durante a enchente até a maré baixa, para ambos os igarapés. Os dados obtidos foram submetidos a uma analise estatística para verificação das relações entre as medidas de tendência central (LAPPONI, 2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados encontrados, Tabela 01, durante o estudo no igarapé Combú foram comparados aos dados disponíveis na literatura, os quais sugerem uma forte correlação entre os baixos valores de pH (mínimo de 5,13 as 10:21h), e a intensa decomposição matéria orgânica, provenientes da floresta e portanto sendo de origem natural, o que é notado com frequência nos afluentes amazônicos. Já no igarapé Tucunduba os baixos valores de ph (mínimo de 5,97 as 8:40 h) podem estar relacionados com a intrusão das águas do Rio Guamá no igarapé Tucunduba, chegando ao centro da cidade de Belém, onde possivelmente ocorre maior contato com o esgoto origem domestica e industrial. Soma-se a este argumento, o fato que neste mesmo igarapé os valores de Condutividade (50,9 a 749 µS/cm), apesar de estarem de acordo com a legislação vigente, apresentam valores superiores aos encontrados na literatura. As Demais variáveis estão de acordo com a legislação Federal do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA 375/2005), que classifica as águas dos igarapés Tucunduba e Combú, como sendo de classe II.



CONCLUSÕES: A deficiência no sistema de tratamento de esgoto domestico/industrial provenientes dos bairros que integram a bacia do igarapé Tucunduba, podem alterar as condições químicas e físico-químicas, o que sugere uma ameaça para a biota residente naquele corpo hídrico.
As alterações na qualidade química da água podem causar varias doenças de veiculação hídrica, acometendo a população residente não somente daquela área, mais também em outros bairros da cidade de Belém, abastecidos pela estação de captação da Cosanpa, localizada há poucos metros do igarapé Tucunduba.

AGRADECIMENTOS: Ao Laboratório de Química Analítica e Ambiental (LAQUANAM) da Universidade Federal do Pará.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AGUIAR, S. A. de. Degradação sócio-ambiental: um estudo sobre a população residente na proximidade da foz do igarapé Tucunduba (Belém-Pará). Belém: Núcleo de Meio Ambiente/ UFPA, 2000.

PEREIRA, S. F. P.; FREITAS, P.; BARBOSA, J.; RAMOS, R.; EDNEI, J. Avaliação da poluição hídrica na bacia do Una - Uma década depois. In: XL CBQ, Recife. 1:385-385, 2000b.

CONAMA. Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, nº 357 de 17 de março de 2005, p. 9-24, 2005.

LAPPONI, J. C. Estatística Usando o Excel. São Paulo: Lapponi, 2000, 181p.

BABBITT, H. E.; DOLAND J. J.; CLEASBY, J. L. Abastecimento de Água. Tradução de Zadir Castelo Branco. São Paulo: Edgard Blücher - Universidade de São Paulo, 1962. 592p.