ÁREA: Ambiental

TÍTULO: SEQUESTRO DE CARBONO E MINERAIS NO CULTIVO DE PUPUNHEIRA PARA PRODUÇÃO DE PALMITO E SENENTES

AUTORES: BARRETO, F. S (FTC) ; VALLE, R. R (CEPLAC) ; SILVA, M. G. C. P. C (CEPLAC) ; RIBEIRO, M. A. Q (UESC) ; NETO; M, A (INACERES - B) ; BARRETTO, W. S. (CEPLAC)

RESUMO: O carbono e outros elementos minerais podem servir como fertilizantes para a agricultura. Foram coletadas 5 touceiras de pupunha, separando as partes vegetais da planta. Determinou-se a matéria seca e foram coletadas 5 amostras do material de cada grupo para a secagem e determinação do carbono. Os valores médios nas plantas adultas cultivadas para a produção de sementes, do carbono, de 54,5%. O valor médio total da massa seca de semente e palmito foi de 34.8 t/ha e 59.6 t/ha respectivamente. A maior concentração de minerais nas plantas cultivadas para a produção de palmito foi encontrada nos folíolos, raiz, palmito e cacho sem frutos. Os valores encontrados de carbono das plantas cultivadas na produção de semente e palmito não diferiram estatisticamente.

PALAVRAS CHAVES: carbono, minerais, palmito.

INTRODUÇÃO: O conceito de sequestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acumulo de CO2 na atmosfera, visando à diminuição do efeito estufa. Avaliou-se o estoque de carbono e minerais nos diferentes compartimentos vegetais da pupunheira . O efeito do sequestro de carbono pode ser quantificado através da estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, o processo de fotossíntese. Para se proceder a avaliação dos teores de carbono dos diferentes componentes da vegetação, e por contabilidade de carbono bem desenhado forneceria uma fotografia transparente, consistente, comparável, completa, exata, verificável, e eficiente das mudanças no estoque e/ou nas emissões do carbono por remoção ou adição de fontes devido ao uso ou mudança no uso da terra e das atividades e dos projetos aplicáveis de florestamento ou outras atividades sob artigos relevantes do protocolo de Kyoto. Diante disto, estudos de quantificação do carbono estocado no cultivo de pupunha para produção de palmito, podem indicar as taxas de fixação do carbono por parte dos tecidos da planta e sua subsequente reposição dos minerais ao solo. Após um ano de plantio, a pupunheira que tem a características de produzir palmitos sofre cortes sucessivos, gerando grande quantidade de biomassa através dos resíduos de colheita que permanecem na área cultivada, tanto nas plantas para produção de palmitos como nas plantas adultas para produção de sementes os resíduos são compostos de frutos, folhas, bainha, estipe e palmito, os quais passam por processo de decomposição natural, tendo importante contribuição para o estoque de minerais e carbono no solo.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletados cinco touceiras (plantas matriz) para produção de palmito com densidade de 10,400 plantas/ha na propriedade agrícola da Inaceres no município de Uruçuca-BA, e três plantas adultas para produção de semente com densidade de 400 plantas/ha na área experimental do Ceplac/Cepec, separaram-se os seguintes compartimentos vegetais: folíolo, raques, bainha, estipe, raiz, risoma, palmito, palmito basal, flecha e nas plantas adultas separou-se também os frutos maduros, verde e cacho vazio. Foi determinado o peso da matéria seca das partes da planta. O palmito foi separado dividindo em duas partes (palmito basal e palmito). Foi tomado 5 amostras representativas do material de cada grupo para a secagem em estufa de ventilação forçada a 70°C por 72h para todos componentes. O material foi triturado em moinho de facas tipo Willye, e neste foram determinado o carbono e os macro-minerais. O carbono foi determinado por ignição enquanto os macros minerais foram determinados por via úmida, com uma solução digestora da combinação de ácido nítrico e ácido perclórico, na proporção 1:5 para o processo de digestão e liberação dos minerais na amostra contida. O digerido restante 1mL, foi transferido para balão volumétrico conhecido (SANTANA et al.,1977). Esta solução foi utilizado para determinar os seguintes minerais: P, K, Ca, Mg, o fósforo, foi determinado pelo método do molibidato, a leitura foi feita com auxilio de um espectrofotômetro (725µm). MALAVOLTA (1997), K, foi determinado utilizando fotômetro de chama, Ca, Mg, por espectrofotômetro de absorção atômica com chama de etileno, segundo FISK & SUBBAROW (1925) e SARRUGE & HAAG (1974) Enquanto o N, foi determinado após a digestão sulfúrica utilizando a metodologia de micro Kjeldahl.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores médios de carbono nas plantas adultas cultivadas para a produção de sementes foram de 54,5%, sendo que a maior quantidade de carbono nas plantas cultivadas para obtenção de sementes foi encontrado no estipe (23,7 t/ha), devido a sua maior massa seca, por outro lado, a maior quantidade de carbono nas plantas cultivadas para produção de palmito foi encontrada na raiz (17,1 t/ha), rizoma (9,11 t/ha), folíolo (8,36 t/ha), estipe (7,42 t/ha), bainha (8,36 t/ha), por serem estes compartimentos vegetais os que apresentaram maior quantidade de massa seca (Fig 2). A maior concentração de minerais nas plantas cultivadas para a produção de palmito foi encontrada nos folíolos, raiz, palmito e cacho sem frutos. (Figura 1)





CONCLUSÕES: Diante dos resultados apresentados nesta discussão, pode-se afirmar que o percentual de carbono nas plantas cultivadas para a produção de sementes não diferiu estatisticamente do valor encontrado nas plantas cultivadas para produção de palmito. Nas plantas cultivadas para produção de palmito, o valor médio do produto comercial, em t/ha, foi de 0.41, enquanto a massa seca dos folíolos foi de 8.34 t/ha. A maior quantidade de massa seca foi encontrada no sistema radicular com 17,1 t/ha. E o valor médio de produção de matéria seca total nas pupunheiras cultivadas para palmito foi de 59.6 t/ha.

AGRADECIMENTOS: A equipe do Laboratório da Seção de Fisiologia Vegetal do Cepec, a
Inaceres, CEPLAC e ao CNPq, pela colaboração a ajuda financeira.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SANTANA, S. O., ARAUJO, Q. R., MENDONÇA, J. R., e FARIA FILHO, A. F. 2003. Remapeamento dos Solos do Município de Valença-BA, In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Ribeirão Preto, São Paulo. Sbcs/Unesp – Viçosa. 13 A 16 de julho. 3p. CD Rom.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba/SP: Potafos, 1997, p.319.
SARRUGE,J.R. & HAAG, H.P. – Análises químicas em plantas. Piracicaba, ESALQ,
1974. 58p.
Fiske & Subbarow (1925). J. biol. Chem. 66, 375.