ÁREA: Ambiental
TÍTULO: ANÁLISE DA POLUÍÇÃO ATMOSFÉRICA POR VEÍCULOS AUTOMOTORES NA CIDADE DE FORTALEZA
AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; SILVA, A. J. J. (UECE)
RESUMO: Análise da situação dos veículos que trafegam nas principais avenidas da cidade de Fortaleza, para se ter uma noção sobre o trânsito e seu papel na degradação do ar que se respira, cujo objetivo é a solução dos problemas de poluição. Este estudo contém os principais fatores e recomendações a serem consideradas no processo de amenizar os problemas de poluição do ar por veículos automotores em Fortaleza. Por fim, são analisados os principais fatores a considerar em um suposto sistema de monitoramento para a cidade. Evidentemente, este trabalho foi desenvolvido como uma forma de diagnosticar os principais problemas e contribuir para os profissionais da área ambiental e de transportes.
PALAVRAS CHAVES: veículos automotores, poluição
INTRODUÇÃO: A grande queima de combustíveis fósseis, com conseqüente liberação de gases tóxicos na atmosfera, causa alterações do ar. A forma como se desenvolveu a sociedade, principalmente sob o aspecto do funcionamento urbano, direcionou o sistema de transporte de forma a atender a necessidade das pessoas de se deslocarem para onde desejarem de forma rápida e confortável. Assim, coincidentemente com os interesses das grandes montadoras de veículos e dos produtores de petróleo, o conceito do transporte por veículos automotores como sendo a melhor opção foi sendo solidificado na consciência coletiva, fazendo com que o setor crescesse de forma exponencial. A utilização intensiva do veículo automotor gera uma série de problemas relacionados com o meio ambiente e a saúde da população, devido às emissões de altos índices de poluentes atmosféricos, ruído e vibrações, criando um conflito entre a necessidade de deslocamento e os impactos negativos de sua realização. Esse conhecimento pode ser adquirido realizando uma análise das fontes emissoras e das características do meio de propagação, isto é, através de estudos e monitoramento das propriedades ambientais e do entendimento do funcionamento de todo o processo. Dessa forma, este trabalho trata desse assunto, ainda que limitado ao município de Fortaleza, mas que pode dar uma visão superficial da situação dos principais centros urbanos no Brasil. É dado enfoque a situação dos veículos que trafegam nos principais corredores do município de Fortaleza, os tipos de combustíveis utilizados pelos mesmos e o que vem sendo feito pelos órgãos ambientais para amenizar ou até mesmo resolver o problema da poluição atmosférica causada por esses veículos.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia adotada na análise da poluição atmosférica por veículos automotores da cidade de Fortaleza, partiu de uma etapa de conscientização junto a sociedade perante os principais problemas ocorridos, devido a falta de respeito dos condutores para com o meio ambiente e principalmente com o ar que respiramos. Os principais postos de combustíveis de Fortaleza foram visitados para analisarmos os tipos e a qualidade desses combustíveis consumidos, na ocasião observou-se que houve aumento no consumo do álcool, após a entrada no mercado dos veículos flex (bicombustíveis). Foi feito um levantamento da situação dos veículos que trafegam nas ruas de Fortaleza e as principais empresas de transporte coletivo urbano e metropolitano foram visitadas, com a finalidade de investigar o que mudou desde 1990, quando a SEMACE (Secretaria do Meio Ambiente do Ceará) desenvolveu o programa: Combate a fumaça negra no município de Fortaleza. Na mesma ocasião, investigou se as empresas obedecem aos limites máximos de emissões de acordo com o permitido pela legislação vigente e o que é feito pelas empresas para atingir tais resultados. Após essas visitas, foi elaborado um calendário de coleta de dados nos principais Bairros de Fortaleza (escolheu-se alguns bairros para a pesquisa, algumas empresas de transporte coletivo, assim como alguns postos de combustíveis e as principais empresas revendedoras de veículos, para obtenção dos resultados estatísticos), com o objetivo de analisar a situação dos veículos que trafegam nessas localidades, que levou em consideração a idade da frota, a manutenção periódica dos veículos, os principais combustíveis utilizados, a cor da fumaça emitida pelos escapamentos dos veículos e a intensidade da fumaça.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram observados que algumas marcas como a Fiat, por exemplo, todos os seus carros comercializados em Fortaleza são bicombustíveis e em outras marcas esse número chega a quase 100%, mas em um futuro próximo todos esses carros serão movidos a mais de um combustível (Flex). Com isso a poluição irá reduzir já que o álcool é menos poluidor que a gasolina. Os carros movidos a diesel poluem bastante. Os resultados alcançados nos testes realizados confirmam que no carro flex, tanto a gasolina quanto o álcool são queimados incompletamente, aumentando assim, o consumo e liberando mais gases poluentes no meio ambiente. Observou-se que o veículo exclusivamente a álcool fez 3 km a mais que o flex, mostrando mais eficiente. De acordo com os resultados obtidos observou-se que em todos os postos de combustíveis analisados, a gasolina (comum e aditivada) teve grande preferência perante aos consumidores, comprovando assim que mesmo com o aumento do consumo do álcool, após a introdução dos carros flex, a gasolina ainda é o principal combustível para veículos leves no município de Fortaleza. Determinou-se também as marcas dos carros que poluem mais e as marcas dos carros que poluem menos. Outro aspecto preocupante é o pequeno aumento no percentual de ônibus que em 2008 foi de apenas 5,8 %. Em relação as empresas particulares, a situação é bem diferente. Detectou-se uma frota com ônibus trafegando com mais de 15 anos de uso e em mau estado de conservação. A frota de caminhões é uma das mais velhas detectadas em Fortaleza, isso se dá por algumas razões: esses veículos por serem de carga, são projetados mais resistentes do que os veículos leves, por isso duram mais.
CONCLUSÕES: Não se pode pensar uma cidade para uso indiscriminado do automóvel com preocupações girando unicamente em torno do alargamento das vias. É preciso um planejamento urbano integrado de transporte e envolvendo as diversas formas do combate a poluição. É uma tarefa complexa, multidisciplinar, difícil, porém, possível. Por que não começar com um órgão único que organize e coadune dados e informações que, juntos, poderiam dar respostas positivas aos movimentos da cidade; mais fiscalização dos órgãos de trânsito com os veículos que trafegam em mal estado de conservação e emitindo poluentes.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABNT, NBR 12962. Desgaseificação de Tanque Rodoviário para Transporte de Produto Perigoso. Associação Brasileira de Normas Técnicas, RJ, 1993.
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