ÁREA: Ambiental

TÍTULO: Aplicação do Método Allegra para determinação de Hg no Mapará (Hypophthalmus marginarus) comercializado na feira do Ver-o-Peso em Belém

AUTORES: BATALHA, F. N. (UFPA) ; VILAR, D. A. N. (UFPA) ; TAVARES, L. C. (UFPA) ; MONTEIRO, W. R. (UFPA) ; MACIEL, E. P. (UFPA)

RESUMO: O mercúrio é um elemento tóxico que traz sérios problemas a saúde humana. Procurou-se analisar a qualidade do Mapará, um dos peixes freqüentes na RMB (Região Metropolitana de Bélem) provenientes do mercado do Ver-o-Peso. Foi analisado 5 unidades do Mapará e cada um seis vezes pelo Método Allegra. Este método validado pela Espectrometria de Absorção Atômica acoplada à Técnica de Vapor a Frio, surgiu como alternativa de baixo custo e fácil operação, além de atender às recomendações da OMS. Ao final da análise, observou-se que a concentração do peixe analisado satisfaz o limite recomendado da OMS e da Legislação Brasileira. A saúde da população belenense que se alimenta deste pescado não corre risco desta contaminação.

PALAVRAS CHAVES: mercúrio, mapará, método allegra

INTRODUÇÃO: As fontes de mercúrio para o meio ambiente podem ser classificadas como naturais ou antropogênicas. As primeiras são relativas, principalmente, a processos de desgaseificação da crosta terrestre. Já as fontes antropogênicas são de várias origens: rejeitos de indústria de cloro-soda, de equipamentos elétricos e eletrônicos, pesticidas e fungicidas, tintas, entre outros. O mercúrio é usado na fabricação de termômetros, barômetros, lâmpadas fluorescentes, espelhos, baterias, calculadoras, computadores, na extração de ouro e prata e outros meios. No Brasil, destacou-se a atividade garimpeira, principalmente na região Amazônica. A grande preocupação de governos e empresas é com o descarte dos resíduos, já que o metal não se degrada no meio ambiente. As espécies de maior interesse no estudo do impacto ambiental são o mercúrio elementar, o mercúrio iônico e os organomercuriais, com destaque para o metil-mercúrio. Este último é o principal responsável pela intoxicação do ser humano através de pescado.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a avaliação do pescado foi empregado o método Allegra, o qual consiste de método semiquantitativo empregando a colorimetria para a comparação das amostras com os padrões. A seqüência do procedimento envolve três etapas, o pré-tratamento, a determinação e a comparação da intensidade da cor.
O pescado foi lavado para a análise de digestão e determinação excessivamente para que haja o mínimo de interferência com o meio. Logo após a lavagem, o material foi levado à estufa para a secagem. Foram empregados na amostragem cinco unidades do pescado e cada peixe foi analisado em cinco triplicatas onde retirou-se uma posta do músculo para a análise. Foi cortado em forma de pequenos cubos que seriam aproximadamente em torno de 2 cm2 (Fig. 1).
Após a pesagem foram adicionados cinco gotas de substância anti-espumante (dimeticona, conhecida comercialmente com o nome de “luftal”) e 25 mL de solução sulfonítrica (solução preparada com H2SO4 com pentóxido de vanádio e HNO3). Logo após, o material foi colocada em banho de areia com um aquecimento estimado em 45 minutos. O sistema de digestão foi retirado do banho de areia e colocado para esfriar naturalmente. Com o esfriamento foi adicionado 20 mL de água e 25 mL de KMnO4 ao sistema de digestão. A amostra digerida foi transferida para o sistema de determinação. No momento em que a amostra é transferida, foi adicionada 25 mL de solução de SnCl2 50%. Os sistemas de determinação foram fechados e colocados os papéis detectores. Os papéis detectores foram adaptados ao suporte para evitar a perda de umidade pelo papel. A aeração foi mantida por 20 minutos borbulhando a amostra. A retirada do papel detector foi feita ainda com a bomba de aeração ligada. Retirou-se o papel e comparou-se visualmente a coloração com os padrões (Fig. 2).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores encontrados de mercúrio em peixes são esboçados em faixas de concentração. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Legislação Brasileira, a quantidade de mercúrioem peixe recomendado para o consumo freqüente é menor que 300 ppb. O Hypophthalmus marginatus (Mapará) analisado apresentou a quantidade permitida, todos tiveram faixas de concentração entre 100 e 300 ppb.
Peixe 1: 100 – 300
Peixe 2: 100 – 300
Peixe 3: 100 – 300
Peixe 4: 100 – 300
Peixe 5: 100 – 300






CONCLUSÕES: Devido a qualidade do pescado ser motivo de preocupação pelo fato do peixe participar do hábito alimentar regional e ser uma importante fonte de nutrientes, é necessário o estabelecimento de estratégias de monitoramento da qualidade desses animais em relação ao mercúrio.Pode-se concluir que no período estudado, o peixe Mapará proveniente do mercado público Ver-o-Peso do Município de Belém, na faixa amostral estudada, encontrou-se em condições adequadas para o consumo humano, atendendo aos limites estabelecidos pela OMS e Legislação Brasileira Lei 986 de 21/10/1969: Portaria 686 de 27/08/1988.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: NASCIMENTO, E. S. & CHASIN, A. A. M. Ecotoxicoloia do mercúrio e seus compostos. Série cadernos de referência Ambiental, Volume 1. Salvador, 2001.
ROCHA, C. A. M. & ROCHA, S. M. Levantamento e caracterização dos peixes mais freqüentes no Mercado Público do Ver-O-Peso, Belém-Pará. Trabalho apresentado na 59ª Reunião Anual da SBPC. Belém, 2007
Yallouz, Alegra Viviane. Método alternativo de determinação de mercúrio em amostras ambientais: uma ferramenta na prevenção de intoxicação por peixes contaminados. CETEM, Rio de Janeiro, 2000.