ÁREA: Ambiental
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ALCALINIDADE DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB
AUTORES: MELO, M. J. M. (UFCG) ; OLIVEIRA, T.P. (UFCG) ; SILVA, D. D. (UFCG) ; LIMA, M. P. (UFCG)
RESUMO: A água é um recurso natural indispensável à sobrevivência, daí a importância de
averiguar a qualidade da água. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a
alcalinidade e o pH das águas do abastecimento de Cuité-PB, considerando as influências
dos períodos de chuva. Foram coletadas amostras em triplicatas de diferentes pontos da
cidade e da fonte primária. Realizaram-se medidas de pH e método titulométrico de
neutralização. As amostras analisadas indicaram alcalinidades com valores médios entre
138,3 - 152,2 mg/L de CaCO3 sendo observado um aumento em amostras coletadas no açude
igual a181,6 mg/L de CaCO3, devido as altas concentrações de CaCO3 incorporada ao solo,
aumentando também o valor do pH. Os índices pluviométricos não influenciaram na
alcalinidade e no pH das amostras.
PALAVRAS CHAVES: água do abastecimento, alcalinidade, qualidade.
INTRODUÇÃO: A água é uma substância vital para qualquer ser vivo e é utilizada para inúmeras
finalidades. O município de Cuité-PB encontra-se inserido nos domínios da bacia
hidrográfica do Rio Jacú e um dos principais corpos de acumulação é o açude do
Boqueirão do Cais, situado na região da Borborema, Mesorregião do Agreste Paraibano e
mais precisamente na Microrregião do Curimataú Ocidental. O abastecimento do
município que é feito pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) de
propriedade do Governo do Estado da Paraíba. Nas proximidades do açude, moram
agricultores que exercem atividades agrícolas e pecuárias, utilizando a água local.
Para além do efeito de tampão, minimizando as variações de pH, a alcalinidade reduz a
toxicidade dos metais pesados, formando complexos com estes (BERTOLO, 2006). Estas
alterações químicas e ecológicas no sistema aquático conduzem ao desequilíbrio da
fauna e flora dos corpos de água, necessitando desta forma um controle sobre os
índices de qualidade da água que pode ser realizado através da determinação de pH
que indica a quantidade de íons de hidrogênio existentes em uma solução. No campo do
abastecimento de água o pH intervém na coagulação química, controle da corrosão,
abrandamento e desinfecção, sendo um dos principais parâmetros de potabilidade
exigidos pela legislação do Ministério da Saúde. Tendo em vista, o aumento
populacional do município nos últimos anos e com a inserção do Campus da UFCG,
pesquisas vem sendo desenvolvidas para investigar as caraterísticas da referida
matriz (MELO,2011). O objetivo é investigar a alcalinidade e o pH da água
considerando períodos chuvosos.
MATERIAL E MÉTODOS: As análises foram realizadas no laboratório de Química Analítica da UFCG Campus
Cuité-PB. O processo de amostragem envolveu coletas de pontos da cidade (residências,
Universidade, e CAGEPA) no período de janeiro a abril de 2011. Essas amostras foram
coletadas em triplicatas, armazenadas em frascos de polietileno e refrigeradas para
posteriores análises. Os pontos de coletas A, B, C, D e H, correspondem às amostras
em diferentes localidades do município, ou seja, amostras que passaram por tratamento
completo na CAGEPA. A amostra do ponto E, coletada nos tanques da CAGEPA, apresenta
apenas uma pré-cloração, ou seja, foi coletada antes de receber todo o tratamento
completo de desinfecção. E finalmente, os pontos F e G correspondem às amostras de
água “bruta”, coletados às margens do Açude do Boqueirão do Cais. Após esse processo
de amostragem, realizou-se as analises laboratoriais utilizando a titulometria de
neutralização e medidas de pH. Os testes de volumetria de neutralização foram
realizados da seguinte forma: mediu-se 50 ml da amostra coletada e colocou-se em um
Erlenmeyer de 250 mL. Em seguida adicionou-se 5 gotas de indicador de alaranjado de
metila, realizando-se a titulação com H2SO4 0,01 mol.L-1 (previamente padronizado),
até a mudança de cor amarelo para alaranjado, nas quais para cada ponto da amostra
coletada a titulação foi feita em triplicata. Para a análise do pH das amostras de
água foi utilizado um pHmetro PHS – 3B.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a titulação de neutralização, obtiveram-se os valores representados na Tabela 1,
a qual apresenta as medidas de alcalinidade das amostras coletadas no período
compreendido de janeiro a abril de 2011, a fim de comparar a influência dos períodos
de chuva nesse período. Conforme os dados mostrados na tabela1, todas as amostras de
águas analisadas apresentaram boa capacidade tamponante, sendo observado um aumento
de alcalinidade nas amostras coletadas no açude, pontos (F) e (G). Esse aumento se
deve as altas concentrações de CaCO3 presentes no solo, visto que a região do semi-
árido nordestino é propício à altos valores salinidade, associados ao clima seco sob
constante evaporação nas épocas de estiagem, assumindo que todo HCO3- se precipita no
solo na forma de CaCO3 e a quantidade de calcário incorporada ao solo faz o pH
aumentar (EGREJA FILHO, et al. 1999). As amostras de água coletadas na cidade
apresentaram menores valores de alcalinidade. A Tabela 2, apresenta os valores de pH
medidos no mesmo período da pesquisa. A investigação do pH para as amostras
analisadas nos meses de janeiro e abril de 2011, encontra-se uma média de pH entre
6,49 a 8,59, indicando que as mesmas apresentam conformidades nos valores permitidos
pela legislação do Ministério da Saúde a portaria nº518/04 (BRASIL,2004). Nas
amostras dos pontos (F) e (G) foi observado um aumento no valor de pH, as quais são
amostras de águas “brutas”, coletadas às margens do açude. Essas águas apresentam
partículas orgânicas em suspensão apresentando uma coloração esverdeada, além de
minerais dissolvidos na água proveniente do solo rico em calcário. Com relação aos
índices pluviométricos, estes não ofereceram mudanças significativas que pudessem
provocar alterações na alcalinidade e pH da água do abastecimento.
CONCLUSÕES: As alcalinidades das amostras de águas analisadas apresentaram valores aproximados. As
amostras de águas coletadas na cidade, apresentaram menores valores de alcalinidade e
de pH, sendo portanto considerada dentro dos padrões de potabilidade estabelecido pela
legislação da portaria nº 518/04 do Ministério da Saúde. Os índices pluviométricos não
influenciaram na alcalinidade e no pH das amostras analisadas, apesar das águas in
natura apresentarem valores elevados para ambos. No tocante, todas as amostras
apresentaram valores aceitáveis de potabilidade com relação aos parâmetros analisados.
AGRADECIMENTOS: PIVIC – PROPEX/UFCG (2010/2011). A Companhia de águas e Esgotos da Paraíba – CAGEPA
pelo fornecimento das amostras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERTOLO, E. J. P. Aproveitamento da água das chuvas em edificações. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – FEUP, 2006. Disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/IV-056.pdf, acessado em 25/04/11
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n.º518, de 25 de março de 2004. Dispõe sobre normas de potabilidade de água para o consumo humano. Brasilia: SVS, 2004.
EGREJA FILHO, F.B.; MAIA, C.E.; MORAIS, E.R.C. Método computacional para correção da alcalinidade de águas para fertirrigação. Disponível em http://sbcs.solos.ufv.br/solos/revistas/v23n2a24.pdf, acessado em 25/05/11.
MELO, M. J. M. Estudo analítico da dureza e alcalinidade de águas de abastecimento visando abrandamento por meio de resina de troca iônica. (Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Química) – Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, 2011.