ÁREA: Ambiental

TÍTULO: AVALIAÇÃO GEOQUÍMICA DA ÁGUA DE TRÊS IGARAPÉS DA REGIÃO DO DISTRITO INDUSTRIAL

AUTORES: FERREIRA, P. R. G. (UFAM) ; MEDEIROS, A. D. (UFAM) ; SOUZA, K. S. (UFAM) ; PESSOA JUNIOR, E. S. F (UFAM) ; SANTANA, G. P. (UFAM) ; SILVA, C. L (UFAM)

RESUMO: Neste trabalho, foram estudadas as águas de três igarapés do Distrito Industrial de Manaus afluentes do Igarapé do Quarenta (Igarapés 03, 04 e 05), a fim de verificar a influência do Distrito Industrial na região. Foram determinados o pH, temperatura, matéria orgânica e a concentração de Fe, Zn, Mn, Ni, Cd, Cr, Cu e Pb (metais potencialmente tóxicos –MPT) por espectrometria de absorção atômica de chama (F-AAS). Os dados de concentração foram tratados pelos métodos de krigagem. Os resultados mostram de uma maneira geral que esses igarapés estão com valores de pH, temperatura e de concentração de matéria orgânica alterados em relação aos igarapés da cidade. Com os semivariogramas, pode-se observar que as indústrias do Distrito Industrial são as principais responsáveis pela contaminação.

PALAVRAS CHAVES: distrito industrial, águas, krigagem.

INTRODUÇÃO: A poluição e consequente contaminação por metais em ecossistemas aquáticos ocorre de maneira lenta e, por este motivo, pode-se considerar erroneamente que não traz graves efeitos. Porém, os metais se acumulam nos organismos e seus efeitos serão sentidos quando toda a cadeia alimentar estiver com níveis acima dos suportáveis. Por esta razão, é necessário contar com ferramentas de avaliação e controle que permitam estimar o risco existente tanto para os ecossistemas aquáticos, como para a saúde humana (PEREIRA et al., 2007). Dentre essas ferramentas, a técnica de interpolação por krigagem tem destaque, pois estima os dados em pontos não amostrados a partir de resultados obtidos e dessa forma, é possível mapear a região de interesse de forma eficiente, com o menor erro de estimativa possível WOJCIECHOWSKI, 2006).

MATERIAL E MÉTODOS: Em cada igarapé foram retiradas 10 amostras de água a 50 m de distância nos meses de maio, julho, setembro e novembro de 2000. As amostras de água foram coletadas em uma profundidade de 10 cm, armazenadas em garrafas plásticas de polietileno, previamente lavadas com HNO3, e levadas imediatamente ao laboratório para análises posteriores. As medidas de pH, temperatura e matéria orgânica foram realizadas no dia da coleta. Os MPT foram determinados por espectrometria de absorção atômica de chama (F-AAS com chama ar/acetileno, modelo GBC, AAS 932). Os dados obtidos foram tratados geoestatisticamente pelos métodos de krigagem ordinária e simples, com ajuste dos modelos exponencial e gaussiano feito “a sentimento”, utilizando o software Arcgis 9.0 ®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostram um ambiente aquático anômalo, com bruscas alterações dos parâmetros analisados em um curto espaço de tempo (intervalo entre as coletas), conforme mostrado no Quadro 1. A exceção são os valores de pH, que estiveram em torno de 6,00 em todas as quatro coletas. O Fe foi o MPT com maior introdução no Igarapé do Quarenta pelos Igarapés 03 e 04, seguido por Zn e Mn. As maiores concentrações desses elementos foram determinadas próximos à locais de despejos industriais, como é possível observar nos semivariogramas de distribuição espacial usando krigagem ordinária e simples (Figura 1). Além desses, os metais Ni, Cu, Cr e Pb foram adicionados em menores proporções ao micro-ecossistema do Igarapé do Quarenta pelas águas dos Igarapés 04 e 05. Apenas o Cd não foi determinado, pois estava abaixo do limite de detecção da técnica. Nos três igarapés verificou-se também que os teores destes metais estão acima dos limites recomendados pela resolução N° 357 de 2005 do CONAMA. Essas condições confirmam os níveis de contaminação no Igarapé do Quarenta.





CONCLUSÕES: Neste trabalho, é possível afirmar que a contribuição do Distrito Industrial durante as quatro coletas realizadas, provocou alterações nas características físico-químicas das águas dos Igarapés estudados. Os principais MPT lançados pelo Distrito Industrial foram Fe, Zn e Mn. Os metais Ni, Cu, Cr e Pb foram adicionados em menores proporções. A geoestatística revelou que Fe, Zn e Mn tiveram comportamentos distintos durante as coletas, com concentrações máximas em algumas áreas, dependendo da época de coleta.

AGRADECIMENTOS: A CAPES e a UFAM.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PEREIRA, C. D.; QUINÁIA, S. P. Estudo do coeficiente e distribuição do Cr em águas naturais. Ambiência. Vol. 3 (1), p. 27-37, 2007.
WOJCIECHOWSKI, J. C. Geoestatística aplicada ao estudo das características físico-químicas do solo em áreas de floresta estacional decidual. Santa Maria, RS: UFSM, 2006. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Geoinformação), Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, 2006.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA: RESOLUÇÃO Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005. Disponível em: www.cetesb.sp.gov.br.