ÁREA: Ambiental

TÍTULO: CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE DURABILIDADE DE BLOCOS RATICIDAS

AUTORES: PRISCO, R.C.B. (IB-APTA) ; POTENZA, M.R. (IB-APTA) ; SAVOY, V.L.T. (IB-APTA)

RESUMO: RESUMO: O controle químico das populações de roedores é feito com o uso de rodenticidas cumarínicos. Esses compostos são aplicados no meio e deixados sujeitos à ação das intempéries, sendo necessária à avaliação dessas formulações para garantir a durabilidade dos rodenticidas no campo. As formulações utilizadas foram iscas em blocos, e os ensaios foram realizados em seis produtos distintos, durante uma semana, para avaliarmos a durabilidade ao tempo, em água e ao calor. Os compostos apresentaram resistência ao tempo e ao calor, porém dos 42 ensaios realizados de durabilidade em água, 83% apresentou trincamento e mofo. Os resultados obtidos permitem subsidiar a Comissão de Desinfestantes da ABNT para servir como referência no controle da qualidade e ao uso seguro de rodenticidas.

PALAVRAS CHAVES: durabilidade, raticidas, iscas em blocos.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Um dos problemas enfrentados pelos órgãos sanitários é o controle de pragas e vetores urbanos relacionado ao rápido e, geralmente, desordenado crescimento das grandes cidades, possibilitando edificações em locais nem sempre adequadas e tornando ineficientes os sistemas de saneamento, distribuição de água potável, tratamento de esgotos e coleta do lixo (BRASIL, 2002). Entre as chamadas “pragas” urbanas, os ratos merecem destaque, pois as três espécies principais encontradas nas cidades brasileiras, Rattus norvegicus, R rattus e M. musculus, embora sejam espécies diferentes e tenham nichos ecológicos distintos (GARCIA, 1998), estão relacionadas direta ou indiretamente com graves patogenias humanas. Os rodenticidas são utilizados visando à eliminação dos indivíduos, ação conhecida por desratização feita, atualmente, com o uso de vários tipos de formulações como isca peletizada, pó de contato, semente impregnada e bloco parafinado, colocados no ambiente em que o animal se encontra para que este entre em contato com os mesmos e ocorra a intoxicação. Os rodenticidas cumarínicos, atuam interferindo com o processo de coagulação sangüínea uma vez que são antagonistas estruturais da vitamina K. Além disso, também exercem uma ação vasodestrutiva levando a um extravasamento sangüíneo (LARINI, 1999). Produtos com aparência não atrativa, palatabilidade baixa, presença de contaminantes, entre outras características, podem não ser eficazes para atingir seu objetivo (GRINGS, 2006).
Este trabalho teve como objetivo, avaliar as características físico-químicas de durabilidade de blocos rodenticidas para subsidiar métodos de controle da qualidade de desinfestantes, e de maximizar o uso seguro.


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS:
LOCAL DE ESTUDO
Os testes foram realizados no Laboratório de Química Ambiental do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa de Proteção Ambiental, e os ensaios de campo em área, adequada e externa no Instituto Biológico, durante o inverno.
TESTES FÍSICOS - QUÍMICOS DOS PRODUTOS
Para cada teste foram utilizados seis produtos e realizados os ensaios com sete repetições de cada produto.
Teste de resistência à água:
Em um béquer de 250mL, contendo 200 mL de água, inserimos o bloco e monitoramos diariamente, durante uma semana.
Teste de resistência ao calor:
Em estufa a 50 (+/-1)ºC foram colocados 126 blocos e mantidos, durante uma semana e monitorados diariamente.
Teste de resistência ao tempo:
Em mini lisímetros foram fixamos com arame os 126 blocos e colocados em área externa, durante uma semana e monitorados diariamente.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na avaliação de durabilidade em água observou-se que das seis amostras, apenas uma não absorveu água, não apresentou mofo ou trincamento, e continuou com seu aspecto inalterado durante todo o período monitorado.
De cinco amostras restantes, uma dissolveu em água, após 16 horas do início do ensaio, e em 72 horas as demais amostras apresentaram presença de mofo e trincamento.
No último dia, em quatro amostras ocorreu dissolução parcial em água e apenas uma dissolveu totalmente, sendo que 83% das amostras avaliadas apresentaram trincamento e mofo.
A avaliação ao tempo mostrou boa resistência em todas as amostras avaliadas, sendo que no período, as temperaturas externas variaram de 8º a 22ºC.
Cinco amostras apresentaram boa resistência ao calor, porém uma apresentou pouca deformidade.
De acordo com os resultados apresentados, a amostra que obteve maior durabilidade em água, apresenta grande quantidade de parafina, mas pouca atratabilidade para os ratos.
A presença de mofo em cinco das amostras estudadas é outro fator limitante da palatabilidade e atratabilidade para os roedores.
As formulações tipo isca em bloco estudado possuem pouca resistência às intempéries, devendo-se normalizar metodologias que garantam a qualidade dos produtos utilizados no controle de roedores.


CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Os resultados poderão subsidiar a Comissão de Desinfestantes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no desenvolvimento de métodos analíticos de formulações isca em bloco, para garantir a qualidade dos raticidas utilizados no controle químico em áreas urbanas.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Manual de Controle de Roedores. Fundação Nacional da Saúde -FUNASA. Ministério da Saúde. 2002, 132p.
GARCIA, NO. Roedores em áreas urbanas. O Biológico, v. 60, separata, 1998
GRINGS, VH. Controle Integrado de Roedores. Concórdia: EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Suínos e Aves. 2006, 14p. Disponível em http://www.cnpsa.embrapa.br/dow.php, acessado em 02 de setembro de 2009.
LARINI, L. Toxicologia dos praguicidas. São Paulo: Manole Ltda, 1999. p. 1-18.