ÁREA: Ambiental

TÍTULO: DESCARTE DE APARELHOS CELULARES NA CIDADE DE MONTES CLAROS-MG

AUTORES: RESENDE, I.L.C. (CSR) ; MEDEIROS, F.F.A. (FAP) ; CAMARGOS, J.B. (FAP)

RESUMO: RESUMO: No sentido de avaliar o descarte de aparelhos celulares na cidade de Montes Claros-MG, foi feita uma pesquisa de campo pelos alunos do 5° período de Química da FAP – Faculdade Prisma, em três estabelecimentos no Shopping popular e em 12 lojas do centro urbano que comercializam tais produtos. Constatou-se que a população não cumpre o disposto na Lei Federal n.º 12.305, de 02 de agosto de 2010, acerca da política nacional dos resíduos sólidos, tendo em vista o pequeno número de aparelhos celulares coletados naqueles estabelecimentos, necessitando-se de uma política de conscientização, através dos diversos meios de comunicação, a fim de atingir toda a população nos diferentes níveis socioeconômicos.

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: química, ambiente e lixo eletrônico

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A conversão de energia química em energia elétrica é fenômeno que permitiu a evolução dos aparelhos eletroeletrônicos e atualmente no mercado há crescente consumo devido à explosão da telefonia móvel.
Ante este acontecimento, o ensino de química vê a importância da contextualização, onde a química tem-se resumido a cálculos matemáticos e memorização de fórmulas sem valorizar os impactos no meio ambiente e a relação com os sistemas sociais, oferecendo, portanto, mais uma possibilidade de questionamentos ao modelo de desenvolvimento cientifico e tecnológico.
No Brasil, recomenda-se a destinação adequada das pilhas e baterias, frente a fatores importantes: crescente consumo e conseqüente aumento do descarte de metais tóxicos, como Ni, Cd, Li, potenciais causadores de câncer, lesões no sistema respiratório, distúrbios gastrointestinais, alterações no sistema imunológico, dermatites, teratogênico e mutagênico (FIRJAN-2000).
As baterias dos tipos Ni-MH e Li-íon também apresentam enorme risco ambiental e sanitário. A grande dificuldade no processo de conscientização da população, devido à falta de fiscalização, desinformação e baixa escolaridade da população consumidora agrava a contaminação das pessoas e do ambiente (REIDLER- 2002).
Os problemas ambientais resultam da utilização insensata dos recursos naturais e do errôneo julgamento de que a natureza é capaz de reverter infinitamente os danos sofridos (LEAL & MARQUES -2008).
Os celulares, em constante evolução, receberam novas funções, passando de simples objeto de comunicação a objeto multifuncional. Esta evolução tecnológica crescente tem contribuído para o aumento gradual do lixo, dada a velocidade da troca dos aparelhos provocada pelo abandono das versões de celulares diuturnamente ultrapassadas.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: A Resolução n° 257 do CONAMA, de 30 de junho de 1999, determina que as pilhas e baterias após o uso devem ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que comercializam, para serem devolvidas aos fabricantes ou importadores, a fim de serem adotados os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou à disposição final ambientalmente adequada.
O Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais, através Deliberação nº 118, de 27 de junho de 2008, proibiu o depósito de resíduos sólidos urbanos, pneumáticos e baterias em aterro sanitário ou aterro controlado, determinando que estes materiais sejam devolvidos aos locais de venda para a devida reciclagem.
Tendo em vista o crescente número de estabelecimentos que comercializam tais produtos na cidade Montes Claros, situada no Norte do Estado de Minas Gerais, com aproximadamente 380.000 habitantes, foi elaborada uma pesquisa nos pontos de venda de aparelhos celulares com duas questões formuladas aos vendedores: Qual o número de aparelhos vendidos por mês? Qual o número desses materiais recolhidos por mês? Já aos clientes e usuários foi questionado se eles sabiam do destino correto dos aparelhos não mais utilizados.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos do quinto período de química da FAP – Faculdade Prisma, no mês de março de 2011, foram divididos em dois grupos que aplicaram o questionário em doze diferentes estabelecimentos comerciais no centro da cidade e três estabelecimentos no Shopping Popular. Na aplicação dos questionários e no estudo dos dados coletados, evidenciou-se que são vendidos nas três lojas do shopping popular aproximadamente 1.200 aparelhos celulares/mês, em contrapartida, são coletados para reciclagem 80 aparelhos, somente 6,7%, com suas respectivas baterias (vide Gráfico 1). Nas entrevistas nas doze lojas que comercializam os produtos das mais diversas operadoras e empresa de telefonia móvel existentes na cidade, são comercializados 3.600 aparelhos, ao passo que há destinação final de cerca de 120 aparelhos/mês, ou seja, apenas 10% dos aparelhos vendidos apresentaram destinação correta (vide Gráfico 2), já que as indústrias fabricantes disponibilizam, através dos revendedores e rede de assistência técnica autorizada os postos de coleta para o descarte dos aparelhos eletroeletrônicos usados.
Registre-se que os clientes entrevistados relataram que: quando a bateria já não está mais “segurando carga” ou quando surgem novos e modernos aparelhos, no mercado de telefonia, abandonam os antigos nas gavetas, armários das cozinhas, doam para as crianças brincarem, jogam em lotes vagos e, até mesmo, no lixo doméstico, sendo certo que todo estabelecimento que comercializa tais produtos apresenta caixa coletora do material para ser enviada aos locais apropriados.






CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: É preocupante a situação dos usuários de telefones celulares, devido ao baixo número de aparelhos devolvidos aos postos de coleta. Os consumidores não observam a destinação correta dos aparelhos.
Verifica-se a necessidade de uma política de conscientização bem elaborada. No Brasil as pessoas não têm o hábito de ler manuais, embalagens de produtos ou bulas de remédio, sendo mais um motivo para que a campanha atinja, inclusive, a grande porcentagem de analfabetos, sugerindo-se, pois, propagandas em televisão e rádio, a fim de atingir os diferentes níveis socioeconômicos.


AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Deus pelos dons da inteligência e da sabedoria. Possamos sempre utilizá-los a serviço do próximo, em benefício de todos e do meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: • COPAM. Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais, Deliberação nº 118, de 27 de junho de 2008.
• FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Guia para coleta seletiva de pilhas e baterias. FIRJAN: Rio de Janeiro, 2000.
• LEAL & MARQUES, A. L. L. e C. A. M. O Conhecimento Químico e a Questão Ambiental na Formação Docente. Química Nova na Escola. São Paulo-SP. SBQ. 2008. Agosto, n° 29, p 30-33.
• Resolução Conama, n° 257 de 30 de junho de 1999, p. 530-532. Publicada no DOU n° 139, de 22 de julho de 1999. Seção 1.
• REIDLER, N.M.V.L.R. Resíduos gerados por pilhas e baterias usadas: uma avaliação da situação brasileira, 1999 - 2001. São Paulo (BR), 2002. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.