ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO - QUÍMICOS DA ÁGUA SANITÁRIA NO COMÉRCIO INFORMAL DE GARANHUNS - PE
AUTORES: FILHO, J.S.S (UAG/UFRPE) ; SILVA, W.L (UAG/UFRPE) ; FIGUEREDO, E.F (UAG/UFRPE)
RESUMO: A água sanitária é resultante da mistura de água (H2O) e hipoclorito de sódio (NaClO). Este produto vem sendo muito comercializado por todas as classes sociais, destinado à limpeza e desinfecção. O objetivo é determinar parâmetros físico-químicos da água sanitária no comércio informal de Garanhuns – PE.
Foram coletadas amostras de oito (08) marcas de água sanitária e as análises foram realizadas em triplicata. As amostras foram analisadas quanto aos parâmetros físico-químicos de qualidade: teor de cloro ativo e pH. Os teores de cloro ativo obtiveram 100% de não conformidade segundo a legislação vigente. Todas as amostras estariam em conformidade com a legislação vigente, para o parâmetro de pH inferiores a 13,5.
PALAVRAS CHAVES: água sanitária, teor de cloro, ph.
INTRODUÇÃO: A água sanitária é um produto químico muito utilizado pela população, devido suas várias aplicações e ação eficaz sobre as regiões aplicadas. Produto é destinado à limpeza, branqueamento e desinfecção em geral de superfícies, eliminando germes e bactérias, evitando o aparecimento de doenças causadas pela falta de limpeza, como nas casas e hospitais (BRASIL, 2010).
A comercialização informal de produtos é ilegal. Os responsáveis pela venda deste produto não pagam impostos, direitos trabalhistas e não se obrigam a seguir nenhuma norma de fabricação da água sanitária (BRASIL, 2010).
A água sanitária também é utilizada para desinfecção de água para consumo humano, devido seu baixo custo, fácil aplicação, ação antibacteriana e tempo curto para exercer sua atividade antimicrobiana (TOMINAGA & FIDIO, 1999).
Os valores de pH devem ser limitados o máximo de 13,5 para não causar queimaduras, seja pelo contato direto com a pele ou com os olhos. O pH tem a função de prolongar a validade do produto (BRASIL, 2010).
A ANVISA orienta para o intervalo e 2,00% a 2,50% de teor de cloro ativo na água sanitária. Uma quantidade acima do permitido significa mais quantidade de cloro que pode ser liberado em forma de gás, podendo ser absorvido pelo corpo humano através da respiração (BRASIL, 2010).
Logo, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros físico-químicos da água sanitária no comércio informal na cidade de Garanhuns- PE.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado em janeiro de 2011, onde foram selecionadas 08 locais de venda de água sanitária no comércio informal do município de Garanhuns – PE.
As amostras selecionadas foram levadas ao laboratório de química da Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE e permaneceram lacradas até o início das análises.
As análises físico-químicos foram o pH através de um pHmetro digital e o teor de cloro ativo (método iodométrico). As determinações foram realizadas em triplicata, em seguida foram determinados a média e desvio padrão dos resultados.
A metodologia utilizada para análise foi descrita pela ABNT – NBR 9425 (2004), e os resultados foram comparados com a legislação (Portaria n° 89/1994, ANVISA).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De posse dos dados, foram calculados a média e o desvio padrão de cada amostra de água sanitária, valores estes especificados na Tabela 1.
Tabela 1. Resultados dos valores de pH e Teor de Cloro Ativo de Águas Sanitárias no comércio informal em Garanhuns - PE.
Média e Desvio Padrão do pH e Teor de Cloro
Amostra pH Teor de Cloro Ativo (%)
A 12,90 ± 0,20 7,46 ± 0,10
B 10,77 ± 0,10 2,88 ± 0,15
C 13,06 ± 0,25 5,39 ± 0,20
D 13,01 ± 0,15 4,61 ± 0,15
E 12,76 ± 0,20 6,01 ± 0,25
F 12,83 ± 0,30 3,69 ± 0,05
G 12,42 ± 0,10 3,17 ± 0,10
H 13,20 ± 0,10 6,83 ± 0,15
Na figura 1.1 pode ser observado o índice de conformidade do pH, das oito (08) amostras analisadas de águas sanitárias do município de Garanhuns – PE. A legislação da ANVISA especifica os valores máximos para pH da água sanitária de 13,5; valor superior a este deve ser limitado para não causar queimaduras (Portaria n° 89/1994, ANVISA). Para as marcas analisadas 100% das amostras apresentaram pH de acordo com o previstos na legislação.
Na figura 1.2 é analisado o índice de conformidade do teor de cloro ativo das amostras de água sanitária do município de Garanhuns – PE. A legislação da ANVISA especifica os valores máximos do teor de cloro ativo da água sanitária no intervalo de 2,0% a 2,5% (Portaria n° 89/1994, ANVISA). Das amostras analisadas, 100% (08 amostras) apresentaram o teor de cloro ativo acima do permitido com o previsto na legislação.
Uma quantidade de cloro acima do permitido significa que há mais cloro do que pode ser liberado em forma de gás, podendo ser absorvido pelo corpo humano através da respiração (BRASIL, 2010).
CONCLUSÕES: Na avaliação da qualidade de água sanitária, exposta a venda informal em Garanhuns – PE foram determinados os seguintes parâmetros: pH e Teor de cloro ativo. Os dados obtidos foram comparados com os padrões exigidos pela legislação vigente.
Para o parâmetro de pH, todas as amostras analisadas estão em conformidade com a legislação vigente.
Os valores médios do teor de cloro ativo variaram de 2,88% a 7,46%, resultando em 100% das amostras não estão em conformidade com a legislação. Podendo causar riscos a saúde do manipulador com a inalação do cloro liberado em excesso.
AGRADECIMENTOS: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBCUCO - UFRPE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2004. NBR 9425 – Solução de Hipoclorito de Sódio Comercial – Determinação do Teor de Cloro Ativo pelo Método Volumétrico.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância Sanitária. Portaria n° 89 de agosto de 1994. Determina que o registro dos produtos saneantes domissanitários “Água sanitária” e “Alvejante” categoria Congênere a Detergente Alvejante e Desinfetante para uso geral seja procedido de acordo com as normas regulamentares anexas a presente. Diário Oficial da União, Brasilia, 26 de agosto de 1994.
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO). Água Sanitária – Produto e Segurança da Embalagem. Disponível em http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/agua_sanitaria2.asp acessado em 16 dez 2010.
MIRANDA, M. V. B.; CORINGA, E. A. O.; SILVA, L. B.; CORINGA, J. E. S. Parâmetros físico-químicos de qualidade de águas sanitárias comercializadas no município de Cuiabá, Mato Grosso. In: XLVI CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA. Salvador. 25 a 27 set 2006. Disponível em <http:abq.org.br/cbq/2006/trabalhos2006/13/38-IC-748-937-13-T2.htm> acessadoem 08 abril 2011.
SILVA, Joana Souza Caetano da; DAVID, Daniella Pereira. Determinação de cloro ativo em água sanitária comercializada em Pelotas – RS. In: XIX CIC, 2010.
TOMINAGA, Maria Y.; FIDIO, Antonio F. Exposição humana a trialometanos presentes em águas tratada. Revista de Saúde Pública. São Paulo. V.33, n.4, p.413-421, 1999.