ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: TEOR DE AMINOÁCIDOS LIVRES EM FOLHAS DE FEIJÃO VIGNA CULTIVADOS SOB ESTRESSE HIDRICO E SALINO

AUTORES: SANTOS, M. J. (UFRPE) ; ALBUQUERQUE, E. R. G. (UFRPE) ; MELO, R. (UFRPE) ; NETO, B. N. (UFRPE) ; BARRETO, L. P. (UFRPE) ; COELHO, J. B. M. (UFRPE)

RESUMO: RESUMO: O feijão vigna é uma das principais culturas alimentares do Nordeste
brasileiro, pois é uma planta bastante adaptado as condições semi-áridas. No entanto,
em condições de estresse hídrico ou salino, comum nessas regiões, algumas plantas
alteram seu metabolismo acumulando solutos orgânicos. Desta forma, o presente trabalho
teve como objetivo determinar o teor de aminoácidos livres em duas cultivares de feijão
vigna (IPA 206 e pele de moça) submetidas a condições de estresse hídrico e salino. As
plantas foram cultivadas em vasos com solo de característica determinada e sob
tratamento, até ponto de murcha permanente. Com os dados obtidos podemos inferir que as
duas cultivares de feijão vigna mostraram respostas semelhantes no teor de aminoácidos
quando submetidas ao mesmo tratamento.

PALAVRAS CHAVES: estresse, aminoacido, feijão

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO:O feijão vigna, comumente chamado por feijão caupi, feijão macassar ou
feijão-de-corda, é uma das espécies de feijão mais cultivada no Nordeste brasileiro,
e constitui um dos principais componentes da dieta alimentar desta região (EMBRAPA,
2008). É uma planta bastante adaptado as condições semi-áridas, podendo ser utilizada
como uma alternativa na convivência com áreas afetadas por sais (TAVARES et al.,
2009). Apresenta ciclo curto de vida, baixa exigência hídrica e rusticidade para se
desenvolver em solos de baixa fertilidade(CARDOSO et al., 1991).
O estresse é considerado um desvio significativo das condições ótimas para a vida,
que induz a mudanças e respostas nos níveis funcionais dos organismos, as quais são
reversíveis a princípio, podendo se tornar permanente (LARCHER, 2006).
Algumas plantas sob condições de estresse hídrico alteram seu metabolismo acumulando
solutos orgânicos (NAIDU, 1992). Entre estes solutos estão os aminoácidos que
participam diretamente do metabolismo vegetal (BEZERRA NETO & BARRETO, 2004).
Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo determinar o teor de aminoácidos
livres em duas cultivares de feijão vigna (cultivar IPA 206 e pele de moça)
cultivadas sob condições de estresse hídrico e salino.



MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: O experimento foi realizado em estufa localizada na UFRPE
e constou de um fatorial entre duas cultivares de feijão vigna (IPA 206 e pele
de moça) e três condições de cultivo (sem estresse, com estresse salino e com
estresse hídrico) com seis repetições totalizando 36 parcelas, sendo o delineamento
inteiramente ao acaso. As sementes foram colocadas para germinar em recipientes de
polietileno providos de drenos, contendo 1,75 Kg de solo, cuja C. E.inicial foi de
1,3 dS m-1 e o pH igual a 6, utilizando-se cinco sementes por vaso. Três dias após a
germinação, foi realizado desbastes, deixando apenas uma planta por recipiente.
Aos 7, 12, 19 e 22 dias após a germinação, as plantas foram irrigadas com 10 mL de
solução nutritiva (HOAGLAND e ARNON, 1950) diluída 1:10. Sendo aplicados os
respectivos tratamentos em seguida.
A. Testemunha. No tratamento das testemunhas, as plantas foram irrigadas diariamente
com 160 mL, dividido em duas aplicações diárias.
B. Estresse hídrico. As plantas referentes a este tratamento foram submetidas à
restrição hídrica progressiva, após período de rega normal. No primeiro dia de
tratamento foram adicionados 140 mL de água, dividido em duas aplicações ao dia, com
redução gradativa de 20 mL por dia até ser alcançado um volume de 80 mL por dia.
Mantendo-se este volume até o final do experimento.
C. Estresse Salino. As plantas submetidas ao estresse salino tiveram cada vaso
irrigado diariamente com um volume de 160 mL de água potável acrescida de 3,8 mL de
solução de NaCl 2M em cada aplicação. Após isto, foram colhidas folhas frescas dos
tratamentos para o preparo do extrato e a determinação do teor de aminoácidos livres
totais, sendo as médias dos dados obtidos dos tratamentos comparadas através dos
tratamentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os dados da figura 1, não houve diferença
significativa no teor de
aminoácidos livres totais nas plantas submetidas ao estresse hídrico e salino, quando
comparado ao tratamento testemunha. No entanto, pode-se inferir que há uma tendência
de maior acúmulo desses aminoácidos nas plantas submetida ao estresse hídrico.
COSTA et. al. (2006), trabalhando com outras cultivares de feijão vigna obtiveram
resultados semelhantes.
Segundo HANSON (1982), esse aumento no teor de aminoácidos livres pode estar
associado à diminuição do crescimento provocado pelo estresse hídrico e pelo acúmulo
destas no tecido vegetal.
Por outro lado, o estresse salino provocou um decréscimo no acúmulo desses
aminoácidos em comparação ao tratamento testemunha (Figura 1). De acordo com BROETO
(1995) as concentrações crescentes de sais afetam a absorção de nutrientes, o que
fez, provavelmente, reduzir o teor desses aminoácidos neste tratamento.




CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Em função dos resultados obtidos podemos inferir que as duas cultivares de
feijão vigna, IPA 206 e Pele de moça, mostraram respostas semelhantes no teor de
aminoácidos livres quando submetidas ao mesmo tipo de estresse.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTO: À UFRPE por proporcionar a utilização das instalações para a condução do
experimento. E
a CAPES pela bolsa de estudo concedida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BROETTO,F.; LIMA,G.P.P.; BRASIL O.G. Tolerância à salinidade em feijão. Sci. agric., Piracicaba, 52 (1): 164-166, jan./abr. 1995.

COSTA, R. C. L; LOBATO, A. K. S.; OLIVEIRA N. C. F. Variação nos teores de aminoácidos solúveis totais em folhas de feijão-caupi submetidos ao estresse hídrico. Disponível em: < http://www.cpamn.embrapa.br/anaisconac2006/resumos/FV07.pdf> Acesso em: 15/09/2010.

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TAIZ, L.; ZEIGER E. Bioquímica e metabolismo. In________ Fisiologia Vegetal. Trad. Eliane Romanato Santarém. 3 ed. Porto Alegre: editora Artmed. 2004. Pg 139-216.

TAVARES, R. C.; MENDESFILHO, P. F.; LACERDA C. F.; CRUZ, J. S. Produção de Biomassa do Feijão-de-corda Associado aos Fungos Micorrízicos Arbusculares sob Diferentes Níveis de Salinidade. Rev. Bras. De Agroecologia/nov. 2009 Vol. 4 No.

CARDOSO, M. J.; FREIRE FILHO, F. R.; ATHAYDE SOBRINHO, C. Cultura do feijão macássar (Vigna unguiculata (L) Walp.) no Piauí: aspectos técnicos. Teresina: EMBRAPA-UEPAE de Teresina, 1991. 43p. (EMBRAPA-UEPAE de Teresina. Circular Técnica, 9).

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