ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: Avaliação da Qualidade da Água em Unidades de Diálise na Cidade de Arapiraca/AL
AUTORES: CERQUEIRA, N.T.V. (UNEAL) ; SANTOS, F.M. (UNEAL) ; SANTOS, A.R. (UNEAL)
RESUMO: A qualidade da água utilizada para diálise é determinante na eficácia do tratamento. Observando os riscos envolvidos, o presente trabalho avaliou os laudos de análise da água utilizada no processo de diálise em unidades que disponibilizam esse serviço na cidade de Arapiraca/AL. Para tanto, foram coletados nessas unidades, laudos referentes às análises microbiológica e físico-química da água, e feito estudo estatístico, comparando os resultados constados nos laudos, com os valores permitidos pela ANVISA. Além de verificar a habilitação pelo REBLAS, dos laboratórios que fazem o controle de qualidade da água usada para este fim. Como resultado, observou-se problemas quanto a habilitação do laboratório de análise físico-química e no controle físico-químico da água.
PALAVRAS CHAVES: água, qualidade, diálise
INTRODUÇÃO: As pessoas que por algum motivo perderam a função renal e atingiram a fase terminal da doença dispõe de dois métodos de tratamento, diálise e transplante renal. A diálise é um processo artificial que serve para retirar, por filtração, todas as substâncias indesejáveis acumuladas pela insuficiência renal crônica (IRC). Isto pode ser feito usando a membrana peritoneal, que é a diálise peritoneal, e/ou a membrana filtrante do rim artificial, que é a hemodiálise.
Até a década de setenta, utilizava-se água potável para diálise, acreditando-se que esta era apropriada para tal. Com aumento do número de pacientes em tratamento dialítico e de sua baixa sobrevida, acumularam-se evidências que permitiam correlacionar os contaminantes da água com os efeitos adversos a este procedimento. Pacientes com IRC são expostos de 18.000 a 36.000L de água por ano. A água deve apresentar qualidade recomendada pela legislação vigente e deve sofrer constante vigilância para manter respeitados os níveis de contaminantes, garantindo a saúde do paciente.Por exemplo, grandes concentrações de alumínio causam a síndrome de encefalopatia da diálise que se caracteriza por distúrbios da fala, apraxia, miodonias, convulsões, evoluindo geralmente para óbito.
Com a finalidade de verificar se o especificado na RDC 154/04 tem sido cumprido adequadamente na cidade de Arapiraca, localizada no agreste do estado de Alagoas/BR, o presente trabalho recolheu nos Centros de diálise do município os laudos referentes às análises físico-química e microbiológica, no período entre o segundo semestre de 2009 e primeiro semestre de 2010, a fim de comparar seus resultados com o padrão descrito pela mesma.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa foi dividida em três etapas:
1ª ETAPA – Fundamentação Teórica
Pesquisa do tema em artigos científicos, livros, enfatizando: os métodos de Purificação de água em unidades de diálise; contaminantes químicos e microbiológicos e a RDC 154 (Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa).
2ª ETAPA – Dos Centros de Nefrologia da Cidade de Arapiraca.
a) Identificação e contato com o responsável;
b) Verificar o cadastrados dos Centros na Sociedade Brasileira de Nefrologia;
c) Coleta dos laudos de análise físico-química e bacteriológica da água.
3ª ETAPA – Do Tratamento dos Dados
a) Discussão do resultado do questionário;
b) Verificar a habilitação dos laboratórios de análise pelo REBLAS;
c) Comparação dos Laudos Físico-químico e microbiológicos com a RDC 154;
d) Levantamentos do principais problemas apresentados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A habilitação dos Centros de Diálise está de acordo com a pesquisa realizada todos os dois centros de nefrologia da cidade de Arapiraca-AL se encontram cadastrados no Sitio da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Nas unidades as análises físico-químicas são realizadas em períodos semestrais e as microbiológicos mensalmente, o que está de acordo com a legislação RDC 154.
Como se pode observar no gráfico 1(figura 1), entre os tratamentos dialíticos, a maior procura é por hemodiálise, sendo esse o tratamento principal, trabalhado em ambos os centros. O que ressalta a importância de se obter a melhor qualidade possível da água utilizada nesse procedimento.
Segundo a RDC 154/04, as análises da água devem ser realizadas por laboratórios habilitados pela Rede Brasileira de Laboratórios – REBLAS/ANVISA. O que não foi cumprido pelo centro B no que se refere as análises fisico-químicas.
No gráfico 2 (figura 2) é observável que o resultado para condutividade elétrica à 25ºC não atende a especificação da Resolução RDC nº 154 da Anvisa de 15 de Junho de 2004.
Os dados dos laudos microbiológicos dos Centros de diálise A e B, mostram que eles atendem as especificações técnicas orientadas pela RDC nº 154.
CONCLUSÕES: Foi concluído que, quanto à incidência de contaminantes microbiológicos, os Centros A e B tem tido êxito em suas técnicas de tratamento.
Quanto à qualidade físico-química da água, o Centro A teve desempenho regular, e deve procurar melhorias no controle da condutividade elétrica. O Centro B também foi regular, devendo melhorar quanto a não habilitação pelo REBLAS para o laboratório de análise físico-química contatado.
Espera-se que através deste trabalho, as autoridades de vigilância sanitária procurem continuar a fiscalizar os Centros de diálise na cidade de Arapiraca.
AGRADECIMENTOS: A FAPEAL
A UNEAL
A PROPEP da UNEAL
Ao Instituto do Rim do Hospital Afra Barbosa e ao Nephron - Hospital Chama.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BUSATO, Dr. Otto. Hemodiálise. ABC da Saúde. 2010. Disponível em: http://www. abcdasaude.com.br/artigo.php?224
VARO, Samuel Dutra; et al. Isolamento de fungos filamentosos em água utilizada em uma unidade de hemodiálise. 2007. Acesso em: 05.05.2010. Disponível em: <http://www.sciel o.br/pdf/rsbmt/v40n3/15.pdf>
SILVA, Roberta Cristina da. et al. A Importância do Tratamento da Água para Hemodiálise. 2009. Acessado em: 03.02.10. Disponível em: http://www.eventosufrpe. com.br/jepex2009/cd/resumos/R1417-1.pdf
