ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
TÍTULO: BRINCANDO E APRENDENDO QUÍMICA AMBIENTAL
AUTORES: OLIVEIRA, A.M. (IFRS - FELIZ) ; MÜLLER, H.D. (IFRS - FELIZ) ; PORTES, E.V.S. (IFRS-FELIZ) ; BENETTI, T. (IFRS- FELIZ)
RESUMO: Este trabalho apresenta uma proposta de abordagem de questões ambientais como: efeito estufa, inversão térmica, descarte adequado de resíduos e poluição de forma lúdica através da criação de um jogo didático que busca desenvolver conteúdos em diversos níveis cognitivos favorecendo a aprendizagem significativa e o desenvolvimento de relações cooperativas, de socialização e afetividade entre os jogadores. A construção do jogo partiu de um projeto interdisciplinar entre Química e Artes que possibilitou o desenvolvimento de diversas habilidades. O público alvo do jogo consiste em adolescentes, jovens e adultos que estejam cursando a partir do primeiro ano do Ensino Médio.
PALAVRAS CHAVES: ensino de química, artes, jogo didático
INTRODUÇÃO: Atualmente é grande a preocupação com as questões ambientais. Nesse sentido o ensino de Química deve ser usado como ferramenta para agregar conhecimentos e sugerir possíveis contribuições para questões como: efeito estufa, inversão térmica, descarte adequado de resíduos, poluição, gerenciamento de recursos naturais entre outras muitas questões ambientais que merecem ser discutidas e nem sempre são contempladas em função da carga horária. A fim de contribuir com esta lacuna foi realizado este projeto de cunho interdisciplinar com a participação das disciplinas Química e Artes para construção de um jogo didático de Química Ambiental. Desta forma o aprendizado de Química e Artes se torna mais significativo, pois o aluno é capaz de desenvolver diversas potencialidades e entender o mundo de forma integrada. Sendo assim os projetos interdisciplinares podem ser usados como estratégia para atingir questões de ordem social, política e econômica fazendo com que o aluno possa se tornar um cidadão crítico (PCN’s, 1999). O jogo didático foi escolhido por ser capaz de oportunizar a aprendizagem através da ludicidade. Atividades lúdicas facilitam a aprendizagem por estarem vinculadas às situações descontraídas, envolvendo regras, desafios e, algumas vezes, competição saudável que, associadas a um conteúdo; o que torna o processo de aprendizagem mais interessante, devido ao fato de envolver diversos níveis cognitivos, desde os mais primários, como a memorização até os mais complexos através da construção de relações entre contextos. A partir do raciocínio e da reflexão, o jogo permite a construção do conhecimento cognitivo, físico, social e psicomotor (SOARES, 2004; SANTANA, 2007).
MATERIAL E MÉTODOS: O jogo desenvolvido neste projeto, também intitulado “Brincando e Aprendendo Química Ambiental” foi realizado por dois alunos do primeiro ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do IFRS-Feliz, tendo a orientação das professoras de Química e Artes.
A primeira etapa de trabalho consistiu no estudo bibliográfico sobre questões ambientais como efeito estufa, inversão térmica, descarte adequado de resíduos e poluição; com base em livros didáticos de ciências e sites da internet. Esta referência teórica foi utilizada para compor as questões que conduzem o jogo.
A segunda etapa envolveu a efetivação material e visual do jogo, ou seja, o desenvolvimento material através das linguagens da gravura, pintura, colagem e utilização de softwares específicos para tratamento de imagens e edição de texto como Photoshop, Corel e Word.
O desenvolvimento do jogo teve a orientação concomitante das duas disciplinas envolvidas, sendo que os materiais utilizados foram: materiais de suporte ao desenho como lápis, régua, canetas permanentes coloridas, lápis de cor; materiais de pintura como esponja para pátina, tinta acrílica, pincéis chatos e redondos, solvente e verniz; papéis diversos como papel Paraná, Canson 120, 80 e 75 g/m2 brancos e coloridos, sulfite para impressões e estudos iniciais; papel Contact para o acabamento das cartas; outros materiais de suporte como tesoura, fitas adesivas e cola; materiais reutilizados como dado, peões e madeira para o tabuleiro. O grande diferencial na área das artes visuais foi a construção do tabuleiro em madeira através da xilogravura, ou seja, escavando na madeira os desenhos correspondentes com o auxílio de goivas e estiletes específicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Jogo “Brincando e Aprendendo Química Ambiental’’ é um jogo de tabuleiro, que pode ser jogado por três ou cinco pessoas, sendo que uma delas deverá ser o juiz da partida. O tabuleiro é composto por casas numeradas que circundam uma paisagem composta por um rio, uma fábrica, um bosque e rodovias que retratam efeitos de poluição. Cada jogador, de forma intercalada, vai se deslocando nas casas do tabuleiro e respondendo questões sobre química ambiental de acordo com as regras estabelecidas no jogo.
A confecção do tabuleiro, das cartas e a definição das perguntas utilizadas nas mesmas configuraram a maior parte do processo de criação. Depois da pesquisa temática sobre química ambiental, as cartas foram formatadas com as perguntas já corrigidas pela professora de química, impressas em papéis coloridos respeitando a configuração frente/verso, recortadas e plastificadas.
A orientação concomitante nas duas áreas permitiu o estudo aprofundado das questões relacionadas à química ambiental e a prática efetiva em diferentes linguagens artísticas, o que se constitui como um ganho expressivo na aquisição de conhecimento teórico e prático vinculado tanto com o contexto sócio-ambiental em que vivemos, como o desenvolvimento estético, expressivo e criativo.
Este processo favoreceu a construção de conhecimento significativo sobre química ambiental, e pode se constituir num meio efetivo de compreender e interpretar o mundo, tecendo relações contextuais atuais sobre problemas ambientais, ações antrópicas e favorecendo a construção de novos comportamentos em relação ao ambiente. O jogo em si, também acabou por se constituir em uma ferramenta didática efetiva na busca desses objetivos, independentemente de ser utilizado dentro ou fora da escola.
CONCLUSÕES: O jogo didático se mostrou eficaz como metodologia alternativa para contribuir com o conhecimento de questões ambientais. A temática ambiental foi abordada de forma lúdica tornando o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso, interessante, dinâmico e significativo. A atividade favoreceu as relações interpessoais, diferentemente da aula, no momento do jogo todos querem participar e se expressar verbalmente, neste momento não se nota a inibição nem o medo de errar, facilitando assim o aprendizado.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Ministério da Educação.
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. In: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 1999.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. 220 p.
SANTANA, Eliana Moraes. Bingo Químico: Uma Atividade Lúdica Envolvendo Símbolos e Nomes dos Elementos. São Paulo: 2007.
SOARES, M.H.F.B. O lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de
Química. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos (tese de doutorado, 2004).
