ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

TÍTULO: Uso do formol como alisante capilar

AUTORES: SANTOS,M.B.SILVA,A.B.SILVA,F.S.SILVA,J.M (IFMT)

RESUMO: O formaldeído é uma substância proibida, em quaisquer concentrações, em alisantes capilares, pois pode trazer perigos a saúde. Segundo a ANVISA, o mesmo, só pode ser utilizado como conservante ou endurecedor de unha em concentração máxima de 0,2%. Este artigo tem como objetivo estudar a presença de formol em alisantes para conscientização da comunidade escolar sobre os riscos que pode causar à saúde. Foram realizados três experimentos: dois qualitativos e um quantitativo. Nas análises qualitativas, foram feitas análises microscópicas de fios de cabelo virgem e de fios alisados, e a análise de 3 alisantes capilares de preços variados, verificando a presença de formol. Na analise quantitativa, foi feita uma entrevista com 46 alunas do IFMT- Cuiabá- Bela Vista do período vespertino para verificar o conhecimento acerca do assunto.

PALAVRAS CHAVES: formaldeído, alisantes, análise.

INTRODUÇÃO: O eterno sonho de ter cabelos lisos e brilhantes está levando muitas pessoas a arriscar a própria saúde utilizando alisantes que tem na composição formaldeído (formol). Pessoas arriscando a saúde em busca da tão sonhada perfeição não é novidade, a moda dita o comportamento da sociedade, e é assim desde o século XVI, ou seja, desde o renascimento europeu. Nos anos 40 o procurado eram as ondas, em 42 surgem os turbantes, nos anos 50 os reflexos estavam em alta, em 62 os laços, em 63 a escova, que perdura até hoje, em 67 o black power, nos anos 70 o estilo hippie predominou, logo em 76 surge o punk, em 79 vem os rastafari, nos anos 80 surge o permanente, e nunca foram medidos esforços para alcançar a “moda”, e a saúde geralmente não é levada em consideração.
A saúde deve voltar a ter grande importância na vida das pessoas, não devemos jogá-la fora por mera vaidade.
O formol também conhecido como formaldeído, formalina ou aldeído fórmico (CH2O) é uma substância permitida na legislação de cosméticos apenas para conservar produtos e como agente endurecedor de unhas. Este pode trazer danos tanto para o usuário como para o profissional que irá trabalhar com o mesmo quando utilizado de forma indevida.
Temos como objetivo conscientizar a comunidade escolar quanto ao risco do uso do formol como alisante capilar. Deixando claro que o formol não deve ser usado de forma indevida esperamos diminuir significativamente o uso de alisantes com formol em sua fórmula.
Levantamos as hipóteses de que poucas pessoas têm conhecimento de que o formol pode causar danos a sua saúde e que alguns alisantes capilares trazem em sua fórmula o formol apesar deste ser proibido.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizada uma entrevista com 50 alunas do IFMT campus Cuiabá - Bela Vista do período vespertino, para a verificação do conhecimento sobre o uso do formol como alisante capilar, na mesma constava as seguintes perguntas:
• Você já fez algum tipo de alisamento/ e ou relaxamento?
• Se a resposta for sim, Quantas vezes?
• Você sabia se no produto havia formol?
• Se havia qual a porcentagem em que ele se encontrava?
• Você sabe dos riscos que o formol pode trazer a saúde?
• Você sabia da proibição do formol em alisantes capilares?
Além da entrevista fizemos uma análise visual, através de um microscópio lente 4/0.10 160/0.17.
de alguns fios de mais ou menos 5 cm de um cabelo virgem e de um que já utilizou alisante.
Também analisamos em laboratório, sob a orientação do professor Marcos Pantoja, 3 amostras de alisantes capilares de diferentes preços e marcas, afim de descobrirmos se havia formol nesses alisantes.
Antes de realizarmos a análise em Laboratório pesquisamos sobre os métodos para a identificação do formol e encontramos o Método do reagente Schiff no Manual de Soluções, Reagentes e Solventes do Tokyo Morita na página 337, capítulo V.Método: Em uma balança analítica Radwag com 4 casas decimais, em um vidro de relógio, medimos 0,1056g de fucsina básica, logo após dissolvemos essa fucsina em 60ml de água destilada, misturamos e adicionamos 1,0037g de sulfito de sódio anidrido dissolvido em 9ml de água e 1ml de ácido clorídrico. Depois diluímos esta solução em água até completar 100ml, aquecemos no bico de bunsen em temperatura abaixo de 80°C e deixamos à solução descansar por mais de 5 horas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O alizante de valor aquesitivo maior detectou-se a presença de formol, apesar de o método escolhido não determinar a quantidade de formol presente, é possível afirmar a presença deste pela cor visualizada.
Neste caso a hipótese foi provada, pois apesar da proibição do uso do formol, ainda este é utilizado.
Também se constatou que a maioria das garotas entrevistadas já fizeram algum tipo de alisamento e/ou relaxamento, e em sua maioria, não sabiam se o alisante tinha formol, indo contra o esperado, 72% delas está consciente de que o formol traz riscos à saúde, apesar de erroneamente pensarem que não é nada grave, ou que estes riscos são supérfluos.Discussão dos resultados:Para a realização deste trabalho, foram coletadas 3 amostras de alisantes em preços variados, seguindo esta ordem: Amostra A-R$8,00; Amostra B-R$24,00; Amostra C-R$50,00, com a finalidade de se verificar a presença de formaldeído, que é proibido pelo Ministério da Saúde em alisantes capilares. A metodologia sugerida para esta análise foi a do Reagente Schiff. Foram encontrados outros métodos, mas o mais viável foi o reagente de Schiff proposto pelo livro Manual de Soluções, Reagentes e Solventes –Tokio Morita. Para a realização deste método foi utilizado formaldeído á 40%. A metodologia proposta foi aplicada nas 3 amostras de alisantes. Seguindo este método as amostras que contivessem formaldeído, em contato com o reagente Schiff, deveriam ficar com uma coloração roxa, que foi observada na amostra C. Nas demais amostras analisadas não foram detectadas formol. Foram feitas analises microscópicas em duas mechas de cabelo, uma com formol e a outra virgem, para se observar os danos que o formol causa ao cabelo.Utilizamos o método quantitativo,onde foi feita uma entrevista com meninas

CONCLUSÕES: Conclui-se que a confiabilidade do método usado para detectar o formol nos alisantes foi comprovada, através do resultado obtido na validação. Observou-se a importância do controle de uso do formol pela população, já que uma vez feito o questionário muitas pessoas usam o formol em alisantes capilares indevidamente, e mesmo com todo controle feito pela legislação, ainda foi possível encontrar produtos para alisamento contendo o formaldeído.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MORITA, T.; ASSUMPÇÃO, R.M.V. Manual de Soluções, Reagentes e Solventes: Padronização – Preparação – Purificação. 2ª ed. Editora: Edgard Blucher. 2007. 724 p.
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