ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ESTUDO DA ESTABILIDADE DO ÓLEO DE BURITI (Mauritia flexuosa)

AUTORES: FIGUEIREDO. F. C. (CAT - UFPI) ; OLIVEIRA, F. R. C (CAT - UFPI) ; SANTOS, M. F. S. (CAT - UFPI) ; SILVA, R. B. (UFPI) ; REIS, D. N. S. (UFPI) ; SANTOS JUNIOR, J. R. (UFPI)

RESUMO: O buriti é uma planta da família Arecaceae, antigamente conhecida como Palmae, sendo
nativo da América Latina, principalmente Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela e
Guiana. Há duas espécies de buriti, sendo a Mauritia flexuosa nativa do Peru, e
conhecida como aguaje, e a Mauritia vinifera nativa do Brasil, conhecida também como
miriti12. Óleo de buriti apresenta uma alta concentração de carotenos o que conferindo
essa estabilidade é a presença de elevados teores de tocoferois. A determinação da
acidez e índice de peroxido pode fornecer um dado importante na avaliação do estado de
conservação do óleo. Este trabalho tem como objetivo avaliar a estabilidade do óleo
através da variação da acidez e do índice de peroxido óleo de buriti quando submetido à
condição elevada de temperatura.

PALAVRAS CHAVES: óleo de buriti, índice de acidez e índice de peroxido.

INTRODUÇÃO: O buriti é uma planta da família Arecaceae, antigamente conhecida como Palmae, sendo
nativos da América Latina, principalmente Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia,
Venezuela e Guiana. Há duas espécies de buriti, sendo a Mauritia flexuosa nativa do
Peru, e conhecida como aguaje, e a Mauritia vinifera nativa do Brasil, conhecida
também como miriti1,2. O fruto apresenta aproximadamente 20% em massa de óleo. A
popularização do biodiesel, um biocombustível derivados de óleos vegetais substituto
do óleo diesel mineral, transformou o buriti em uma das oleaginosas nativas
promissoras em razão do alto potencial oleífero das populações oligárquicas. Óleo de
buriti apresenta uma alta concentração de carotenos o que conferindo essa
estabilidade é a presença de elevados teores de tocoferois2, o que confere certa
estabilidade. Um dos parâmetros para avaliação da estabilidade de um óleo e o índice
de acidez. A determinação da acidez pode fornecer um dado importante na avaliação do
estado de conservação do óleo. Um processo de decomposição, seja por hidrólise,
oxidação ou fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons hidrogênio 3,4.
A decomposição dos glicerídeos é acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a
rancidez quase sempre acompanhada pela formação de ácidos graxos livres. Estes são
freqüentemente expressos em termos de índice de acidez e índice de peróxido. Este
trabalho tem como objetivo avaliar a estabilidade do óleo de buriti quando submetido
à condição elevada de temperatura.


MATERIAL E MÉTODOS: Nesse trabalho utilizou-se óleo de buriti adquirido no comércio local, e mesmo foi
caracterizado pelo índice de saponificação, densidade, umidade, e acidez de acordo com
o método do instituto Adolf Lutz4. Para o estudo da degradação do óleo em função da
acidez o do índice de peroxido o óleo foi aquecido a 140°C durante o tempo de seis
horas. Amostras eram retiradas nos intervalos de uma em uma hora e analisadas segundo o
método descrito pelo instituto Adolf Lutz3 para acidez e índice de peroxido. Os
resultado da acidez e índice de peroxido podem ser visto no gráfico abaixo. Também foi
realizado o teste para observar a banda de absorção do Uv.Visível nos tempos zero e com
6 horas, o resultado é mostrado nas Figuras 1 e 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O óleo de buriti utilizado foi caracterizado apresentando um índice de saponificação
igual a 190 (mg de KOH/g), um índice de acidez inicial de 1,86 (mg de KOH/g),
densidade de 0,909 g/L. Os resultado mostram que o óleo de buriti usado estão de
acordos com os dados encontrados na literatura 5,6. Já para o ensaio de acidez em
função do tempo estão mostrados no gráfico da Figura 1.
Observou-se que a acidez aumentava com tempo de aquecimento esse fato ocorre devido à
composição variada dos óleos que afetam a velocidade de sua oxidação, sendo que a
estabilidade à oxidação é um indício de que a oxidação do óleo está passando da sua
fase de iniciação. O índice de acidez e um bom parâmetro para avaliar essa degradação
já que a maior parte destes constituintes é oxidável em diferentes graus, sendo que
os ácidos graxos insaturados são as estruturas mais susceptíveis ao processo
oxidativo, o que explica o aumento da acidez do óleo em estudo. Outro parâmetro que
pode ser observado no estudo da estabilidade de óleos é o valor do índice de peróxido
que pode ser visto na Figura 2.
Os valores encontrados demonstram que a o índice de peróxido aumentou conforme o
tempo de aquecimento o que comprova a degradação provocada pelo aquecimento do óleo.
O índice de peróxidos é largamente utilizado para se avaliar o desenvolvimento
primário da oxidação lipídica7. Outro ponto observado foi o aumento da intensidade de
absorção na região do UV-visível em 455nm, essa região é característica dos
carotenóides, presentes no óleo de buriti e que conferem uma certa estabilidade a
ele. O que pode ser observado na Figura 3.





CONCLUSÕES: Os resultados encontrados mostraram que o óleo de buriti sofreu degradação após a
exposição por um tempo de aquecimento, esse fato pode ser comprovado pelo aumento da
acidez e do índice de peróxido e comprovado pelo aumento da banda de absorção dos
carotenóides. Esse fato já era esperado uma vez que um dos fatores que aceleram a
degradação dos glicerídeos e o aquecimento, sendo a rancidez quase sempre acompanhada
pela formação de ácidos graxos livres.

AGRADECIMENTOS: UFPI - GRUPO BIOELETROQUÍMICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. GODOY, H. T.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; Buriti (Mauritia vinifera Mart.), uma fonte riquíssima de pró-vitamina A. Arquivos de Biologia e Tecnologia, 38 (1), 109-120, 1995.

2. ALBUQUERQUE, M.L.S.; GUEDES, I.; ALCANTARA, P.; MOREIRA, S.G.C. Infrared absorption spectra of Buriti (Mauritia flexuosa L.) oil. Vibrational Spectroscopy, v. 33, p. 127-131, 2003.
3. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official methods of
analysis of the Association of Official Analysis Chemists. Arlington: A.O.A.C., 1995, 957 p.

4. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1.: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 245-246.
5. MANHÃES, L. R. T.; Caracterização da polpa de buriti (Mauritia flexuosa, Mart.): um potente alimento funcional. Seropédica: UFRRJ, 2007. 78p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos). Instituto de Tecnologia, Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2007.