ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ESTUDO TEÓRICO DE PRÁTICAS EXPERIMENTAIS UTILIZANDO MATERIAIS ALTERNATIVOS E SUA APLICAÇÃO EM OFICINAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS CENTRO HISTÓRICO

AUTORES: MELO, M. S. (IFMA) ; FREITAS, M. C. (CEGEL) ; ARAÚJO, C. A. A. (IFMA) ; SILVA, L. K. (IFMA) ; VASES, F. F. D. (IFMA)

RESUMO: Muitas escolas maranhenses ainda estão engatinhando no quesito ciência, pois ainda verifica-se um grande número de educadores não atuantes nas práticas experimentais, seja por fatores como falta de formação específica, infra-estrutura das escolas, desinteresse, falta de tempo, dentre outros. Neste contexto, este projeto visa favorecer a elaboração de oficinas experimentais utilizando materiais de baixo custo e de fácil aplicabilidade em sala de aula, assim como aproximar os docentes e discentes das atividades relativas ao ensino de ciências através destas oficinas, cuja execução será atribuída ao aluno bolsista, com supervisão direta dos professores. Assim, espera-se favorecer ao aluno a utilização de metodologias diversificadas para a reconstrução de seus conhecimentos.

PALAVRAS CHAVES: experimentos de ciências, oficinas experimentais, materiais alternativos

INTRODUÇÃO: Ao considerarmos o ensino de disciplinas como a física, química e biologia, verifica-se que a participação do aluno no processo de aprendizado pela observação, pela experimentação, pelo questionamento permanente não é favorecida. Isto se deve à dissociação da forma como os educadores apresentam as disciplinas, ditas experimentais, como algo desvinculado da vida cotidiana dos seus alunos. Sabe-se que, uma matriz teórica particular sempre conduz a um experimento. Desta forma, um dos maiores e mais danosos mitos da aprendizagem é a não interdependência experimento/teoria. Sendo assim, a especulação teórica é o ponto de partida para a experimentação, porém, isto não quer dizer, que sempre preceda a mesma. Quanto mais desenvolvido o campo conceitual mais provável que os experimentos sejam dirigidos pela teoria (BENITE, 2009). Neste contexto, o projeto visa estudar as correlações existentes entre teoria e prática de modo a trabalhar corpo docente e discente no sentido de desenvolver nestes segmentos metodologias voltadas para a experimentação através de oficinas, despertando habilidades e competências em alunos e professores, de modo a tornar o ensino experimental mais lúdico e enriquecedor. Assim, espera-se estreitar o elo entre teoria/prática, contribuindo para uma aprendizagem significativa do alunado e favorecer aos docentes mecanismos para analisar sua práxis, revendo e atualizando os conteúdos científicos, dando aos mesmos, subsídios para uma formação transformadora e de valorização do trabalho como educador. Além disso, pretende-se trabalhar a auto-estima do público alvo (discentes da rede federal), visto que um desempenho insatisfatório, por não compreender os conceitos científicos provoca uma atitude desfavorável à própria aprendizagem (WEISZ,2002).

MATERIAL E MÉTODOS: A execução das oficinas experimentais relacionou os conteúdos de ciências do ciclo fundamental em concordância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, obedecendo às seguintes etapas:
Revisão de bibliografia e levantamento dos materiais necessários para a confecção dos experimentos (professores e bolsista); verificação da estrutura de funcionamento dos experimentos (professores e bolsista); montagem dos experimentos (bolsista); exposição dos experimentos nas salas de aula (professores/bolsista e alunos); avaliação do projeto e replanejamento(bolsista e professores); relatório parcial do desenvolvimento da pesquisa, após os seis primeiros meses de vigência da bolsa, relatório final dos resultados obtidos; apresentação do projeto de pesquisa no Seminário de Iniciação Científica (SEMIC/Instituto Federal do Maranhão) integrado ao SEPPIE em 2011(bolsista);
Comprometimento do bolsista em apresentar os resultados finais obtidos da pesquisa no Seminário de Iniciação Científica (SEMIC/Instituto Federal do Maranhão) integrado ao SEPPIE em 2012.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A importância dada às aulas experimentais é crescente e vários trabalhos têm sido elaborados dentro desta temática. De acordo com BARREIRO, as práticas didático-pedagógicas executadas por professores da área técnica, evidenciam a abordagem tradicional, onde a memorização é constantemente evocada, mais do que o pensamento reflexivo, o que por sua vez, é acompanhada pelo desinteresse do aluno por aulas cujo maior recurso didático é o quadro negro e o giz. Assim, a idéia simplista de que “quem sabe, sabe ensinar” é invalidada, pois a questão do ensino de disciplinas eminentemente experimentais como a física, química e a biologia é bem mais complexa, sugerindo uma contínua interação entre teoria e prática, visto que docentes e discentes, concordam na afirmação que o ensino das disciplinas experimentais se efetiva perfeitamente quando acompanhadas de experiências em laboratórios. No entanto, apesar desta unanimidade, o ensino experimental ainda não se estruturou em nossas escolas e as razões apontadas para esta “ociosidade laboratorial” são várias, indo da falta de tempo do docente à infra-estrutura precária das escolas. Frente a este quadro, é de se supor que se o professor encontra dificuldades nas aulas experimentais, é porque em sua passagem pela universidade, seus mestres vivenciaram estas mesmas dificuldades, o que pressupõe que o modelo tradicional e de memorização imperava soberano nestas universidades, onde a prática laboratorial era vista como uma “receita de bolo”, desvinculada da realidade do aluno. Assim, a boa aceitação do público-alvo nos fez refletir sobre as mudanças conceituais a serem aplicadas em nossas práticas pedagógicas, de modo que contemplem a interação teoria/prática e contribua para a execução das aulas experimentais.

CONCLUSÕES: O objetivo deste trabalho foi analisar o ensino das disciplinas experimentais e refletir sobre as novas tendências que hoje se opõem ao ensino tradicional, no sentido de construir uma aprendizagem significativa. Nossa grande preocupação foi possibilitar que o alunado compreendesse os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas e os explicasse nos trabalhos experimentais desenvolvidos pelos mesmos. Seria interessante que este trabalho contemplasse ações junto aos professores que atuam no ensino das ciências experimentais de forma a propiciar-lhe formação continuada no uso de experimentos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARREIRO, A. C. M.; BAGANATO, V. Aulas demonstrativas nos cursos básicos de física. Caderno Catarinense de Ensino da Física.Florianópolis, v. 9, n. 3, p. 238-244, dez. 1992.
BENITE, Ana Maria Canavarro; BENITE, Claudio Roberto Machado. O laboratório didático no ensino de química: uma experiencia no ensino público brasileiro. Revista Iberoamericana de Educación ISSN: 1681-5653 n. 48/2 – 10 de enero de 2009.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto: Parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnologia, 1998, 60 p.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. 2. ed. São Paulo: Ática, 2002.