ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: AÇÃO INSETICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE ARRUDA NO CONTROLE DE Acanthoscelides obtectus EM GRÃOS ARMAZENADOS
AUTORES: LOPES,E.S. (UEMA) ; ORLANDA,J.F.F (UEMA)
RESUMO: Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar atividade inseticida do óleo essencial de arruda sobre Acanthoscelides obtectus em grãos armazenados.
Os resultados mostraram que o óleo essencial de arruda acima da dose de
25 µL/20g de feijão apresentou maior toxicidade aguda, causando 100% de mortalidade em adultos Acanthoscelides obtectus em grãos de feijão.
Na concentração de 0,5 µL/20g de feijão não apresentou mortalidade dos insetos em estudo, permitindo porcentagem de emergência de 75,64%.
PALAVRAS CHAVES: óleo essencial, ruta graveolens l., atividade inseticida.
INTRODUÇÃO: Introdução:Os danos sofridos pelos grãos armazenados são definitivos e irrecuperáveis, isto porque, o processo de alimentação das pragas de grãos armazenados causa uma considerável perda de peso, redução de nutrientes e do poder germinativo em sementes (ARAUJO et al., 2001). Este problema é mais importante para os agricultores de subsistência, para os quais os grãos armazenados fazem parte da alimentação básica (SILVA-AGUAYO et al., 2004) e as condições de armazenamento são precárias.
A proteção dos produtos agrícolas é essencial em muitos países detentores de uma estocagem inadequada e/ou condições climáticas que favoreçam o desenvolvimento das pragas (AL-JABR, 2004). Porém, o uso de inseticidas sintéticos causa desequilíbrios nas culturas e demais populações vegetais e animais presentes no ecossistema onde o inseticida foi aplicado, podendo, ainda, poluir os recursos hídricos, desencadear o desenvolvimento de insetos resistentes e deixar resíduos tóxicos para o ser humano. Além disso, pode, com certa freqüência, em áreas rurais distantes, implicar em risco elevado devido ao desconhecimento sobre o uso adequado (IANNACONE et al., 2005).
A crescente pressão sobre as indústrias de grãos para reduzirem sua dependência ao uso de inseticidas químicos sintéticos, tem levado à adoção do manejo integrado de pragas (SILVA et al., 2006), no qual, a utilização de extratos vegetais atua fortemente, pois, devido às características de produtos naturais, de baixas toxicidade e persistência, fazem com que os extratos vegetais sejam associados a um menor impacto ambiental.
MATERIAL E MÉTODOS: O óleo essencial foi extraído de 30 gramas de mistura de folhas, flores e escapos da espécie Ruta graveolens L. com 300 mL de água destilada, por hidrodestilação em um sistema de Clevenger, mantendo-se a temperatura de 100 °C. Em seguida, o óleo essencial foi analisado em um cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrômetro de massas (Modelo HP 5890). A identificação dos constituintes químicos foram utilizadas duas bibliotecas do equipamento e índice de retenção que foram comparados com dados da literatura.
A atividade inseticida do óleo essencial de arruda foi verificada empregando diferentes concentrações em 20 gramas de feijão à temperatura de 24,8 ± 0,8 ºC, umidade relativa de 79,2 ± 4,4% e fotofase de 12 horas. Após cinco dias do confinamento, efetuou-se a contagem dos insetos vivos e mortos. Os adultos emergidos foram quantificados e descartados em avaliações diárias, a partir do
35º dia do confinamento até o término da emergência (cinco dias consecutivos sem emergência).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Resultados e Discussão:A determinação do óleo essencial de Ruta graveolens L. foi realizado pelo processo de hidrodestilação por arraste de vapor d’água (aparelho de Clevenger modificado), fundamentado na tensão de vapor mais elevada do óleo em relação à água. O rendimento do óleo extraído foi calculado para a relação massa do óleo, medida por sua densidade a partir do volume de óleo obtido no sistema de extração, dividido pela massa fresca da amostra. Neste estudo pode-se observar que o rendimento máximo do óleo extraído foi verificado no tempo de extração de
4,0 horas, obtendo-se um volume de óleo essencial igual a 0,44 mL para uma massa fixada em 30 g para 300 mL de água destilada a temperatura de 100 °C.
O rendimento obtido foi de 1,291% ± 0,02 (CV=13,90%; n = 10). Dessa forma, propõe-se que o tempo ideal seja de 4,0 horas, que corresponde a um rendimento de 100% de óleo essencial.
Os bioensaios realizados demonstraram que o óleo essencial de arruda acima da dose de 25 µL/20g de feijão apresentou maior toxicidade aguda, causando 100% de mortalidade em adultos Acanthoscelides obtectus em grãos de feijão.
Na concentração de 0,5 µL/20g de feijão não apresentou mortalidade dos insetos em estudo, permitindo porcentagem de emergência de 75,64%. A toxicidade observada neste trabalho, para o óleo essencial de arruda pode está relacionada com a presença de 2-nonanona e 2-undecanona (metil-cetonas), principais componentes majoritários de reconhecida eficácia como bactericida.
CONCLUSÕES: Conclusões:Com base nos resultados obtidos, existe a possibilidade do uso do óleo essencial de arruda para o controle de insetos em grãos armazenados. Mas, requer maiores investigações à cerca do custo/benefício desta prática e novos estudos são necessários antes de seu uso sistemático.
AGRADECIMENTOS: A UEMA pela bolsa de Iniciação Científica e ao Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AL-JABR, A. Biorational insecticides as alternatives in pest control. Final report. Kingdom of Saudi Arábia, 2004.
ALMEIDA, F.A.C.; GOLDFARB, A.C.; GOUVEIA, J.P.G. Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1,
p.13-20, 1999.
ARAUJO, E. C.; MEDEIROS FILHO, S.; VIEIRA, F. V.; BEZERRA, A. M. E. Qualidade Agronômica, v.32, n.1/2, p.60-68, 2001.
IANNACONE, J.; AYALA, H.; ROMÁN, A. Efectos toxicológicos de cuatro plantas sobre el gorgojo del maíz Sitophilus zeamais Motschulsky 1855 (Coleoptera: Curculionidae) y sobre el gorgojo de las galletas Stegobium paniceum (Linnaeus 1761) (Coleoptera: Anobiidae) en Peru. Gayana, v.69, n.02, p.234-240, 2005.
PORCA, M.; GHIZDAVU, I.; OLTEAN, I.; BUNESCU, H. Control of the coleopteres in stored agricultural products by not-chemical methods.
Journal of Central European Agriculture (online), v. 4, n.3, p.217-220, 2003.
SILVA, A. A. L.; FARONI, L. R. D’A.; GUEDES, R. N. C.; MARTINS, J. H.; PIMENTEL M. A. G. Modelos analíticos do crescimento populacional de
Sitophilus zeamais em trigo armazenado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.1, p.155–161, 2006.
SILVA-AGUAYO, G.; GONZÁLEZ-GÓMEZ, P.; HEPP-GALLO, R.;
CASALS-BUSTOS, P. Control de Sitophilus zeamais Motschulsky con polvos inertes. Agrociência, v.38, n.5, p.529-536, 2004.