ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE BLENDAS DE BIODIESEL: AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE OXIDATIVA
AUTORES: CAVALCANTE, M. S (IC/UFPA) ; BASTOS, R. R. C (IC/UFPA) ; CONCEIÇÃO, L. R. V (PPGQ/UFPA) ; ROCHA FILHO, G. N (FQ/UFPA) ; ZAMIAN, J. R (FQ/UFPA)
RESUMO: RESUMO: O presente estudo teve como objetivo determinar da estabilidade oxidativa das misturas de B100 e óleos de palma e soja e para síntese de biodiesel. As misturas foram feitas variando a porcentagem de B100 e óleos de palma em soja através de agitação vigorosa por uma hora. A transesterificação via catalise básica foi realizada sob-refluxo por duas horas. A da estabilidade oxidava das amostra, foram realizadas através da medida do período de indução pela norma EN 14112. Os resultados mostraram que com o aumento da porcentagem de óleo e do biodiesel de palma em soja, houve o aumento da estabilidade oxidativa dos biodieseis.
PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: mistura de óleos de palma e soja, biodiesel, estabilidade oxidativa.
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A necessidade de se obter fontes alternativas de energia, após a crise do petróleo tornou-se primordial. O Brasil, devido a sua grande extensão territorial e seu clima propício a plantação de sementes oleaginosas, é um país com grande potencial para exploração da biomassa para fins alimentícios, químicos e energéticos [1].
O biodiesel é uma alternativa interessante em relação aos combustíveis fósseis, pois seu uso diminui significativamente a poluição atmosférica devido a pouca emissão de substâncias como: CO2, SOx e hidrocarbonetos aromáticos. Quanto ao aspecto social, o biodiesel abre oportunidades de geração de emprego no campo, valorizando o trabalhador rural, e no setor industrial valoriza a mão de obra especializada [2].
Dentre as análises realizadas para o controle da qualidade do biodiesel, a estabilidade oxidativa é de fundamental importância, pois pode estar correlacionada com o armazenamento do biocombustível. No Brasil é regulamentada pela resolução 7 da ANP [3]. A estabilidade oxidativa é a resistência à oxidação sob determinadas condições, ela é expressa como o período de tempo requerido para alcançar o ponto em que o grau de oxidação aumenta abruptamente. Este tempo chamado de período de indução, normalmente expresso em horas, pode ser determinado por um método padrão utilizando equipamentos automáticos, sendo o mais conhecido o Rancimat e o OSI.
Este trabalho estudou a estabilidade oxidativa em misturas de biodiesel e de óleos de palma e soja, visando avaliar qual é a melhor mistura e qual a proporção que produzam misturas que levem essas propriedades a valores dentro do regulamentado pela ANP.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: As misturas de óleos e as misturas dos biodieseis de palma e soja, foram preparadas em concentrações de 5% a 90% de palma em soja com agitação de uma hora, os biodieseis das misturas de óleos assim com os B100 de palma e soja, foram obtidos através da reação de transesterificação via rota metílica com razão molar de 6:1 álcool/óleo e catálise homogênea (KOH) com 1% em relação a massa do óleo.
A estabilidade Oxidativa foi determinada utilizando-se um Rancimat, modelo 743 da marca Metrohm, de acordo com a norma EN 14112.
A caracterização físico-química das amostras de biodieseis foi realizada pelos métodos especificados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): Ponto de Fulgor (ASTM D93); Massa Específica (ASTM D4052); Viscosidade Cinemática (ASTM D445), Índice de Acidez (EN 14104).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados das análises físico-químicas para caracterização do biodiesel metílico de palma e soja. Observa-se que os biodieseis estão de acordo com as especificações estabelecidas pela ANP (RESOLUÇÃO 7/2008).
Os resultados da análise de estabilidade oxidativa (período de indução; PI) das misturas dos B100 de palma e soja produzidos estão apresentados na Tabela 2, e na Tabela 3 encontra-se os resultados do período de indução dos biodieseis das misturas dos óleos.
O aumento da porcentagem do B100 de palma em B100 de soja aumenta consideravelmente a estabilidade oxidativa das misturas. Em relação às misturas de MO (P/S) e MB (P/S) observou-se que ao fazer primeiramente a mistura dos óleos e posteriormente a síntese do biodiesel há uma maior influencia na estabilidade oxidativa.
O óleo de palma apresenta uma grande quantidade de ácidos graxos saturados que são menos suscetíveis a oxidação. O óleo de palma é constituído principalmente por ácido palmítico (C18: zero) e ácido oleico (C18: 1). O óleo de soja possui mais de 70% de ácidos graxos insaturados, majoritariamente, ácido oléico C18: um e ácido linoléico C18: dois, em sua composição [4].
O período de indução do biodiesel metílico de soja (2,0 h) não atende as especificações da ANP que é de no mínimo 6 horas. De acordo com a tabela 2 e 3, a estabilidade oxidava apresenta-se aceitável segundo as especificações da ANP a partir da MO (P/S) 40% e MB (P/S) 50% com período de indução de 6,3 h e 6,9 h, respectivamente.
Assim, as misturas que atendem as especificações estabelecidas pela ANP em relação estabilidade oxidava para MO (P/S) são a partir de 40%, enquanto que para MB (P/S) é a partir de 50%.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Os resultados mostram que se pode melhorar propriedades físico-químicas de biodiesel, como por exemplo, a estabilidade oxidativa de biodieseis produzindo-se mistura de biodieseis e óleos, e neste caso diminuindo a necessidade de antioxidantes e de aditivos anticongelantes. Observou-se também que para a estabilidade oxidativa as misturas de óleos mostrou-se mais eficiente em relação à mistura de biodieseis.
AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a colaboração e apoio financeiro da CAPES, ELETROBRÁS e Laboratório de Pesquisa e Análise de Combustíveis-LAPAC.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS: [1] Dantas, H. J. Dissertação de Mestrado, Departamento de Química, Universidade Federal do Paraíba; João Pessoa, PB, 2006.
[2] Santos, J. R. de J.; Dissertação de Doutorado, Departamento de Química, Universidade Federal do Paraíba; João Pessoa, PB, 2008.
[3] Biodiesel Standard; Resolução ANP no 7, Diário Oficinal da União, Brasil, 2008, 20/3/2008.
[4] Sousa, M. M. F.; Estudo da estabilidade oxidativa em blendas de biodiesel. 2010.