ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Avaliação do teor de ferro total em carne bovina comercializada em Teresina-PI

AUTORES: FONSECA, L. (UFPI) ; SILVA, I. J. G. (UFPI) ; MOITA, G. C. (UFPI)

RESUMO: RESUMO: Com o intuito de determinar ferro total em carne bovina, foi avaliada a
eficácia da digestão por via úmida, com ácido nítrico e o ácido perclórico, em amostras
de carne bovina comercializada em Teresina - PI. A quantificação foi realizada por
espectrofotometria no visível, pelo método da 1,10-fenantrolina, empregando uma curva
de calibração construída no λmáx igual a 512 nm. Dentre as amostras analisadas o fígado
e coração in natura apresentaram o maior teor de ferro e a digestão por via úmida se
mostrou eficiente na determinação desse mineral.

PALAVRAS CHAVES: carne bovina, ferro total, digestão por via úmida

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O nosso organismo depende de diversos nutrientes que ingerimos, dentre
estes, o ferro, um sal mineral essencial para a vida que atua principalmente na
síntese das células vermelhas do sangue (PAIVA et al., 2000). Estima-se que quase 40%
da população mundial apresenta carência de ferro ou níveis baixos de hemoglobina
(SCHEIDER et al., 2005). Existem duas formas químicas do ferro nos alimentos, o ferro
heme e não heme, (LOPES, 2003) e a biodisponibilidade deste mineral depende da
composição e forma como os alimentos são consumidos e da sua combinação nas dietas
(ALMEIDA et al., 2004). A carne bovina serve como fonte de zinco e ferro, este é
encontrado na forma mais fácil de absorção, ferro heme (VALLE, 2000). Para resultados
satisfatórios é de grande importância obter o melhor método de abertura de amostras,
nesse sentido é que a digestão por via úmida é particularmente útil para a
determinação de baixas concentrações de metais em vários tipos de amostra, porque
muitos elementos de interesse são convertidos em cátions inorgânicos simples não
voláteis, que permanecem no meio ácido. Logo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
teor de ferro em carnes bovinas mineralizadas por digestão por via úmida, empregando
o método da 1,10 fenantrolina.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Preparação dos reagentes: A solução estoque de ferro II (100 mg
L-1) usando sulfato ferroso amoniacal, solução do complexante 1,10-fenantrolina
(0,25%), do redutor cloridrato de hidroxilamina (1,0%) e do tampão acetato de sódio
(1,0 mol L-1), foram preparadas com reagentes de grau analítico, usando água
deionizada como solvente. Amostras: As amostras de carnes analisadas foram adquiridas
em frigoríficos locais da cidade de Teresina-PI. Procedimento instrumental: As
medidas de absorbância foram realizadas em um espectrofotômetro de duplo feixe
(AnalytikJena Especord 205), utilizando cubeta de vidro com caminho óptico de 1,0 cm.
Procedimento experimental: Aproximadamente 0,5 g de amostra seca e moída foram
pesadas diretamente em tubos de digestão. A estes, foram adicionados 4 mL de ácido
nítrico, à temperatura ambiente. Após repouso por uma noite, os tubos foram aquecidos
em bloco digestor (80 - 100°C) por 3:30 h, para evaporar o ácido. Em seguida, foi
adicionado 1 mL de ácido perclórico e a temperatura foi aumentada até atingir 200°C,
procedendo-se a digestão até a dissipação de vapores. Se necessário foi adicionado
0,5 mL de peróxido de hidrogênio e depois 20 mL de água deionizada, acertando o
volume em um balão de 50 mL. Para determinação de ferro total, transferiu-se 5 mL
para um balão de 25 mL, adicionou 2,5 mL de solução de cloridrato de hidroxilamina,
2,5 mL de solução de 1,10-fenantrolina e 3,5 mL solução de acetato de sódio, sendo o
volume completado com água deionizada. Depois foi realizada a medida
espectrofotométrica. As concentrações de ferro II nas soluções foram obtidas a partir
de uma curva analítica. Para a construção desta curva foram usadas soluções de ferro
entre 0,03 a 5,00 mg L-1. Realizando assim a análise.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÕES: As amostras analisadas foram carnes comumente consumidas na
dieta alimentar da população, dentre elas carne com osso, coração, coxão duro,
contrafilé, alcatra e fígado. Todas elas foram digeridas por via úmida utilizando
principalmente dois ácidos de alto poder oxidativo (nítrico e perclórico), além
disso, em alguns casos, como coxão duro, utilizou-se ainda peróxido de hidrogênio
para clarear mais a solução. No entanto, pouco alterou a coloração e o resultado da
análise permaneceu praticamente o mesmo. Dentre os cortes analisados, os que
apresentaram maiores teores de ferro foram vísceras, fígado e coração (Tabela 1). Os
resultados apresentados na Tabela 1 levão em consideração o teor de umidade nas
carnes, e, além disso, todos os desvios apresentados estão dentro do limite aceitável
(menor ou igual a 5%), demonstrando boa repetitividade na análise. Comparando os
resultados obtidos nesse estudo com o realizado por Valenzuela et al., 2009,
percebeu-se que os teores de ferro encontrado no fígado e coração foram superiores ao
reportado pela literatura (6,0 e 3,2 mg/100 g, respectivamente). Isto pode ser
justificado pela técnica utilizada na determinação do mineral e também pelas mudanças
nutricionais que podem ocorrer em diferentes tipos de carne, devido à raça e a idade
dos animais, alimentação, local geográfico de criação e processamento (CABRERA et
al., 2010). Observa-se que as carnes consideradas de primeira classe, contrafilé e
alcatra, apresentaram teores de ferro menores que os miúdos (fígado e coração), coxão
duro e carne com osso. Assim, há sempre a necessidade em se estudar métodos de
dissolução para amostras de carnes, mais simples e rápidos para a determinação de
ferro, pois, o ferro possui grande valor nutricional.

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: A espectrofotometria se mostrou eficaz na determinação de ferro total. O
fígado e coração apresentaram os maiores teores de ferro. A decomposição por via úmida
se mostrou eficiente na mineralização de ferro total nas amostras de carne bovina. A
contribuição de informações sobre a carne é essencial, visto que, é um alimento básico
na dieta da maioria da população mundial.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Ao CNPq, pelas bolas concedidas e ao CAPES, pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, C. A. N. de et al. 2004. Fatores associados a anemia por deficiência de ferro em crianças pré-escolares brasileiras. J Pediatr. (Rio J.), v. 80, n. 3.

CABRERA, M. C.; RAMOS, A.; SAADOUN, A.; BRITO, G. 2010. Selenium, copper, zinc, iron and manganese content of seven meat cuts from Hereford and Braford steers fed pasture in Uruguay. Meat Sci. V. 84, p. 518.

LOPES, C. G. Deficiência de ferro na alimentação humana. Disponível em http://www.acessa.com/viver/arquivo/nutricao/2003/03/7-Cristina/. 2003. Acesso em: 8 maio 2010.

PAIVA, A. A; RONDO, P. H. C.; GUERRA-SHINOHARA, E. M. 2000. Parâmetros para avaliação do estado nutricional de ferro. Rev. Saúde Pública, v. 34, n. 4.

SHEIDER, J. M., et al. 2005. Anemia, iron deficiency, and iron deficiency anemia in 12–36-mo-old children from low-income families. Am. J. Clin. Nutr., v. 82: p. 1269.

VALENZUELA, C. et al. 2009. Total Iron and Heme Iron Content and their Distribution in Beef Meat and Viscera. Biol. Trace Elem. Res.132, p. 103–111.
VALLE, E. R. Carne bovina: alimento nobre indispensável. Campo Grande, 2000. Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD41.html> Acesso em: 25 outubro 2010.