ÁREA: Materiais
TÍTULO: ESTUDO DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DE UM SABÃO PROCESSADO A FRIO
AUTORES: SILVA, K. S. L. (IFMA- ZÉ DOC) ; OLIVEIRA, L. V. (IFMA- ZÉ DOC) ; COSTA, D. D. (IFMA- ZÉ DOC) ; CORREIA, M. J. M. (IFMA- ZÉ DOC) ; SOUSA, J. O. (IFMA- ZÉ DOC) ; ALVES, W. S. (IFMA- ZÉ DOC) ; VIEIRA, J. S. C. (IFMA- ZÉ DOC)
RESUMO: O sabão é largamente utilizado em indústrias de pigmentos, plásticos, couros e têxteis,
entretanto, grande parte de sua produção é direcionada à lavagem e limpeza doméstica.
Na produção de sabão exige-se um controle rigoroso das matérias-primas, da temperatura
e da proporção entre seus constituintes. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito
da alcalinidade nas propriedades de um sabão processado a frio e sua formulação através
da avaliação e quantificação do seu poder de detergência, emulsão e formação de espuma.
As análises revelaram que para obtenção de um produto final de qualidade é necessário o
controle tanto do percentual de álcali adicionado durante o processo de fabricação,
quanto do efeito combinado dos demais parâmetros.
PALAVRAS CHAVES: alcalinidade, saponificação, sujidade, lixívia.
INTRODUÇÃO: O sabão é largamente empregado em diversos seguimentos industriais, tais como nas
indústrias têxteis, de tintas, de plásticos e de couros. Entretanto, sua maior
produção se destina à lavagem e limpeza domésticas (OZAGO,2008).
Estes produtos são formados a partir da dissolução aquosa ou alcoólica de álcalis
fortes (NaOH ou KOH) sobre ácidos graxos. Os sabões de sódio, produzidos em grande
quantidade são denominados de “sabões duros”. Os produzidos a partir de uma lixívia
potássica são denominados de “sabões moles” (OZAGO, 2008), (LIMA, 2004), (ARGENTIERE,
2001).
Na produção de sabão exige-se um controle rigoroso das matérias-primas, da
temperatura e da proporção entre seus constituintes (OZAGO, 2008).
A adequação do sabão acabado (produto final) em relação aos diferentes meios de
aplicação e o aprimoramento de suas propriedades dependem do controle dos parâmetros
de qualidade durante o processo de fabricação do mesmo. Dentre essas propriedades
destacam-se a alcalinidade livre, poder de detergência, poder emulgente e capacidade
de formar espuma.
A alcalinidade é a capacidade que a massa de sabão base contendo um álcali forte tem
de reagir com o material graxo e neutralizá-lo até um pH definido. A alcalinidade
livre ideal para um bom sabão acabado reside na faixa de 0,1 a 0,5% e pH em torno de
10.
O poder de detergência está baseado na capacidade que o sabão possui para retirar
sujidades, já o poder emulgente baseia-se na capacidade do produto final em contato
com água conseguir quebrar as moléculas de gordura e o poder espumante refere-se à
quantidade de espuma formada.
Este trabalho objetiva estudar o efeito da alcalinidade nas propriedades de um sabão
processado a frio, bem como sua formulação através da avaliação e quantificação dos
seus parâmetros de qualidade.
MATERIAL E MÉTODOS: Os corpos de prova foram produzidos fundindo-se a gordura animal e o óleo vegetal
numa faixa de temperatura de 50 ± 5ºC em um béquer de capacidade volumétrica de 500
mL.
Ao longo deste trabalho foram fabricados 50 corpos de prova distribuídos em 5
bateladas. Cada batelada originou 10 corpos de prova sendo um deles considerado como
ponto ótimo ou de referência (determinado em análises anteriores), seis corpos de
prova com solução de lixívia contendo teores inferiores à do ponto ótimo e 3 com
solução de lixívia contendo concentrações superiores à do ponto ótimo. Cada batelada
recebeu corantes com tonalidades diferentes denominadas de séries (azul, verde, verde
bebê, amarelo e ferrugem). A Figura 1 mostra o aspecto visual de alguns corpos de
prova do sabão, produzidos com teores diferentes de lixívia.
Os corpos de prova foram caracterizados fisicamente em termos de alcalinidade livre,
pH, poder de detergência, poder emulgente e capacidade de formar espuma.
A alcalinidade livre dos corpos de prova foi determinada pelo método de alcalimetria.
Para a determinação do produto hidrogeniônico, pH, do sabão foi utilizado o método
eletrométrico (eletrodo de pH ou pH-metro).
O pode espumante foi analisado com uma mistura do sabão com água em agitação
constante. O poder emulgente do sabão foi analisado com uma mistura de água e óleo. O
poder detergente do sabão foi testado utilizando-se enxofre.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Figura 2 são apresentados os valores médios da alcalinidade livre e do pH para o
sabão. Os resultados encontrados revelaram que o ponto ótimo, ou seja, que melhor
contém alcalinidade livre é a AM8, cuja concentração é 0, 26%.
As amostras AM7 e AM8 apresentaram um produto hidrogeniônico, pH, em torno de 9,6
semelhante ao exigido pela legislação brasileira (pH=10). No tocante às análises
realizadas, o sabão revelou-se bastante eficaz, exceto na capacidade de espumar, o que
nos leva a inferir que sua formulação precisa de ajustes para garantir uma melhor
qualidade ao produto.
CONCLUSÕES: As amostras AM7 e AM8 apresentaram melhor resolução para a alcalinidade livre e para o
pH. Já a redução no poder de espuma pode ter sido em decorrência da mudança de lotes de
matérias-primas utilizadas no processo produtivo do sabão que dificultaram a
solubilização de graxas e gorduras, especificamente na produção de espumas e diminuição
do seu poder de limpeza.
Os resultados obtidos neste trabalho confirmam que as propriedades físicas do sabão são
dependentes dos efeitos combinados de seu poder de detergência, espumante, emulgente e
do teor de álcali adicionado durante seu processamento.
AGRADECIMENTOS: Ao IFMA- Campus Zé Doca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARGENTIERE, R. Novíssimo receituário industrial: enciclopédia de fórmulas e receitas para pequenas, médias e grandes indústrias. São Paulo: Ícone, Ed. 5, 2001, 411p.
LIMA, J. B. Experimento de química utilizando materiais alternativos com aplicação no ensino médio. São Luís (MA): Edufma, 2004, 127p.
OZAGO, O. N; PINO, J. C. D. Trabalhando a química dos sabões e detergentes. Porto Alegre(RS): Fapergs, 72p, 2008.