ÁREA: Bioquímica e Biotecnologia
TÍTULO: Determinação da atividade lipolítica de Aspergillus sp. (CFAM 207) isolado de ambientes amazônicos através de titulação potenciométrica
AUTORES: CARNEIRO, P.G. (UFSJ) ; GONÇALVES, B.S. (UFSJ) ; ALEIXO, A.A. (UFSJ) ; ALMEIDA, F.G.O (UFSJ) ; RESENDE, R.R. (UFSJ) ; FERREIRA, J.M.S. (UFSJ) ; FERNANDES, O.C.C. (FIOCRUZ) ; SILVA, J.C. (FIOCRUZ) ; SILVA, S.L. (UFSJ)
RESUMO: Através de titulação potenciométrica, analisou-se a atividade da lipase, originada de fungos, frente a diferentes fontes de carbono e variação de pH do meio. Observou-se melhor atividade lipolítica apresentada pelo óleo de oliva, no pH 9,0.
PALAVRAS CHAVES: titulação potenciométrica, lipase.
INTRODUÇÃO: As lipases têm atraído indústrias químicas, farmacêuticas e alimentícias pelo seu uso em bioprocessos. Estas podem ser produzidas por fungos, bactérias e plantas, entretanto, lipases isoladas de microorganismos têm sido utilizadas devido ao seu potencial biotecnológico. Estas enzimas catalisam a hidrólise de triacilgliceróis produzindo glicerol e ácidos graxos, e atuam na interfase água e óleo. As condições necessárias para atividade ótima da lipase variam de acordo com a fonte da enzima, substrato e tratamento durante a produção lipolítica. A influência do pH e do substrato na produção de lipases de fungos são fatores estudados na literatura e de fundamental importância na produção enzimática.Neste trabalho, foi avaliado o pontencial lipolítico de Aspergillus sp frente a variação de fonte de carbono e variação de pH através de titulação potenciométrica.
MATERIAL E MÉTODOS: O Aspergillus sp foi crescido em meio Czapeck ausente de dextrose e complementado com quatro tipos diferentes de óleos separadamente: soja, oliva, milho e girassol. Primeiramente, foi preparado o meio, baseado na adição de todos os sais, acertando o pH para 7,3. O óleo foi emulsificado junto ao meio e homogeneizado em liquidificador (Mondial) por um minuto. A partir de uma solução, 106 esporos foram inoculados em erlenmeyers contendo o meio Czapeck modificado e incubados a 28 C sob agitação constante de 140 rpm. Em intervalos de 24 horas, cada tipo de meio foi submetido à titulação potenciométrica através do titulador (877 Titrino Plus Metrohn). Para retirada do micélio, os meios foram filtrados à vácuo, e o meio fermentado foi titulado com KOH 0,3. Através desta metodologia foi possível obter a estimativa indireta da produção lipolítica, quantificando o ácido graxo presente nos quatro tipos de fonte de carbono. Posteriormente, foi repetida a mesma metodologia tamponando o meio czapeck para os pHs 5, 7 e 9,0 para a melhor fonte de carbono verificada anteriormente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os óleos avaliados, verificou-se que o óleo de oliva obteve a melhor atividade lipolítica, apresentando oito mols de ácido graxos produzidos no período de 120 a 144 horas. Quanto à variação do pH, constatou-se que o pH 9,0 do óleo de oliva, entre 96 e 120 horas, obteve maior produção de ácido graxo, atingindo 2,2 mols. Isto sugere que a lipase produzida por esta cepa em pH 9 apresenta um caráter básico. Entretanto, foi possível observar também que houve liberação de ácido graxo em pHs 5 e 7,0 o que indica que este fungo pode expressar mais de uma lipase.
CONCLUSÕES: Diante dos resultados, foi possível constatar diferença na atividade lipolítica frente às fontes de carbono, confirmando que a composição da cadeia do lipídeo influencia na indução enzimática e que provavelmente esta lipase atue melhor em pH básico. Esse trabalho ressalta ainda o potencial biotecnológico apresentado por lipases fúngicas e sua aplicabilidade nos diversos setores da indústria, o que desperta a necessidade de novos estudos sobre as potencialidades da rica biodiversidade da Amazônia brasileira.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SHARMA, Rohit; CHISTI, Yusuf; BANERJEE, UttamChand. Production, purification, characterization, andapplicationsof lipases. BiotechnologyAdvances, 19, (2001) 627-662.