ÁREA: Bioquímica e Biotecnologia

TÍTULO: TRIAGEM DE ASPERGILLUS E PENICILLIUM SP ISOLADOS DE SOLOS AMAZÔNICOS PARA A PRODUÇÃO DE LIPASE

AUTORES: CARVALHO, F.S. (UFSJ) ; ALMEIDA,F.G.O (UFSJ) ; CARVALHO,R.S. (UFSJ) ; FERNANDES,O.C.C. (FIOCRUZ MANA) ; SILVA, J.C. (FIOCRUZ MANA) ; CARNEIRO, A. L. B. (UFAM) ; PARREIRA, A.G. (UFSJ) ; FERREIRA, J.M.S. (UFSJ) ; SILVA,S.L. (UFSJ)

RESUMO: O objetivo do estudo é avaliar qualitativamente a capacidade de produção de lipase de oito espécies de fungos pertencentes aos gêneros Aspergillus e Penicillium isolados de solos amazônicos. Tais fungos foram testados com relação a sua capacidade de produção de lipases extracelulares em meio de cultura ágar Tributirina® contendo o corante Victória Blue. Três espécies de fungos CFAM 35, CFAM 207 e CFAM91 se destacaram com medidas maiores dos halos.

PALAVRAS CHAVES: aspergillus sp, penicillium sp e lipase.

INTRODUÇÃO: Lipases são enzimas que apresentam importantes aplicações biotecnológicas, devido a algumas propriedades como estabilidade, seletividade e especificidade pelo substrato. Essas enzimas catalisam a quebra de gorduras e óleos liberando ácidos graxos e glicerol. Podem ser obtidas a partir de animais, vegetais e microorganismos.
Muitos estudos têm sido realizados para definir condições ótimas de cultura e necessidades nutricionais para produção de lipase por fungos filamentosos. A produção de lipases é influenciada pelo tipo e concentrações das fontes de carbono e nitrogênio, pH do meio de cultivo, temperatura de crescimento, e pela concentração de oxigênio dissolvido. O fator nutricional de maior importância na produção de lipase é a fonte de carbono, pois são enzimas indizíveis sendo geralmente produzidos na presença de fontes lipidicas, como óleos, ácidos graxos, ésteres hidrolisáveis, tweens, sais biliares e glicerol. (VILLENEUVE et al.,2000).
Dois métodos qualitativos para seleção de microorganismo produtores de lipase estão bem definidos na literatura. Um deles utiliza ágar contendo tributirina com o substrato e a formação de um halo translúcido ao redor da colônia, gerado pelo consumo do substrato, indica a produção de lipase. Outro método é a incorporação de um corante indicador ao meio de cultura, onde a lipólise é detectada pela visualização de uma zona clara em volta da colônia contra um fundo opaco do restante do meio de cultura (ZANOTTO et al.,2009).


MATERIAL E MÉTODOS: Após a reativação dos oito fungos (CFAM F116, CFAM207, CFAM91, CFAM 60, CFAM 8 são do gênero Penicillium CFAM 314, CFAM 35 e CFAM 6 gênero Aspergillus )em meio de cultura sabouraud, cada espécie foi testada com relação a sua capacidade de produção de lipases extracelulares em meio de cultura ágar Tributirina® (digestão peptídica de tecido animal 5.0g ;extrato de levedura 3.0g; ágar 15.0g; água 1000mL, pH final 7,5 ± 0,2).Foi utilizado no meio de cultura diferentes concentrações do corante Victória Blue sendo elas 0,05g/L, 0,55g/L e 0,1g/L na concentração de 0,05 g/L tivemos os melhores resultados do halo favorecendo o estudo.O meio foi homogeneizado em liquidificador por cinco minutos e, então, autoclavado,25mL desse meio foi colocado em placas de petri média e solidificado. Os fungos foram inoculados no centro da placa e armazenados em estufa a 28 C°; durante sete dias e o diâmetro do halo formado foi medido com o auxílio de uma régua.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A concentração de 0,05 g/L de corante Victoria Blue® proporcionou um aumento na visualização do halo de algumas espécies produtoras. Concentrações superiores a 0,55 g/L inibiram o crescimento e a produção de lipase, sugerindo que altas concentrações do corante podem ser tóxicas para estes microrganismos. Os fungos CFAM 35, CFAM 207 e CFAM91 apresentaram as medidas maiores dos halos chegando a 4.45, 4.15 e 3.95 centímetros, no sétimo dia de crescimento, respectivamente. Portanto, as lipases desses fungos conseguem degradar a tributirina produzindo glicerol e acido butírico que são solúveis e diminuem a opacidade ao redor da colônia. Esses fungos são do gênero Aspergillus e Penicillium e na literatura tais gêneros com as medidas dos halos superiores a 3.5 centímetros apresentam-se como ótimas fontes de lipase(COLEN et al.,2006).

CONCLUSÕES: Através dos experimentos realizados comprovou-se a capacidade de muitos fungos filamentosos de secretar lipases extracelulares. O uso de Victoria Blue® em concentrações adequadas ao meio de cultura facilitou a visualização do halo formado por cepas produtoras de lipase. Os fungos CFAM91, CFAM 207 e CFAM 35 destacaram-se como os melhores produtores lipolíticos, ressaltando assim a importância pela busca de novas cepas que possuem um importante potencial biotecnológico, sendo uma possível alternativa para sua utilização na produção de enzimas lipolíticas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: •COLEN, G. Isolamento e seleção de fungos filamentos produtores de lipases. Tese de doutorado, UFMG. Faculdade de Farmácia. Belo Horizonte, 2006.
•VILLENEUVE, P; MUDERHWA,J.; M,GRAILLE; J. HAASS; Customizing lipases for biocatalysis: a survey of chemical, plysical and molecular biological approaches. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v. 9, p. 113-148, 2000.
•ZANOTTO, S., et al. Potential Application in Biocatalysis of Mycelium-Bound Lipases from Amazonian Fungi. J. Braz. Chem. Soc., Vol. 20, No. 6, 1046-1059, 2009.