ÁREA: Alimentos
TÍTULO: AVALIAÇÃO E PERFIL MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA MINERAL NATURAL COMERCIALIZADA NA CIDADE DE NATAL-RN
AUTORES: ARAÚJO, S. A. (UESB) ; BELARMINO, L. D. (UFRN) ; AMARAL, D. K. (UESB)
RESUMO: RESUMO:
O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica de 02 marcas de águas minerais naturais embaladas em garrafões de 20 litros e comercializadas na Cidade de Natal-RN. 40 amostras das marcas A e B foram coletadas e com base na RDC Nº 275 de 22 de setembro de 2005 – ANVISA, os microorganismos coliformes totais, coliformes termotolerantes, enterococos, Pseudomonas aeruginosa, clostridios sulfito-redutores foram quantificados. O método de filtração em membrana foi utilizado para detecção. Todas as amostras das duas marcas não apresentaram presença nenhum microorganismo citado anteriormente, indicando resultados satisfatórios. Nas marcas A e B, 5% e 10% das amostras, respectivamente, apresentaram contaminação por coliformes totais como seu principal contaminante.
PALAVRAS CHAVES: água mineral, microbiologica, controle de qualidade
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO:
De acordo com a RDC Nº 274, de 22 de setembro de 2005 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as águas minerais são caracterizadas pelo conteúdo definido e constante de sais minerais e pela presença de oligoelementos e outros constituintes. Alem disso, não podem produzir desenvolver e/ou agregar substancias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor e/ou alterem a composição original do produto. (BRASIL 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 80% das doenças que ocorrem em países em desenvolvimento são veiculadas pela água contaminada por microrganismos patogênicos (COELHO et al, 2007). Isto se deve ao fato de apenas 30% da população mundial ter água tratada e os outros 70% terem poços como fonte de água, facilitando assim sua contaminação (FRANCO et al, 2003). A contaminação da água mineral pode ocorrer na fonte, no envase (devido à natureza do processo ou a reutilização de recipiente não devidamente higienizado), ou no transporte e armazenamento, no caso da embalagem não ser absolutamente estanque (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO 1997). No Brasil, as características microbiológicas para água mineral são determinadas pela resolução da ANVISA RDC No 275, de 22 de setembro de 2005. Segundo parâmetros estabelecidos por essa resolução, a análise de água mineral deve incluir contagem de coliformes totais, enterococos, Pseudomonas aeruginosa, clostridios sulfito-redutores ou Clostridium perfringens e pesquisa de coliformes termotolerantes ou Escherichia coli (BRASIL, 2005). Esta pesquisa teve como objetivo a avaliação da qualidade microbiológica de duas marcas de água mineral natural comercializadas em embalagem de 20 L na cidade de Natal –RN.
MATERIAL E MÉTODOS: Os parâmetros microbiológicos foram definidos conforme a resolução RDC Nº 275/2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A amostragem foi realizada avaliando-se 20 lotes de cada marca, totalizando 40 amostras. As marcas foram identificadas como marca A e marca B, sendo enumeradas de 01 a 20 para cada embalagem do lote e enviadas ao Laboratório de água, alimentos e bebidas em Natal-RN em parceira com UESB e UFRN, onde foram desinfetadas com álcool 70%. As análises microbiológicas foram realizadas através da técnica de membrana filtrante de acordo com APHA (2005). Filtrou-se 100 mL da amostra utilizando-se porta filtros previamente esterilizados e membranas filtrante em nitrato de celulose, 47 mm de diâmetro e 0,45 micra de porosidade. Apos filtração, cada membrana foi colocada sobre a superfície de meios específicos para cada parâmetro microbiológico, sendo avaliado em réplica. A cada amostra de água que era analisada, feitas lavagens do filtro com água de diluição e realizado controle negativo. A incubação e contagem foram realizadas em temperaturas e meios de cultura específicos: na contagem de coliformes totais e pesquisa de coliformes termotolerantes utilizaram-se placas de petri contendo o Agar m-Endo (Merck) e m-FC (Merck), as quais foram incubadas a 35°C e 44,5°C por 24 horas, respectivamente (SILVA et. al., 2005); na contagem de Pseudomonas aeruginosa empregou-se o Agar Cetrimide (Merck), com incubação a 41°C por 72 horas e confirmação com Agar leite (Merck), na contagem de Clostrídios sulfito-redutores empregou-se o Meio Reforçado (DifcoR) e incubação a 45°C por 48 horas em jarra de anaerobiose contendo gerador de e na contagem de Enterococos utilizou-se o Agar m-Enterococos (Merck) com incubação a 35°C por 48 horas (SILVA et. al., 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Comparando os resultados das análises microbiológicas da Tabela 02 com os padrões microbiológicos estabelecidos pela Resolução, RDC Nº 275, de 27 de setembro de 2005 da ANVISA, que dispõe sobre o regulamento técnico de características microbiológicas para água mineral natural e água natural e de acordo com a Tabela 01 para amostra indicativa, verifica-se que as duas marcas apresentaram resultados satisfatórios para coliformes termotolerantes, enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídio sulfito redutor. A duas marcas apresentaram contaminação por coliformes total, a marca A em uma amostra (5%) e a marca B em duas amostras (10%). O coliforme total é indicativo de contaminação fecal, o que as tornam em não conformidade com a legislação vigente. No entanto, ALVES et al (2002) , em seu estudo constataram que de 18 amostras de diferentes marcas de água mineral comercializadas em Marília-SP, apenas 5,5% estavam contaminadas por coliformes totais, sendo que 94,5% estavam aptas para consumo. Neste trabalho o fato de ser encontrada na marca A uma amostra de água mineral natural e na marca B duas amostras de água mineral natural contaminada permite afirmar que sua contaminação pode ter ocorrido durante a fase de captação e processamento do produto, devido à natureza do processo ou a reutilização de recipiente não devidamente higienizado ou no transporte e armazenamento no ponto de distribuição.
CONCLUSÕES: CONCLUSÕES:
Neste trabalho 95% das amostras da marca A e 90% da marca B apresentaram resultados satisfatório, ou seja, foram consideradas próprias para consumo humano de acordo com a resolução da ANVISA RDC Nº275, de 22 de setembro de 2005 para o grupo de coliformes totais e 100% resultados satisfatórios para coliformes termotolerantes, enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídio sulfito redutor .
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem AQUALAB/UESB/UFRN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 - ALVES, N.C. et al. Análise Microbiológica de águas minerais e de água potável de abastecimento, Marília, SP. Revista de Saúde Pública [online], v.36, n.6, p.749-751, 2002. Disponível em: < http://200.152.208.135/rsp_usp/>. Acesso em: 30 mar. 2010.
2 - APHA – AMERICAN PUBLIC HEALTHASSOCIATION. Committee on Microbiological for Foods. Compendium of methods for themicrobiological examination of foods. 4.ed. Washington:American Public Health Association, 2001.
3 - BRASIL 2005. MINISTERIO DA SAUDE. AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIASANITARIA. Resolucao no 275 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico de Caracteristicas Microbiologicas para Agua Mineral Natural e Agua Natural. Diário Oficial da União. Brasilia, 23 de setembro de 2005.
4 - BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 518 de 25 de março de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Água Mineral Natural e Água Natural.
5 - COELHO, D. L.; PIMENTEL, I.C.; BEUX, M.R. Uso do método cromogêmico para quantificação do NMP de bactéria do grupo coliforme em águas minerais envasada. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimento, v. 16 n.1 p.45-54. 1998
6- FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2003. 182p.
7 - INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizacao e Qualidade Industrial 1997. Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior. Água mineral em garrafões de 20L. Disponível em: www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/garrafoes.asp. Acesso em: 11/07/2011
8 - SILVA, N., JUNQUEIRO, V.C.A., SILVEIRA, N.F.A. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. 2ed. São Paulo: Varela, 2000.