ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: METABOLISMO SECUNDÁRIO PRODUZIDO POR PLANTAS TÓXICAS

AUTORES: DOS SANTOS, T. G. (UFAL) ; PEREIRA, B. J. M. (UFAL) ; SOUZA, L. C. (UFAL)

RESUMO: A utilização de algumas plantas como alternativa medicinal apresentam, pelo menos em
algumas de suas partes, princípios ativos tóxicos. No entanto, a presença de princípios
ativos em uma planta não a qualifica como tóxica. Portanto, a desinformação quanto à
toxicidade de algumas espécies de plantas podem causar sérios danos, pois, para a
maioria da população uma erva é um bom "remédio" e por ser natural não causa nenhum
problema à saúde. Dentro deste contexto, este trabalho visa contribuir para o
conhecimento de plantas consideradas tóxicas presentes no agreste alagoano e para a
utilização racional de plantas medicinais.

PALAVRAS CHAVES: química medicinal; saúde; intoxicação por plantas.

INTRODUÇÃO: O uso de plantas medicinais continua sendo o principal recurso terapêutico para a
maioria da população. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca
de 80% da população mundial faz uso de algum tipo de erva na busca de alívio de
alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Logo, a identificação de espécies
tóxicas é importante na orientação sobre o uso dessas plantas pela população e na
prevenção de intoxicações, assim como a divulgação da forma adequada de emprego das
mesmas, pois, algumas espécies vegetais podem causar sérios danos, uma vez que para a
maioria da população uma erva é um bom "remédio" e por ser natural não causa nenhum
dano à saúde (LORENZI, 2008).
Uma das características dos seres vivos é a presença de atividade metabólica. O
metabolismo nada mais é do que o conjunto de reações químicas que ocorrem no interior
das células. No caso das células vegetais, o metabolismo costuma ser dividido em
primário, responsável pelas funções essenciais no vegetal (fotossíntese, respiração)
e tem uma distribuição universal na planta; e secundário, que originam compostos que
não possuem uma distribuição universal, são os chamados princípios ativos (OLIVEIRA,
2002).
Dentro do contexto acima, este trabalho visa contribuir para o conhecimento das
espécies de plantas tóxicas presentes no agreste alagoano. Pretendemos também alertar
sobre o emprego de forma indiscriminada de plantas medicinais de ação supostamente
inofensiva à saúde. Estas plantas podem muitas vezes ser responsáveis por resultados
desastrosos, já que, ocasionalmente uma mesma planta pode apresentar tanto uma ação
terapêutica quanto tóxica, conforme dosagem e modo de preparo.


MATERIAL E MÉTODOS: Foi feito o reconhecimento das principais espécies de plantas tóxicas existentes no
município de Arapiraca, bem como seus princípios tóxicos e quais os sintomas dessas
intoxicações ao organismo humano, através da literatura científica e dados colhidos com
os raizeiros da região. Desta forma foi possível correlacionar os dados científicos e o
conhecimento popular de 69 espécies vegetais. Logo após, elaborou-se um questionário
aos alunos de escolas da Rede Estadual de Ensino afim de identificar o grau de
conhecimento dos mesmos em relação ao tema. Os resultados obtidos dessa entrevista
norteou as ações subsequentes do trabalho. Que por fim, foi feito a divulgação das
informações obtidas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das 69 espécies vegetais pesquisadas, constatou-se que os raizeiros oferecem as
informações corretas para a utilização das plantas medicinais, entretanto, há lacunas
acerca dos efeitos colaterais e toxicidade. Segundo os raizeiros, das espécies
estudadas, as mais comuns no agreste alagoano são: Arnica montana L., Aloe vera L.,
Peumus boldus Molina, Equisetum arvense L., Matricaria chamomilla L., Lithraea
molleoides Engl., Luffa operculata Cogn., Dieffenbachia picta Schott, Euphorbia milii
Des Moulins, Haemanthus katharinae Baker, Palicourea marcgravii A. St. Hil., Ricinus
communis L., Oxalis sp.; todas as plantas citadas sugerem algum indício ou
probabilidade de efeito adverso, segundo literatura estudada.
A partir da análise dos dados coletados através da aplicação do questionário foi
possível perceber que 58% dos estudantes conhecem algum tipo de planta com
propriedades medicinais e 18% deles conhecem alguém que já sofreu algum tipo de
intoxicação por plantas. O que resultou foram as principais dúvidas dos alunos, como,
por exemplo: a forma como socorrer uma pessoa intoxicada, quais são as plantas
tóxicas e o que deve-se saber antes de preparar algum chá com ervas.
Devido às dúvidas dos alunos elaboramos palestras que foram apresentadas em escolas
da Rede Estadual, a fim de fornecer informações a respeito dos princípios ativos
(metabólitos secundários), da correta utilização e manuseio destas plantas. Foi
deixado bem claro que as palestras serviram mais do que um manual de informações, mas
sim, para alertar da existência dessas plantas junto com seus riscos justificando o
porquê de evitar a utilização delas pela à comunidade.

CONCLUSÕES: Assim, esperamos ter contribuído para a diminuição do número de intoxicações por
plantas e para uma utilização mais racional das plantas enquanto agente terapêutico. Ao
mesmo tempo exercitamos atividades de ensino, através da elaboração e apresentação de
palestras nas escolas da rede estadual do agreste alagoano; pesquisa, pelo levantamento
bibliográfico e de campo sobre as espécies de plantas tóxicas existentes; e extensão,
pois, houve um maior contato entre a Universidade e a comunidade.

AGRADECIMENTOS: A UFAL.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LORENZI, H. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

OLIVEIRA, R.B. Plantas tóxicas: conhecer para prevenir acidentes. Monografia de
conclusão de curso apresentada à FFCLRP/USP para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Ribeirão Preto, SP, 2002.

Organização Mundial de Saúde. Disponível em: www.oms.org.br. Acesso em 12/07/2010.

Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINITOX; Plantas tóxicas. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox/plantas.htm >. Acesso em 12/07/2010.