ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE E OXIDATIVA DO ÓLEO DE BABAÇU
AUTORES: VIEIRA, T. W. DA S (UFPI) ; RIOS, M. A. DE S (UFPI) ; VEGA, M. L (UFPI) ; SANTOS JÚNIOR, J. R (UFPI) ; MADEIRA M. DE P. (UFPI)
RESUMO: RESUMO: O óleo de babaçu obtido das amêndoas contidas nos frutos da palmeira de babaçu
(Attalea funifera) é muito utilizado na indústria de alimentos e na produção de
produtos higiênicos como sabões entre outros. A sua composição química também favorece
a produção de biodiesel que pode ser usado como forma alternativa de combustível. O
presente trabalho buscou avaliar a sua estabilidade termo e foto-oxidativa bem como a
importância do processo de degomagem para produção de biodiesel. O óleo foi exposto à
radiação solar e temperatura de 90°C a fim de estudar sua estabilidade e os processos
envolvidos em sua degradação bem como compostos resultantes da mesma. A determinação da
acidez fornece um dado importante na avaliação do estado de conservação do óleo e a
espectroscopia no infravermelho
PALAVRAS CHAVES: palavras – chaves: babaçu, antioxidantes, estabilidade.
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O babaçu (Orbignya phalerata, Mart.) é uma das mais importantes
representantes das palmeiras brasileiras e é nos estados do Maranhão, Piauí e
Tocantins que se concentram as maiores extensões de matas onde predominam os babaçus
(SANTOS, 2008). Das amêndoas retiradas do interior do coco, é extraído o óleo de
babaçu que é usado em muitos produtos alimentícios, cosméticos, sabonetes, sabões,
detergentes, e na produção de biodiesel. Os óleos e as gorduras não são glicerídeos
simples, pois contém vários ácidos graxos distribuídos mais ou menos ao acaso em
torno das várias moléculas de glicerídeo. Os ácidos graxos mais importantes obtidos
por hidrolise de gorduras e óleos são os ácidos láuricos, palmítico, e esteárico e os
mais importantes ácidos insaturados são os ácidos oléico, linoléico e linolênico. A
estabilidade oxidativa destes materiais é determinada por sua resistência ao processo
de oxidação, as alterações nesses compostos ocorrem, comumente, através de processos
químicos como auto-oxidação e foto-oxidação onde ocorre uma interação do oxigênio com
o material. Por décadas, preocupações relacionadas aos problemas ambientais e à
qualidade de vida no planeta têm sido consideradas bastante significativas e na
tentativa de superar o desafio de atender a crescente demanda por energia de forma
sustentável, causando o menor impacto possível ao ambiente, existe uma crescente
motivação para o desenvolvimento de tecnologias que permitam utilizar fontes
renováveis de energia, que possam substituir os combustíveis fosseis, mesmo que
parcialmente. E é nesse contexto que os bicombustíveis vêm ganhando cada vez mais
força e destaque, principalmente no Brasil, que possui potencial natural para a
produção desses combustíveis (SANTOS,2008).
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: As amêndoas foram trituradas e levadas à estufa a uma temperatura
de 100°C para eliminação de água. O óleo foi extraído seguindo o método do Westfalia
Separator do Brasil de extração por solvente usando o sistema Soflex, parte do óleo
extraído foi degomado filtrado. A degomagem realizada foi o processo de degomagem com
água (MORETO, FETT, 1998). Prepararam-se duas espécies de amostras: óleo degomado e
não degomado. Partes das amostras foram colocadas em uma estufa a temperatura de
90°C, e as outras amostras foram colocadas em uma caixa sofrendo radiação
ultravioleta, a temperatura ambiente, durante 14 semanas. Os espectros de FTIR-MIR
foram coletados em um espectrômetro (TENSOR 27, Bruker Optics S.r.l., Milano)
equipado com um detector DTGS (deuterated triglycine sulfate) empregando o software
Opus. Todos os espectros foram registrados em valores de absorbância na faixa de 4000
a 550 cm-1 a temperatura ambiente (25 ºC). A Titulação da amostra, com solução de
alcali-padrao, hidróxido de potássio (KOH) padronizada, baseado no método do
Instituto Adolfo Lutz.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A determinação do índice de acidez foi utilizada para indicar
o estado de conservação do óleo e como o mesmo se comporta quando exposto a radiação
e a temperatura de 90°C. Buscou-se analisar a importância do processo de degomagem
para a obtenção de um óleo de qualidade e mais restivo a degradação, estudou-se o
comportamento o óleo de babaçu degomado exposto à foto e termo- degradação. Nesse
trabalho realizaram-se ensaios com óleo degomado e não degomado. Podemos observar na
Figura 1 que o óleo bruto submetido à alta temperatura por vários dias apresenta um
aumento no índice de acidez duas vezes maior que o degradado por luz. A Figura 2 traz
uma comparação no comportamento de degradação do óleo de babaçu degomado que sofreu
degradação por luz e por temperatura, comparando os gráficos podemos notar que o óleo
degomado apresenta-se com o índice de acidez menor.O espectro de FTIR do óleo babaçu
não degomado sem irradiar luz ou calor (0 h), e mostra os picos de absorção
característicos dos triglicerídeos que o compõe. Os picos característicos em 2928,5 e
2849,33 cm-1 são decorrentes das vibrações de estiramento de C-H, simétrico e
assimétrico, respectivamente. O pico em 1759,3 cm-1 é característico de vibrações de
estiramento C=O de éster, o pico de baixa intensidade em 724,8 cm-1 pode ser
deformação de CH2 fora do plano. Observando os espectros de FTIR do óleo de babaçu
não degomado sem irradiar e os irradiados até 16 dias sofrendo irradiação por luz e
por temperatura durante o mesmo período notou-se que não ouve mudança no
comportamento das moléculas. O mesmo foi observado para os espectros de absorção do
óleo de babaçu degomado, nas mesmas condições.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Analisando o índice de acidez observou-se que o óleo bruto submetido à alta
temperatura por vários dias apresenta um aumento no índice de acidez duas vezes maior
que o degradado por luz. Isso se deve ao fato de que elevada temperatura acelera a
decomposição dos glicerídeos que compõe o óleo e a formação de ácidos graxos livres, o
óleo degomado quando comparado ao óleo bruto apresenta uma redução de aproximadamente
30% no índice de acidez. Dos espectros de infravermelho mostram que não há alteração na
composição química de ambos os óleos, bruto e degomado.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq, FINEP, FAPEPI e UFPI.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERENCIAS: MORETTO, E. FETT, R.Tecnologia de óleos e gorduras vegetais na industria de alimentos.São Paulo : Livraria Varela,1998.
SANTOS, N. A.; Propriedades Termo-oxidadtivas e de fluxo do biodiesel de babaçu (Orbignya phalerata), João Pessoa, Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, 2008. Dissertação de Mestrado, 2008.